Documento revela vantagens obtidas por prefeitos de MG
Bejani recorreu ao lobista para liberar obra de hotel em Angra dos Reis
EZEQUIEL FAGUNDES E RICARDO CORRÊA
Em liberdade graças a uma decisão judicial, os prefeitos presos pela operação Pasárgada são suspeitos de uma série de delitos praticados para obter benefícios negociados com a quadrilha que comandava o esquema. É o que revelam os documentos sigilosos aos quais O TEMPO teve acesso, e que fazem parte da conclusão do inquérito que pediu a prisão dos acusados.
O relatório da PF mostra que o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), mantinha contatos com a quadrilha. Segundo a PF, "sob o mandato de Bejani", a Prefeitura "impetrou uma ação na Justiça Federal, através da celebração de um contrato de risco com a empresa TCQ Consultoria Empresarial (de Fabrício Alves Quirino, braço direito do lobista Paulo de Sá Cruz), através de inexigibilidade de licitação sem preenchimento dos requisitos legais para tanto, além de pagar quantias exorbitantes sobre os valores retidos recuperados caso ganhasse a causa.
A PF ressalta ainda que o processo "teve uma movimentação extraordinariamente célere", que teria sido "motivada pelo pagamento de propina a funcionários públicos com desvio de recursos públicos".
Bejani também teria utilizado o esquema para garantir uma decisão favorável aos seus negócios em Angra dos Reis, no litoral fluminense. Conta o documento que, "Bejani seria ligado à rede de hotéis "Privilége" e teria contatado Paulo Cruz, a fim de obter ajuda, através dos braços que a organização tem dentro do judiciário, de forma a poder interferir numa decisão judicial (da Justiça Federal) que embargou uma obra da empresa supracitada numa ilha localizada no litoral do Rio de Janeiro. Paulo teria dito a Bejani que poderá resolver a coisa através de um contato local que poderia ajudá-los."
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