SINDICATO DOS MÉDICOS E GOVERNO DO ESTADO NEGOCIAM EM PERNAMBUCO.
Domingo passado, o Ministério Público Estadual de Pernambuco, em atitude de independência e séria preocupação com o andamento dos negócios públicos, conseguiu reunir representantes do Governo do Estado de Pernambuco e a representação classista dos médicos, além de outras entidades médicas que se fizeram presentes, para respaldar a posição do sindicato. O Governo Estadual, dirigido por Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro, mostrou-se intransigente e insensível com o movimento dos médicos e com as suas consequências a curto e médio prazo. Enviou para a Assembléia projeto que terceirizava a gestão das unidades hospitalares do Estado para uma fundação pública de direito privado e o autorizava a contratar médicos para o serviço público mediante contratos precário, ou seja, não regidos por regime jurídico próprio de trabalhadores do setor público. A Assembléia Legislativa, em tempo recorde, antes do prazo próprio de qualquer debate ou reflexão, aprovou o desejo do Governador.
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco, amparado pelas outras entidades médicas (conselho e associação profissionais), decidiu recorrer à OAB, à Associação dos Magistrados do Brasil e à CNBB, alertando a todos da gravidade extrema da situação e demonstrando a sua disposição ao diálogo. O Ministério Público estadual teve o condão de fazer o governo voltar à mesa de negociações de um modo razoável.
As negociações continuam. O Governo do Estado de Pernambuco ofereceu aos médicos um vencimento básico inicial de 2.300 reais para os médicos diaristas e de 3.600 reais para os médicos plantonistas. O sindicato defende que a base para a remuneração seja a já concedida aos médicos com especialização em Neurocirurgia, ou seja, 5.600 reais. O norte das entidades médicas em suas reivindicações salariais é o piso salarial nacional defendido pela FENAM, que está próximo de oito mil reais mensais.
O próprio Ministro da Saúde já declarou publicamente reconhecer que os médicos estão mal remunerados. Veja no site http://portal.fenam2.org.br/item/portalDetails/9167
A Carta de Salvador, divulgada pela FENAM, alerta sobre o aviltamento e a desvalorização do trabalho médico, em especial no serviço público, e suas graves consequências, conforme pode ser visto no site da FENAM, página http://portal.fenam2.org.br/item/menuTop/a-fenam
Um sociedade e as pessoas que a representam (Governo, Congresso, Poder Judiciário, autoridades, pessoas que exercem cargos eletivos estaduais e municipais, economistas que dirigem os organismos que gerem a Economia nacional) deve valorizar o conhecimento. O valor do conhecimento é precioso e o conhecimento médico lida com um bem preciosíssimo, a vida.
No apagão da Saúde brasileiro, no seu recorte pernambucano, as Forças Armadas vão montar um hospital de campanha. Esse tipo de intervenção, como já havia acontecido anteriormente na epidemia de dengue no Rio, atesta a grave deficiência de gestão e de financiamento do sistema público de saúde. Na questão da gestão, apresenta-se como gravíssima a questão da gestão de pessoas. Na questão do financiamento, cumpre alertar que está em tramitação no Congresso Nacional a Emenda Constitucional 29, EC-29 ou Emenda da Saúde, cuja aprovação garantirá recursos básicos e fundamentais para um atendimento ao menos idôneo à saúde do povo brasileiro. Esse assunto está nas mãos do nosso popular presidente Lula e do Congresso Nacional.
Quem quiser ler a notícia completa sobre as negociações dos médicos pernambucanos, basta clicar no link abaixo, que leva à página da notícia no jornal eletrônico 360 graus, de Recife.
Fonte: link da notícia - Notícias 360
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