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Em Juiz de Fora, trabalhadores dos transportes públicos manifestam força por seus próprios meios

 Hoje a cidade foi surpreendida com um movimento espontâneo dos trabalhadores do transporte coletivo urbano. O próprio sindicato da categoria declarou ser um movimento espontâneo dos próprios trabalhadores, conforme matéria publicada na Tribuna de Minas. Ontem houve uma paralisação, ainda que parcial, que impactou os serviços de motoristas de aplicativos do UBER e 99. Há um desconforto, um descontentamento desses trabalhadores que respondem pelo transporte público de passageiros. 


No caso dos rodoviários de Juiz de Fora, consta que houve um acordo, que, à primeira vista atendeu parcialmente às reivindicações dos manifestantes. Não há informações seguras, até o momento, de que tenham havido intervenções de políticos com mandato ou governo ou sindicato nos atos e nas negociações. 

Isso demonstra uma volta ao tempo, uma retomada de uma história, quando os trabalhadores podiam contar apenas com a luta deles próprios, assim como foi no início, lá no século XIX e antes, e indica a possibilidade de um futuro que essa luta tenha seu recomeço, como foi no passado e será no futuro. 

Os tradicionais mecanismos dos sindicatos e do apoio político parecem não enquadrar mais, de forma efetiva, a luta de todos os trabalhadores. Essa tensão em trabalhadores celetistas e autônomos do setor de transporte urbano de passageiros reflete bem isso, na sua articulação, no seu encaminhamento e nas suas ações efetivas. 

Relato que essa tensão e descontentamento existe também em outras categorias profissionais, e muita gente sabe disso.

A luta recomeçará como começou em tempos idos, que já pareciam superados. Todos os que trabalham querem ter direitos, dignidade,renda. E, quando se sentem isolados dos mecanismos políticos e sindicais, acreditam e agem como se fossem eles mesmos os responsáveis pelos seus próprios destinos.

Isso deveria ser um alerta para amplos setores políticos de esquerda e para as organizações sindicais de que há muita gente que exige pautas mais pontuais, coerentes com a demanda de sua categoria profissional. Parabéns aos que lutaram. 


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