As
entidades sindicais que representam a classe médica tem sido
coerentes e persistentes na denúncia de que o poder público tem
sido inapto para atrair e fixar médicos na rede pública de saúde.
Programas similares ao PROVAB, mais médicos e outras tentativas
locais e nacionais têm sido insuficientes. O serviço público não
é hospitaleiro para os médicos, por conhecidas razões:
1-Salários pífios, situados entre as piores carreiras do
funcionalismo público.
2-
Precarização do trabalho: contratos temporários, terceirizações
de atividades-fim, falta de concursos públicos (que contrasta com a
falta de médicos, mais grave na atenção secundária ou
especializada).
3-
Falta de infraestrutura e condições inadequadas de trabalho.
Se
as autoridades empoderadas desconhecem essa realidade, não o podem
fazer os médicos, que devem agir conforme a sua formação
intelectual, necessária para que se complete o mais difícil e o de
maior carga horária total de todos os cursos superiores.
Mais
alguns retratos da crise no SUS que confirmam o que está dito acima.
1-
A prefeitura de Campo Grande MS, admite que precisa de 1.200 médicos
e dispõe apenas de 900. Desse total apenas 706 são concursados e
recebem salário vil, principalmente se comparados a outras carreiras
no serviço público.
http://www.correiodoestado.com.br/cidades/campo-grande/sem-preencher-vagas-prefeitura-abre-selecoes-mas-perde-medicos/254124/
Conforme
a Sesau, o ideal seria que 1.200 médicos estivessem atuando nas 82
unidades de saúde da Capital. Porém, com as demissões o quadro
está 25% menor, com cerca de 900 profissionais disponíveis para
atendimento.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato
Grosso do Sul (Sinmed-MS) Valdir Shigueiro Siroma, a situação se
agravou depois dos 15 dias de greve, ocorridos no mês de maio. A
entidade afirma que antes da paralisação cerca de 1.400 médicos,
706 concursados e 638 contratados, atuavam no município.
Insatisfeitos, mais de 200 profissionais convocados não renovaram os
contratos e mais de 20 entram com pedido de exoneração.
Prefeitura abre seleções, não preenche vagas e perde médicos - Correio do Estado
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