Matéria publicada pelo Estadão, mostra que os médicos, por meio de sua representação classista, o Sindicato, estão cansados de serem apenas a vidraça diante das pedradas eleitoreiras de interesses políticos.
O hospital "mais moderno do Estado" do Rio de Janeiro, como foi rotulado no dia de sua inauguração pré-eleitoral, está em tão completo abandono e descaso que o Sindicato dos Médicos vai acionar o Ministério Público, na esperança de que as autoridades tomem providências para garantir as condições de assistência daquela unidade. As pessoas que estão sendo atendidas naquela unidade correm riscos evidentes e a situação vai piorar com a deterioração da unidade.
A notícia, publicada no ESTADÃO on-line, na página http://www.estadao.com.br/geral/not_ger282871,0.htm
informa sobre as condições calamitosas do hospital:
"É um escândalo que teve conotação eleitoral, pois os governos federal, estadual e municipal inauguraram o hospital às vésperas da eleição sem a obra concluída. A improbidade administrativa está caracterizada pela incapacidade do controle de 50 monitores que podem ter saído pela porta da frente e pela exposição de um equipamento caro à ação do tempo. Isso pode prejudicar o funcionamento da aparelhagem", disse o presidente do sindicato, Jorge Darze. Segundo ele, o atendimento na unidade é precário e as equipes médicas estão desfalcadas.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008, 18:49 | Online
Médicos do RJ vão acionar MP por descaso com hospital
PEDRO DANTAS E ALEXANDRE RODRIGUES - Agencia Estado
RIO - Apontado como "o mais moderno do Estado" no dia da sua inauguração, poucos dias antes das eleições municipais, o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve todos os 50 monitores dos computadores roubados. Já o equipamento de ressonância magnética, estimado em R$ 2,5 milhões, espera ao relento a conclusão da obra da sala onde será instalado. Hoje, o Sindicato dos Médicos anunciou que entrará com uma ação por improbidade administrativa no Ministério Público Estadual (MPE) contra o prefeito da cidade, Washington Reis (PMDB).
"É um escândalo que teve conotação eleitoral, pois os governos federal, estadual e municipal inauguraram o hospital às vésperas da eleição sem a obra concluída. A improbidade administrativa está caracterizada pela incapacidade do controle de 50 monitores que podem ter saído pela porta da frente e pela exposição de um equipamento caro à ação do tempo. Isso pode prejudicar o funcionamento da aparelhagem", disse o presidente do sindicato, Jorge Darze. Segundo ele, o atendimento na unidade é precário e as equipes médicas estão desfalcadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho (PMDB), participaram da festa de inauguração do hospital, que custou R$ 72 milhões aos cofres públicos. A assessoria de Comunicação da prefeitura de Duque de Caxias confirmou o roubo dos monitores, ocorrido há mais de um mês, e informou que as anotações dos registros médicos são feitas desde então manualmente por médicos e atendentes. A compra dos novos monitores será feita após a conclusão do inquérito policial sobre o crime.
Já a conclusão da obra da sala de ressonância magnética ainda não tem previsão, segundo a assessoria da Prefeitura. A aparelhagem, que está no estacionamento, protegida apenas por plásticos, seria a primeira de ressonância em um hospital municipal no Rio de Janeiro. O prefeito eleito do município, José Camilo Zito (PSDB) disse hoje que não tem planos para o hospital. "É um hospital caro para a cidade, cerca de R$ 4,5 milhões ou R$ 5 milhões por mês e a maioria dos que vão ser atendidos ali não serão de Duque de Caxias."
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