ALAGOAS: médicos do HGE recém-inaugurado, vão pedir demissão em massa.
Descontentes com a demanda excessiva dos plantões do Hospital Geral do Estado e com a remuneração irrisória reservada aos médicos do serviço público, os médicos do Hospital Geral do Estado, em Alagoas, irão decidir pela demissão em massa. Os pedidos de demissão serão individuais, cada qual alegando a insatisfação com a remuneração percebida e com as condições de atendimento, pelas quais os profissionais declararão o seu desinteresse em atuar naquela unidade. O Sindicato pretende reunir os pedidos para tentar uma última negociação com o Governo para reverter a situação. Analistas políticos consideram difícil que o Governo do Estado queira negociar. Autoridades estaduais já fizeram declarações dizendo que a demissão em massa seria um blefe que os médicos estão usando para pressionar por um salário decente. E que não estão dispostos a transigir nesse tópico, por questões econômicas. Sindicalistas médicos e do serviço público estadual consideram que a decisão de muitos profissionais de pedirem demissão, mesmo inviabilizando o funcionamento do Hospital, poderá ser a saída para o problema. A notícia, na íntegra, poderá ser lida em http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=alagoas&cod=6802
Os salários do médicos do serviço público estão tão defasados, se comparados a outras carreiras bem sucedidas, a insensibilidade dos governantes diante do problema tem sido tão grande que espera-se uma luta prolongada, ainda cheia de desdobramentos sérios, até que a categoria médica seja respeitada e conquiste sua dignidade dentro do serviço público.
Médicos vão pedir demissão em massa do HGE
(24/11/2008 16:10)
Os médicos do recém-inaugurado Hospital Geral do Estado (HGE) podem anunicar, nesta segunda-feira à noite, uma demissão em massa. O motivo desta vez, além dos baixos salários, é a sobrecarga de trabalho.
Na assembléia geral desta segunda-feira (24), a partir das 19h, a Defensoria Médica entregará aos médicos que desejam pedir demissão do Estado os formulários que deverão ser preenchidos e entregues na Secretaria de Estado da Gestão Pública.
segundo o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, os pedidos de demissão são individuais, mas o Sindicato reunirá os médicos que não querem mais trabalhar para o Estado para que façam a entrega dos pedidos coletivamente.
"O Governo não acredita nos pedidos de demissão e acha que os médicos vão se sujeitar, indefinidamente, a trabalhar nas condições em que estão trabalhando hoje, com salário de 1.400 reais e sobrecarga de trabalho", afirma Wellington.
Leitos do HGE: faltam insumos e profissionais
Segundo Galvão, a situação no HGE é grave. O local abriu com uma grande oferta de leitos, mas - segundo ele - sem pessoal suficiente para atender à demanda. O Sinmed denuncia que faltam médicos de todas as especialidades, como cirurgiões-gerais, ortopedistas, intensivistas, neurologistas e até clínicos.
Wellington denuncia que os plantões estão "desesperadores". Além disso, faltam insumos e há carência não só de médicos como também de pessoal de apoio. "Neste final de semana, recebi inúmeros telefonemas de colegas que querem deixar o Estado porque não agüentam mais o HGE. Nós estamos incentivando esses pedidos de demissão, porque alguém nesse Governo precisa entender que o trabalho do médico deve ser respeitado. A categoria precisa de salários dignos, condições éticas de trabalho. Sem isso, não tem como continuar trabalhando para o Estado", continua Wellington.
O Sinmed tenta negociar com o Governo a implantação do PCCS dos médicos da rede estadual. Porém, segundo Wellngton, estão evitando que a categoria se reúna com o governador. "Estão nos blindando do governador Teotonio Vilela Filho. Eu espero que ele nos receba, porque essa questão tem que ser resolvida", denuncia.
PCCS - No ano passado, o Governo, logo após a greve dos médicos, prometeu implantar o PCCS, que seria proposto pelo Sinmed, tendo como base o piso salarial calculado pela Fenam. O Sindicato elaborou e encaminhou o projeto, mas não teve resposta oficial do Governo.
Segundo o Sinmed, fontes ligadas aos gestores estaduais afirmaram que o projeto "está fora da realidade".
por Carlos Madeiro c/ Divulgação
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