Pular para o conteúdo principal

MAIS ALGUMAS RAZÕES PARA O PREVISÍVEL FRACASSO DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO.

MÉDICO ENUMERA ALGUMAS RAZÕES DO FRACASSO PREVISÍVEL DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO NA SAÚDE.

http://faxsindical.wordpress.com/2008/08/30/medico-enumera-algumas-razoes-do-fracasso-previsivel-das-fundacoes-publicas-de-direito-privado-na-saude/

 

MÉDICO HABITUADO À GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE EXPLICA AS RAZÕES DO PREVISÍVEL FRACASSO DAS FUNDAÇÕES PUBLICAS DE DIREITO PRIVADO.

 

A fonte é um profissional pernambucano, estado onde o Governador quer assumir o modelo sugerido pelo Ministro Temporão e seus sanitaristas e adotado pelo Sérgio Cabral e seu desgoverno no Rio. O comentário nos ajuda a compreender que essa idéia de fundações é, na verdade, um factóide. Foge ao âmbito das propostas sérias. Duvidar da capacidade do serviço público para gerir assuntos tão importantes como a vida humana, poderia fazer supor que fundações privadas de direito público poderiam cuidar dos tributos federais, do Banco Central, da Polícia Federal, do Ministério Público ou da aplicação da Justiça. Se esse entendimento fosse completo e abrangente sobre todo o serviço público ele poderia ser visto como uma proposta consistente. Mas, quando aplicado só a um setor do serviço público, esconde um preconceito contra os trabalhadores públicos da saúde, em especial os médicos, que, infelizmente se arraigou em segmentos da própria comunidade médica.

 

A notícia está no blog do Jornal do Comércio (blog do Jamildo) http://jc.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2008/08/29/sob_anonimato_medico_revela_drama_da_gestao_hospitalar_24726.php

 

Caos na saúde

Sob anonimato, médico revela drama da gestão hospitalar

POSTADO ÀS 21:06 EM 29 DE Agosto DE 2008

 

Caro Jamildo,

 

Sou médico e vejo com temor essa novo sistema de fundação proposto pelo governador de Pernambuco.

 

Não sou contra o tipo de gestão, pois sempre me considerei um liberal, mas algumas características próprias desse tipo de gestão para a saúde tem de ser informadas.

 

1o ponto: A tabela SUS não é reajustada há anos. O que isso implica?

 

Deixa eu dar um exemplo prático do HEMOPE. Há 10 anos eles compravam um quimioterápico no mercado por R$ 200 e SUS repassava R$ 250 (excesso esse que ia para custos de material humano, injeção, etc.). Hoje a verba para esse mesmo quimioterápico é de R$ 250, mas o mesmo custa R$ 600 no mercado. A conta nâo fecha há anos.

 

2o ponto: Os truques usados pelos hospitais conveniados ao SUS. Além da tabela não corrigida, o valor pago é o valor da admissão do paciente, independente do que ocorrer depois exceto se for para outro setor. Exemplo, um paciente interna por uma infecção urinária. Mas no segundo dia pega uma pneumonia. O SUS só paga o referente à admissão, que é a infecção urinária, o que cobre cerca de 3 dias de internamento.

 

O que faz o hospital então? Embora tenha capacidade para resolver o problema, como não será pago por isso, transfere o paciente para outra unidade como Restauração, Getúlio Vargas, etc. O que inclusive contribui com o caos nas emergências.

 

3o ponto: Dinâmica de funcionamento dos hospitais do estado. Até o ano passado, uma famosa fundação de sáúde do estado conveniada ao SUS tinha um andar com a seguinte disposição: leitos de cirurgia de um lado; leitos de clínica médica do outro e uma UTI no meio. Os pacientes cirúrgicos quando necessário tinham acesso à UTI. Os clínicos não. Por que? Porque o paciente clínico fica mais tempo e dá prejuízo. Assim esses pacientes clínicos quando necessitavam eram transferidos às UTIs do estado (Getúlio Vargas, Barão de Lucena, Restauração …), que fica, mais uma vez, com o “prejuízo”.

 

4o ponto: Recursos humanos do setor público mal gerenciados. Há realmente médicos desviados de função e que cumprem pouco da carga horária que deveriam (como acontece aliás, infelizmente, em todas as áreas do serviço público). No entanto, esse que estão revoltados com a situação e, por conseguinte, com o governo são os não acomodados, são os que trabalham, são os que não têm influência … e são eles que são mal tratados pelo governo. Enquanto aqueles que parasitam o estado não brigam e não trabalham …

 

Assim, qual o resultado da fundação para os hospitais do estado?

 

Não conseguirão dar lucro prestando um serviço adequado devido à tabela SUS; não terão para onde encaminhar os pacientes que “dão prejuízo”; terão que fazer cortes em outras áreas já muito cortadas; irão faltar medicamentos e se acumular dívidas … e daqui a 10 anos, com os hospitais

ainda mais quebrados que hoje em dia, serão re-admitidos pelo Estado.

 

Não há solução fácil. Mas com certeza a solução não é com a imposição.

 

Um médico que pede para não ter o nome publicado

Publicado em: Hospital SUS médicos on 30 -Agosto- 2008 at 10:44 pm

 

http://pt-br.wordpress.com/tag/hospital/ http://pt-br.wordpress.com/tag/administracao-publica/  http://pt-br.wordpress.com/tag/servico-publico/ http://pt-br.wordpress.com/tag/medicina/

Comentários

Anônimo disse…
Nice blοg heге! Also уour ωebѕіtе
loaԁѕ uρ fаѕt! What hoѕt аre уou using?

Ϲan I get yοur affiliate lіnk to yоuг host?
I ωiѕh my ωebsіte loaded up as
fast аs yours lοl

Herе is my pаge :: payday loans

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o atendime

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi