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CONSTATADA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DO ENSINO MÉDICO NO BRASIL. 17 cursos de Medicina com notas ruins serão supervisionados.

Avaliação do MEC dá conta da deterioração do ensino médico no País. O coordenador da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM), Genário Barbosa, afirmou que o problema se deve à própria política adotada pelo MEC nos últimos anos, permitindo a existência de cursos de qualidade questionável. “Temos de defender a população que será atendida por esses profissionais. Não podemos concordar com a existência de faculdades sem estrutura.” Essas faculdades ruins, muitas com mensalidades caras, superiores a dez salários mínimos ( PASMEM: DEZ SALÁRIOS MÍNIMOS), estão na gênese dos futuros erros médicos. Portanto, os orgãos encarregados de autorizar o funcionamento e fiscalizar essas empresas que vendem ensino médico têm uma responsabilidade terrível sobre isso. Há deficiências éticas e técnicas que irão influenciar o futuro desempenho profissional desses alunos. Portanto, o CFM está defendendo a população que poderá ser, em um futuro próximo, atendida por pessoas com formação deficiente.


Leia a notícia no link 17 cursos de Medicina com notas ruins serão supervisionados :: TXT Estado ou na transcrição abaixo.

17 cursos de Medicina com notas ruins serão supervisionados


4 são de instituições federais e outros 3 estão em São Paulo; vagas podem ser fechadas


Lígia Formenti, BRASÍLIA


Dezessete dos 103 cursos de Medicina avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) tiveram notas baixas (1 e 2) e serão submetidos à supervisão do Ministério da Educação (MEC). As instituições - quatro delas federais - terão um prazo para justificar o mau rendimento e apresentar propostas de melhoria. Se necessário, visitas de consultores serão realizadas. Caso nada disso dê resultado, faculdades podem ser fechadas.


link Veja todas as 103 instituições de ensino avaliadas pelo MEC

O ministro da Educação, Fernando Haddad, admitiu ontem, ao apresentar os resultados, que o baixo desempenho dos cursos de Medicina (16,5% dos avaliados) não o surpreendeu. Para Haddad, no entanto, é preciso esperar a justificativa das instituições. Ele ponderou que não pode ser descartada, por exemplo, a hipótese de boicote aos exames - o que empurraria os resultados para baixo.

Para Haddad, o fato de na lista figurarem quatro instituições federais não preocupa. “Federais também estão no grupo das que obtiveram melhor desempenho”, justificou.

Assim como ocorreu com cursos de Direito, as faculdades com conceitos 1 e 2 terão de apresentar um diagnóstico das razões que levaram a esse resultado e um plano de reestruturação - prevendo contratação de novos professores, redução do número de vagas e melhoria das instalações, por exemplo. Se as medidas forem suficientes, um “termo de saneamento” será assinado.

REAÇÕES

Para o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Almeida, duas razões podem explicar as baixas notas. “A primeira é o boicote que os alunos de Medicina, tradicionalmente muito politicamente engajados na Ufba, promovem contra esses exames”, pondera. “A outra é mais complexa: tem relação com a resistência dos professores mais antigos de renovar as metodologias e o conteúdo ensinado na faculdade.”

Já a diretora da Faculdade de Medicina da Federal de Alagoas, Rosana Vilela, afirma que a faculdade já estava ciente das deficiências do curso. “Estamos no meio de um processo de reformulação que começou em 2006. Creio que na próxima avaliação veremos os frutos.”

A Universidade Federal do Pará divulgou, por nota, que só irá se pronunciar quando receber o comunicado do MEC. O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, Edilbert Brito Filho, avalia que a faculdade precisa contratar mais professores. “Parte das disciplinas está na mão de substitutos”, disse.

A Universidade Metropolitana de Santos e o Centro Universitário de Volta Redonda afirmaram que só irão se pronunciar quando receberem o comunicado oficial do MEC. O diretor do curso de Medicina da Universidade de Uberaba, Galvani Salgado Agreli, garante que está “totalmente aberto” para prestar quaisquer esclarecimentos que o MEC julgar necessários e confia na qualidade da sua graduação. “O Enade é um dos critérios de avaliação do MEC. Mas há outros nos quais fomos bem avaliados. Na visita que fizeram às nossas instalações, por exemplo, elogiaram o corpo docente e o projeto pedagógico”, aponta. O Centro Universitário Nilton Lins, de Manaus (AM), divulgou nota em que critica a utilização do Enade para “mensurar a qualidade de um curso” e manifesta surpresa “com o resultado apresentado, especialmente pela forma equivocada da divulgação”. A reportagem não obteve retorno das demais instituições.

O coordenador da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM), Genário Barbosa, afirmou que o problema se deve à própria política adotada pelo MEC nos últimos anos, permitindo a existência de cursos de qualidade questionável. “Temos de defender a população que será atendida por esses profissionais. Não podemos concordar com a existência de faculdades sem estrutura.”

A Associação Nacional das Faculdades Particulares (Anup) preferiu não comentar. Por meio da assessoria de imprensa, a entidade informou que pretende analisar a situação antes de se pronunciar.
COLABORARAM ALEXANDRE GONÇALVES E SIMONE IWASSO

Comentários

Anônimo disse…
Há que ter cuidado onde se estuda, porque o ensino médico não é bom em todos os lugares e um se torna um mal profissional.
Um tem que escolher para estudar um bom lugar de dermatologia em são paulo

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