domingo, 21 de junho de 2015

Médicos de Juiz de Fora farão assembleia dia 23 de junho.

Fax Sindical.
Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de MG
Juiz de Fora, 22 de junho de 2015.
_________________________________________________________

A Diretoria do Sindicato dos Médicos convoca

Assembleia Geral Extraordinária
MÉDICOS que trabalham na Prefeitura de Juiz de Fora.
PAUTA
      Negociações Salariais PJF

DATA: 23 de Junho de 2015 - Terça-feira.
HORA: 19 horas e 30 min.
LOCAL: SOCIEDADE DE MEDICINA E CIRURGIA DE JUIZ DE FORA.
Rua Braz Bernardino, 59 - Centro.



Editorial.

A onipresença dos bodes expiatórios habituais.

Apresentam-se importantes evidências de que haverá um acordo entre o Sinserpu e a Prefeitura, trazendo um aumento linear de 8,17%, dos quais apenas 3% estarão entrando no bolso dos servidores este ano. E no mês de dezembro. O poder de compra, até aquela data, continuará combalido. O Sindicato dos Médicos continua negociando, tentando sensibilizar a prefeitura sobre a forte defasagem entre os vencimentos dos médicos municipais e os vencimentos praticados pelo mercado e por outros segmentos do setor público.

A notícia sobre a negociação entre a PJF e o Sinserpu pode ser conferida em:
http://www.tribunademinas.com.br/servidores-aprovam-proposta-da-prefeitura/

Diz que a "recomposição salarial de 8,17%, considerando o IPCA, com início do pagamento apenas a partir de dezembro de 2015. A proposta é aplicar 3% no último mês do ano, e a diferença para alcançar o índice a partir de janeiro de 2016."

Por outro lado, há uma pressão crescente, em escala nacional, contra a classe médica. Perfeitamente compreensível, se levarmos em conta que governantes e gestores não admitem a crise que todos testemunhamos no nosso dia-a-dia, de um sistema público de saúde sucateado, onde os problemas só aumentam e as soluções desaparecem, como se não houvesse luz no fim do túnel. Sim, governantes e autoridades necessitam de um bode expiatório. E aqui vão aparecer os bodes expiatórios de sempre: os médicos.  

Recentemente a mídia deu farta cobertura ao fato de médicos de hospitais universitários catarinenses (serviço público federal, já parcialmente terceirizado pela EBSERH) não estarem cumprindo carga horária. Esse mote, nacionalmente, tornou-se a bandeira de luta pelos que acham que o problema da saúde se resume ao relógio de ponto e que o trabalho médico pode ser medido por tempo, como o trabalho industrial. A tese soa correta para a maioria da opinião pública, desatenta ou insuficientemente informada sobre questões de organização do trabalho. Faz passar a ideia que menos saúde vem do fato de que os médicos trabalham menos tempo, sugerindo haver uma classe de corruptos que não tem produtividade devido ao fato de não cumprir com rigor as cargas horárias.
Sobre o caso da carga horária nas repartições públicas federais de SC (referente apenas aos médicos) pode-se conferir no link:
 g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/06/pf-deve-coletar-64-depoimentos-de-testemunhas-sobre-medicos-do-hu.html

Diz a matéria sobre esse relevante problema descoberto pelas nossas autoridades no nosso sistema público de saúde em crise:
¨ Os que se propuseram a depor passaram por um processo de triagem, realizada desde que a operação foi deflagrada no dia 9 de maio. Foram feitos os agendamentos para os depoimentos formais daqueles em que foi identificado o vínculo efetivo com os profissionais e a relevância das provas.

Caso não seja possível ouvir todos até esta sexta, os agendamentos podem ser postergados para a próxima semana, informou a PF. De acordo com Rosa, os 27 profissionais de saúde indiciados na operação só serão ouvidos após a etapa de escutar as testemunhas já correlacionadas. A previsão é que na próxima semana iniciem os depoimentos dos médicos suspeitos.¨

É a chamada ¨operação Onipresença¨, que, como veremos no final, não é tão onipresente assim. Apenas no cumprimento farisáico da carga horária industrial sobre o trabalho médico.

Médicos de Blumenau, envolvidos nessa mesma operação, já foram absolvidos, conforme constata um portal local de notícias:

¨O advogado Erial Lopes de Haro conseguiu absolver dois médicos de Blumenau denunciados pelo Ministério Público Federal por não cumprirem carga horária de trabalho – situação semelhante a dos médicos do Hospital Universitário, em Florianópolis. Ele trabalha também na defesa dos envolvidos na operação Onipresença, desencadeada pela Polícia Federal, que reafirma ter provas robustas.¨

O leitor poderá conferir essa notícia visitando a página:
http://wp.clicrbs.com.br/visor/2015/06/19/advogado-que-conseguiu-absolver-medicos-de-blumenau-trabalha-na-defesa-dos-envolvido-na-onipresenca/?topo=67,2,18,,,15

A moeda tem o outro lado, que, ao que tudo indica, não é alvo de tantas investigações e nem de tão zelosas providências das nossas autoridades. Donde enxergamos a necessidade de refletir sobre essa onipresença unilateral, voltada para fabricar bodes expiatórios habituais para os fiascos não assumidos da gestão pública, usando como capa protetora o cumprimento implacável da lei "igual para todos¨.

Leiam esse trecho de uma matéria publicada no jornal Estado de Minas, sobre as condições de trabalho nas UPAs de Belo Horizonte (uma das raras matérias que olham o sistema público de saúde com os olhares que o médico que ainda atua em serviços públicos vê no seu dia-a-dia):
''A escassez de recursos, pessoal, medicamentos e materiais que sacrifica usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), antes de atingir os pacientes pressiona as equipes que estão dentro das unidades. Os médicos relatam ter medo, não só de agressões mas de serem punidos por complicações provocadas pela falta de infraestrutura ou pela pressão exercida pelos gestores por aumento de atendimentos – que não necessariamente significa melhor qualidade. Segundo uma das médicas da UPA Norte, no Bairro 1º de Maio, em Belo Horizonte, faltam medicamentos básicos, como amoxilina, para tratar infecções respiratórias típicas desta época do ano. Ela diz ainda que o trabalho fica comprometido pela falta de aparelhos de raios x e eletrocardiogramas, que chegam a permanecer inoperantes por dias. Insumos básicos, como talas de imobilização, máscaras para inalação, água filtrada para diluição de medicamentos orais, lençóis para macas e camas de observação, assim como cobertores, também estão na lista de materiais que faltam.

“A infraestrutura também é complicada. A UPA é pequena. Pacientes ficam nos corredores e alguns chegam a receber soroterapia em pé, por falta de leitos. Nos banheiros, faltam sabonete líquido, álcool em gel, papel toalha e papel higiênico”, diz a profissional. Segundo ela, o último ano tem sido o pior da carreira de duas décadas na unidade. “Muito médicos vêm e não ficam. Só não saio porque acho que tenho uma missão com essa comunidade”, afirma, lembrando que a violência do tráfico no local é outro complicador. “Constantemente a gente ouve tiros e tem que abaixar para se proteger. Traficantes já entraram na UPA para matar inimigos na nossa frente”, relatou.

Presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira explica que o problema da escassez de recursos é generalizado em Minas. No interior, onde a infraestrutura é ainda mais precária, os pacientes se vêm obrigados a procurar cidades polo para tratamento. Essa migração, de acordo com Lincoln, provoca um inchaço nos serviços de Belo Horizonte, também sufocados pela região metropolitana. “Como as unidades de pronto atendimento (UPAs) são porta aberta durante 24 horas, sete dias por semana, os doentes dão entrada na urgência e emergência para conseguir tratamento”, disse.

“Quem mais sofre é o paciente, que espera horas para ser atendido ou nem mesmo consegue o tratamento. Mas, na outra ponta, o profissional também vive a angústia de não ter estrutura. Fica de mãos atadas e não encontra retaguarda em outros hospitais para transferir o paciente”, afirma Lincoln Ferreira. Segundo ele, isso ajuda a explicar o motivo da falta de médicos. “Com tantas dificuldades, o profissional não assume o risco de continuar numa unidade onde o paciente pode morrer no seu plantão por falta de condições, porque pode responder ética e criminalmente por omissão de socorro”, ressaltou. ''

A matéria, na íntegra, pode ser lida na página:
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/06/21/interna_gerais,660371/receita-para-o-sofrimento.shtml

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