Médicos da capital decidem paralisar a partir de 28 de maio 13/05/2008 às 10:34
Médicos que atuam na cidade João Pessoa se reuniram ontem em assembléia realizada no CRM e decidiram paralisar as atividades no próximo dia 28
Os médicos que atuam na cidade João Pessoa se reuniram ontem em assembléia realizada na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM/PB) e decidiram que, caso não consigam uma audiência com o prefeito Ricardo Coutinho e a secretária de saúde do município, irão paralisar as atividades no próximo dia 28.
Tarcisio Campos, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Paraíba (SIMED/PB), afirmou que desde o ano passado os médicos vêm tentando negociar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Saúde: "Quando, finalmente, nós conseguimos abrir uma mesa de negociação, a única proposta apresentada pelos representantes da Secretaria da Saúde foi de 100% da produção do SUS, valor que inclusive já era pago a algumas especialidades. Além de não atender à necessidade da maioria das especialidades, visto que o médico não quer trabalhar por produtividade, isso divide o trabalho médico em os que têm produção e os que trabalham à noite, nos feriados e finais de semana, que serão prejudicados".
Na assembléia ocorrida ontem, os médicos deixaram claro que estão firmes no posicionamento por eles definido: "Não podemos mais discutir o vencimento básico e exigimos um tratamento que valorize nosso trabalho e que seja, para todos, igualmente justo. Não interessa se esse médico está no PSF ou atendendo no CAIS de Mangabeira, sua importância para o SUS é igual ao de um anestesista, cirurgião, pediatra, clínico, obstetra ou intensivista, até mesmo se ele atua na junta médica. Queremos discutir agora com nosso prefeito como vamos resolver esse impasse já que as discussões não evoluíram com a Secretaria de Saúde do município".
Uma comissão foi formada com representantes de todas especialidades e do SIMED/PB que, acompanhada pelo CRM da Paraíba e pela Associação Médica da Paraíba (AMPB), vai participar das negociações e encaminhar a estratégia de mobilização. "Esperamos que até o dia 28 de maio esteja tudo resolvido. O que falta para o acordo é muito pouco, os recursos existem e queremos apenas que a saúde da população seja vista com prioridade", disse Tarcisio Campos. A comissão vai se reunir no CRM/PB para tratar de aspectos legais da mobilização e fará, em breve, uma carta à população explicando os motivos que levarão a categoria à possível paralisação do dia 28 de maio.
O presidente do SIMED/PB declarou que a possível suspensão dos serviços médicos é apenas uma conseqüência da forma como as negociações foram conduzidas pelo município: "Não podemos ser responsabilizados pela paralisação. O que faltou foi diálogo por parte da Secretaria Municipal de Saúde já que desde o ano passado buscamos negociar o PCCR, inclusive dentro do Conselho Municipal de Saúde, junto com as outras categorias profissionais e, principalmente, com os representantes dos usuários da saúde", resumiu Tarcísio.
Comentários