ESTÁ NO JORNAL "O ESTADO DE MINAS" de hoje que o Prefeito de Juiz de Fora passará feriado na cadeia.
Envolvido em denúncia de fraude contra o Fundo de Participação dos Municípios, encontrado com uma fortuna em dinheiro vivo na Rua Curitiba, 173 - Bairro Aeroporto - Juiz de Fora (mais de um milhão e duzentos mil reais) e com armamento, incluindo pistola semi-automática 9mm de uso exclusivo das Forças Armadas, o Prefeito continua preso. Nas ruas sucedem-se manifestações pedindo sua saída da Prefeitura. São organizadas pela sociedade civil organizada, por organizações sindicais e estudantis. As pessoas decentes da cidade estão indignadas. A Câmara abriu uma CPI. O Vice-Prefeito está despachando. Todos os secretários do Prefeito preso continuam em seus postos. Todo esse imbroglio em pleno ano eleitoral. Será que Bejani continuará Prefeito?
Quinta-feira 17 de abril de 2008 06:40 Operação Pasárgada Prefeito de Juiz de Fora passará feriado na cadeia Parecer de procuradora é contrário à concessão de liberdade provisória ao prefeito de Juiz de Fora. Pedido ainda será julgado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça Bertha Maakaroun - Estado de Minas Humberto Nicoline/Especial EM
Alberto Bejani está preso na Grande BH há mais de uma semana A procuradora de Justiça Valéria Gontijo emitiu na quarta-feira parecer contrário ao pedido de concessão da liberdade provisória ao prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), apresentado ao Tribunal de Justiça pelo advogado Marcelo Leonardo. Ela considerou que estavam presentes no caso os requisitos para a manutenção da prisão preventiva, como conveniência da instrução criminal e a garantia da ordem pública. O caso deve ser julgado terça-feira, pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
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Bejani foi preso na semana passada, durante a Operação Pasárgada, da Polícia Federal, desencadeada simultaneamente em Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Ao cumprir o mandado de busca e apreensão, a PF apreendeu na casa do prefeito, em Juiz de Fora, e em sítio de sua propriedade, cinco armas, inclusive uma pistola 9mm, de uso exclusivo das forças de segurança, além de R$ 1,12 milhão em dinheiro.
Dois fatos podem ter embasado o parecer do Ministério Público no sentido da manutenção da prisão cautelar de Bejani. Ao tentar explicar o flagrante com as armas, o prefeito declarou que uma das pistolas apreendidas lhe teria sido doada por um policial civil. O prefeito também insinuou ter bom relacionamento com setores da segurança pública, abrindo a possibilidade para interpretações dúbias, inclusive, de que poderia tentar influenciar a dinâmica das investigações.
O flagrante que se seguiu à prisão do prefeito com o dinheiro e as armas desencadeou manifestações populares em Juiz de Fora, reivindicando o impedimento de Bejani. O Ministério Público entendeu constituir a prisão em flagrante de um agente público, chefe do Executivo da cidade, um elemento de intranqüilidade e descrédito para as instituições.
Sem benefício
Bejani é o único dos prefeitos detidos pela Operação Pasárgada, na quarta-feira da semana passada, a permanecer na prisão. Na madrugada da última sexta-feira, a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região revogou os decretos de prisão cumpridos durante a operação. Bejani não foi beneficiado pela medida, que soltou todos no sábado, porque, quando a Polícia Federal cumpria o mandado de busca e apreensão, o autuou em flagrante pelo porte ilegal de armas.
Na segunda-feira, o advogado Marcelo Leonardo apresentou ao Tribunal de Justiça pedido de liberdade provisória. Em seu despacho, o desembargador Sérgio Resende considerou ser necessário parecer da Procuradoria de Justiça. Agora, caberá à 3ª Câmara Criminal julgar o caso.
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