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Ano III ~ nº. 106 ~ 20 de novembro de 2008.
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS DISCUTE AUMENTO PARA MÉDICOS DA FHEMIG.
No último reajuste os médicos da FHEMIG foram contemplados com apenas
três por cento. Obviamente enganaram-se redondamente os que pensaram que
isso fosse uma solução satisfatória. O corpo clínico do Hospital de
Pronto Socorro João XXIII retomou exemplarmente a mobilização da
categoria. A Assembléia Legislativa mostrou sensibilidade e organizou
audiência pública sobre o assunto.
O presidente da FHEMIG, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais,
declarou no dia 19/11/2008, na Assembléia Legislativa, que o Governo do
Estado pretende negociar "melhorias salariais" para os médicos que
trabalham no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, de Belo Horizonte.
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais cobrou perante o Legislativo
mineiro melhora nos salários e denunciou a evasão de profissionais da
rede pública, em razão, principalmente, da defasagem salarial. Os
deputados presentes manifestaram apoio às reivindicações dos médicos.
Estavam presentes os Deputados Hely Tarqüínio (PV), vice-presidente da
Comissão; Carlos Pimenta (PDT), Doutor Rinaldo (PSB), Ruy Muniz (DEM) e
Elmiro Nascimento (DEM).
A tese do presidente da FHEMIG é a de que os médicos que atuam no
Hospital João XXIII (os que estão mobilizados neste momento) exercem uma
tarefa diferenciada e de maior complexidade e, por isso, merecem ganhos
maiores. Essa tese desconhece que os salários pagos aos médicos que
trabalham para o Governo do Estado de Minas Gerais estão defasados e são
ruins, comparados a outras unidades da federação e mesmo aos municípios,
como, por exemplo, Belo Horizonte. Desconhece também a realidade do
trabalho médico, porque médicos da SES, cedidos aos municípios, atuam
também em unidades com as mesmas dificuldades do João XXIII, como, por
exemplo, o HPS de Juiz de Fora.
Foi lembrada também a precariedade das gratificações pagas aos
profissionais que atuam em unidades de pronto atendimento da rede
FHEMIG, que não se incorpora aos salários para fins de aposentadoria.
A notícia, que transcrevemos abaixo, pode ser conferida na página:
http://www.almg.gov.br/Not/BancoDeNoticias/Not_716238.asp e é da
Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa.
Estado vai negociar melhorias salariais para médicos do João XXIII
O presidente da Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig), Luis Márcio
Araújo Ramos, afirmou que o governo pretende negociar melhorias
salariais para os médicos que trabalham no Hospital João XXIII. O
assunto foi discutido, nesta quarta-feira (19/11/008), em reunião da
Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que contou
com a participação de representantes dos médicos, que cobraram melhoria
salarial e denunciaram a evasão de profissionais devido à baixa
remuneração. O presidente da Fhemig disse que é a favor da possibilidade
de que os médicos da instituição recebam vencimento maior que os
profissionais de outras unidades de atendimento do Estado por causa da
maior complexidade dos atendimentos prestados. Os deputados presentes
apoiaram as reivindicações da categoria.
Luis Márcio Ramos afirmou que o governo conhece as dificuldades dos
profissionais e está disposto a negociar melhorias nos vencimentos,
sendo que uma reunião para debater esse assunto com o secretário de
Saúde está agendada para a tarde desta quarta-feira (19). Segundo ele, o
João XXIII é um hospital referência, e sua estrutura deve ser voltada
para o atendimento dos casos de maior complexidade.
Ele defendeu que seus profissionais tenham uma política remuneratória
diferenciada dentro do Estado, pois eles atendem situações de maior
complexidade. "Nós estamos atentos para todas as necessidades do
hospital. Desafios existem, mas estamos fazendo um grande esforço diário
para que os problemas sejam resolvidos", considerou. O diretor do
Hospital João XXIII, Antônio Carlos de Barros Martins, considerou que os
profissionais que trabalham na instituição são diferenciados, já que o
serviço prestado nos casos de maior complexidade exige uma maior
qualificação dos médicos.
Plano de carreiras - O presidente da Fhemig lembrou que o Estado já vem
fazendo um esforço para melhorar a situação salarial dos médicos, e
citou como exemplo a implantação do plano de carreiras em 2005. Ele
apresentou uma comparação entre os salários recebidos pelos médicos em
municípios como Betim, Contagem e Belo Horizonte e os profissionais da
Fhemig. Segundo ele, a remuneração (salário e abono emergência) do
médico do João XXIII é de R$ 4.041,00, só inferior ao valor recebido
pelos profissionais de Belo Horizonte, que é de R$ 4.096,00.
Entretanto, os representantes dos médicos contestaram os valores
apresentados pelo representante do Executivo. O presidente do Sindicato
dos Médicos, Cristiano Gonzaga da Matta Machado, afirmou que o
salário-base dos médicos da Fhemig é hoje inferior ao salário pago, por
exemplo, pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Segundo ele, enquanto
os médicos da Fhemig têm um salário-base de cerca de R$ 2.400,00 os
profissionais da PBH recebem cerca de R$ 3.200,00. Cristiano Gonzaga
também destacou que conquistas como o plano de carreira somente foram
obtidas após luta travada pela categoria.
O cirurgião-geral do Hospital João XXIII, Guilherme Durães Rabelo, e o
chefe de Cirurgia Plástica e Queimados da Rede Fhemig, Carlos Eduardo
Leão, lembraram que os abonos pagos atualmente pelo Executivo aumentam o
salário, mas depois não são incorporados na aposentadoria dos médicos.
Para Guilherme Durães, não é certo que os médicos do João XXIII recebam
menos que os profissionais da PBH. "Nós estamos vivendo uma situação
limite", afirmou.
Parlamentares defendem melhorias salariais
Os parlamentares presentes na reunião apoiaram as reivindicações de
melhoria salarial feitas pelos médicos do Hospital João XXIII. O autor
do requerimento para a realização da reunião, deputado Doutor Rinaldo
(PSB), lembrou a importância que o hospital tem para o atendimento dos
casos de urgência e alta complexidade no Estado e, principalmente, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Imaginem os danos que poderiam
ser causados à população se os médicos entrassem em greve", destacou.
O deputado Ruy Muniz (DEM) sugeriu que os adicionais recebidos pelos
médicos, como o abono de emergência, fossem incorporados ao salário,
para que os profissionais não passem a receber, no momento da
aposentadoria, um valor inferior. "Acredito que a adoção dessa medida já
contribuiria para a solução de parte das demandas da categoria",
considerou. Os deputados Hely Tarqüínio (PV), vice-presidente da
comissão, e Carlos Pimenta (PDT) também defenderam a valorização dos
médicos e dos outros profissionais da saúde para a melhoria do
atendimento à população.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Cristiano Gonzaga, lembrou que os
baixos salários podem chegar a comprometer o atendimento à população
prestado no Hospital João XXIII, apesar de todos os esforços feitos
pelos médicos. Segundo ele, atualmente existe falta de profissionais no
hospital, já que no último concurso realizado pelo Estado apenas 60% das
vagas foram preenchidas, sendo que 5% desses profissionais já saíram do
hospital devido aos baixos salários. "Sem uma política salarial adequada
não há como fixar o médico no hospital. Quando a remuneração é justa não
existe falta de profissional", destacou.
Essa posição também foi defendida pela vice-diretora clínica do Hospital
João XXIII, Solange Magalhães. Segundo ela, a falta de profissionais
devido aos baixos salários está sobrecarregando os médicos do hospital,
que acumulam volume de trabalho que seria para dois ou três
profissionais. "O concurso público não resolveu nosso problema porque os
médicos não estão ficando no hospital", afirmou.
RONDÔNIA APROVA PISO SALARIAL DE 9 MIL PARA MÉDICOS.
Em Rondônia o piso salarial dos médicos estaduais foi elevado de R$ 7,2
mil e para 9 mil reais. Os recentes acordos feitos em Estados do norte e
do nordeste apontam para uma valorização do conhecimento médico dentro
do serviço público. Os novos planos de cargos e salários poderão ter o
dom de atrair e fixar os médicos dentro do serviço público.
No sudeste, na maioria dos Estados, os salários são indignos e não
representam qualquer atrativo. Os políticos com mandato e poder de
decisão da região não mostraram, até o momento, nenhum interesse sério
em formular uma política decente de recursos humanos para os médicos do
serviço público.
Por enquanto, aos médicos que ainda resistem no serviço público em Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, resta olhar com uma pontinha de
inveja o salário mais justo dos colegas de Rondônia.
A Assembléia Legislativa aprovou o piso salarial no dia 18/11/08. A
notícia pode ser conferida em
http://www.rondonoticias.com.br/showNew.jsp?CdMateria=79517&CdTpMateria=7
Leia também no FAX SINDICAL:
1-Governo é obrigado a liberar recursos adicionais para a Saúde:
http://faxsindical.wordpress.com/2008/11/20/governo-libera-recursos-adicionais-para-a-saude/
2-Corrupção: Ministro da Saúde diz que FUNASA (subordinada a seu
Ministério) é antro de corrupção e é chamado às falas pelo PMDB. Leia em:
http://faxsindical.wordpress.com/2008/11/19/corrupcao-ministro-da-saude-e-chamado-as-falas/
3-Reféns em Juiz de Fora. Rebelião de adolescentes acautelados em
unidade do governo do estado demonstra periculosidade e precárias
condições de trabalho em unidade pública. Saiba mais clicando em:
http://faxsindical.wordpress.com/2008/11/19/rebeliao-de-menores-faz-refem-e-atesta-deterioracao-de-condicoes-de-trabalho/
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