Pular para o conteúdo principal

GOLPE CONTRA DIREITOS DOS PACIENTES DO SUS.

FINANCIAMENTO E GESTÃO DEFICIENTE DA SAÚDE PÚBLICA FACILITAM GOLPES

Essa notícia esteve nos telejornais de ontem e hoje aparece no Globo on-line. A sistema público de saúde passa por um verdadeiro apagão. Problemas de gestão e financiamento. Sobre o financiamento, tramita no Congresso a Emenda Constitucional 29, a Emenda da Saúde. Desfigurada na Câmara, voltou ao Senado que a havia aprovado. Enquanto o Governo Federal, de nosso popular Presidente Lula, não resolve a gravíssima questão do funcionamento da Saúde, ocorre, entre tantos outros problemas, o recurso de cidadãos à Justiça para garantir seu direito constitucional de acesso a medicamentos, procedimentos médicos, internações hospitalares.

No meio dessa situação trágica, ainda aparece gente disposta a fraudar os combalidos recursos da saúde e a iludir a aplicação da Justiça. Um grupo de advogados, médicos e uma ONG (olha elas aí de novo) organizou uma conspiração para tirar dinheiro dos cofres públicos e enganar nossos magistrados.

O link da notícia vem a seguir, com a transcrição para os interessados em ver mais esse retrato do apagão da Saúde.

Fraude com medicamentos em SP envolve médicos, advogados e ONG - O Globo Online

Fraude com medicamentos em SP envolve médicos, advogados e ONG

Publicada em 01/09/2008 às 19h15m
Wagner Gomes, O Globo Online



Representantes da ONG recebiam comissões para indicar pacientes - Reprodução de TV

SÃO PAULO - A polícia descobriu que médicos, advogados e representantes de uma Organização Não Governamental (ONG) recebiam comissões para indicar a pacientes remédios que não constam na lista do Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes entravam com ações na Justiça para obter gratuitamente esses remédios e o estado era obrigado a desembolsar milhões para comprá-los. Até agora, já se sabe que essa fraude deu um prejuízo de R$ 63 milhões aos cofres públicos. Mas o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, diz que existem indícios de que em 2007, o estado desembolsou R$ 200 milhões com esse tipo de golpe. Esse valor corresponde à metade de tudo o que São Paulo gastou para comprar remédios que não constam na lista do SUS ( GloboNews TV: veja o vídeo com a prisão dos envolvidos ).

Nesta segunda-feira, a polícia prendeu nove pessoas, entre elas funcionários de laboratórios, representantes da ONG Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase do Estado de São Paulo, um médico e dois advogados que participavam da fraude para a compra de remédios para tratamento da psoríase, uma doença de pele.

O esquema funcionava da seguinte forma, segundo a secretaria de Saúde. Pacientes do SUS com psoríase iam até a ONG, na cidade de Marília, que indicava o médico a ser consultado. O médico, por sua vez, receitava um medicamento para a doença fora da lista dos que o SUS oferece. Assim, o paciente entrava com uma ação judicial para obter o remédio, também com um advogado indicado pela ONG. Os médicos também emitiam laudos falsos que obrigavam o estado a fornecer aos pacientes medicamentos de alto custo e fora da lista do SUS.

A polícia já sabe que os médicos, advogados e a ONG recebiam dinheiro dos laboratórios para indicar os medicamentos. O que se investiga agora é se os donos dos laboratórios participavam do esquema ou se eram apenas os funcionários. Um médico foi identificado como Paulo Cesar Ramos e os advogados como Guilherme de Oliveira e Fabiana Noronha Garcia de Castro. A enfermeira presidente da ONG é Luci Helena Santos. Ela também foi presa.

” Existem indícios de que o estado perdeu em 2007 R$ 200 milhões ao ser obrigado por ações judiciais a comprar remédios que não constam da lista dos medicamentos oferecidos pelo SUS “

Eram três os remédios indicados pelos integrantes da quadrilha aos pacientes com psoríase: Remicad, do laboratório Mantecorp; o rapitiva, da Serono, e o Enbreu, da White. Como geralmente a Justiça decidia em favor dos pacientes, o governo era obrigado a comprar os medicamentos e fornecê-los gratuitamente. O estado gastava R$ 5 mil por mês com cada paciente. Por ano, são atendidos 60 mil pacientes, o que contabiliza uma fraude de R$ 63 milhões até agora. O prejuízo pode ser maior porque há três grupos da quadrilha de fraudadores agindo na região de Marília, segundo a polícia.

A investigação começou na cidade de Quatá, interior de São Paulo, com 15 pacientes, que tomavam remédios para psoríase. Descobriu-se que três pacientes não tinham nem mesmo a doença. O prejuízo que o governo teve em comprar remédios para essas pessoas, chegou a R$ 900 mil. A polícia chegou até a essa quadrilha por interceptação telefônica. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cidades como Marília, Ribeirão Preto e Bauru. Somente na sede da ONG foram apreendidos R$ 511 mil em medicamentos.
Representantes de ONG, advogados e médicos foram presos - Reprodução de TV O secretário de Saúde disse que em alguns casos, os medicamentos baixavam a resistência dos pacientes. Há três casos de pacientes que desenvolveram tuberculose aguda ao tomar um dos três remédios que não era adequado a eles.

- Tem médico que insiste para o paciente que tem que tomar o remédio que não está na lista do SUS. Isso não é um delito, é um direito. Mas é algo exótico. Em países civilizados, como a Inglaterra, isso não existe. É uma forma de corrupção mórbida porque mexe com a saúde das pessoas - afirmou o governador Serra.

O governador lembrou que quando era ministro da Saúde havia um caso de um laboratório que pagava uma ONG para que essa organização divulgasse um remédio de leucemia. Ele disse que dos 4 mil a 5 mil doentes com leucemia no país naquela época, apenas 400 tinham problemas que necessitassem do uso específico desse remédio indicado pela ONG.

Os presos responderão, segundo o delegado Fabio Pinha Alonso, por falsidade ideológica, formação de quadrilha ou bando, uso de documento falso e falsidade em atestado médico e perigo para a vida. Acumuladas, as penas podem passar 10 anos. A operação foi batizada de Garra Rufa, um peixe utilizado com fins medicinais.

BlogBlogs.Com.Br , Pingar o BlogBlogs, Technorati Favoritos, FAX SINDICAL no TechnoratiTechnorati Tags: , , , , ,

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o atendime

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi