sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Pseudociência e teorias conspiratórias prejudicam a saúde das presas tanto quanto vetores de doenças

A repercussão que as redes sociais dão a teorias conspiratórias e pseudociência  se tornou especialmente grave nessa pandemia. Assistimos perplexos certos grupos que organizaram manifestos públicos contra cuidados básicos de prevenção - protestos contra uso de máscaras e isolamento social. Esses atos públicos da ignorância se articularam a partir de repercussões de teorias conspiratórias e pseudociência nas redes sociais. 


O documentário “ O dilema das Redes” revela o que muitos já suspeitavam ou conheciam: as redes sociais não têm compromissos éticos genuínos com seus conteúdos. Elas usam algoritmos que são elaborados para fazer as pessoas ficarem mais tempo conectadas para valorizar mais a publicidade que veiculam e com a qual ganham dinheiro. 


É o caso do YouTube/Google com a pseudociência:“Oito dos 20 canais que disseminam essas informações falsas têm o selo de conta verificada pelo YouTube e pertencem a companhias ou a promotores de serviços de saúde alternativa.” Diz matéria publicada no UOL (https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/10/29/movimento-antivacina-avanca-online-por-que-ele-e-ameaca-a-saude-publica.htm ). 


Cientistas, médicos e profissionais de saúde lançam manifesto pedindo providências da União Europeia sobre o charlatanismo da pseudociência. Vigaristas vendem tratamentos ineficazes, levando milhares ou milhões de pessoas a não procurarem ajuda qualificada. A pseudociência mata e dá lucro para gente inescrupulosa. 


A informação está na BBC - https://www.bbc.com/portuguese/geral-54727068 


Um dos alvos preferidos dos ataques da pseudociência e das teorias conspiratórias, quando vêm prejudicar a saúde da humanidade, são as vacinas. 


“No material veiculado, três argumentos se sobressaem: que as vacinas contêm ingredientes perigosos (presente em 53% da amostra), de defesa da liberdade de escolha (48%), de promoção de serviços de saúde alternativa (em 42%).” (Na matéria da UOL citada acima). 


Não é sem tempo de autoridades de casa país e organizações internacionais tomarem providências contra esses absurdos da pseudociência e teorias conspiratórias sobre doenças e curas mirabolantes. Por uma razão muito simples: essa gente irresponsável prejudica a saúde das pessoas, tanto quanto os vetores das doenças. 

Governo de Romeu Zema condiciona pagamento em dia de funcionários à privataria

Servidores públicos do estado de Minas Gerais têm recebido seus salários de forma parcelada e com atraso. O governador do Partido Novo, Romeu Zema, paga algumas categorias (Saúde e segurança pública) apenas com atraso. As demais, além de atrasado o pagamento é parcelado. Essa situação perdura há alguns anos e o governador, no meio de seu mandato, ainda não resolveu o problema. Agora, o governador apresenta uma solução mágica: precisa vender uma parte do Estado para pagar em dia. O alvo inicial do governador é a CODEMIG, Companhia do Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Liquidada a CODEMIG, tentará o milionário governador agradar seus pares, oferecendo a água, a energia elétrica e outros bens do povo mineiro a interesses privados. 


Em reunião entre representantes sindicais do SINDPÚBLICOS MG com o secretário do Planejamento do Zema, Otto Levy, a colocação do representante do governo estadual foi enfática. Condiciona a obrigação do governo estadual de pagar em dia e o pagamento devido do décimo terceiro à negociação da CODEMIG para interesses privados. 


A matéria foi publicada no site da Rádio Itatiaia:

“Sindicatos que representam os servidores públicos estaduais se reuniram nesta quarta-feira com o secretário de Planejamento, Otto Levy, e apresentaram várias demandas. Dentre elas, o retorno da quitação do salário no quinto dia útil, e em parcela única, e o pagamento do 13º. No entanto, segundo o Sindpúblicos – MG, o estado respondeu que, tanto o salário em dia, quanto o pagamento do 13º dependem da aprovação da privatização de 100% da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) na Assembleia Legislativa.” (Matéria completa em https://www.itatiaia.com.br/noticia/sindicato-diz-que-governo-vincula-13o-e-pagamento-em-dia-a-privatizacao-da-codemig )


O partido NOVO, do governador, se nos apresenta como uma enganação. O nome é enganoso. Sob o rótulo de “novo” representa velhas ideias, como o moralismo udenista, o privatismo no interesse das ricas classes dominantes e a ideia de estado mínimo, segundo a qual o papel do Estado é garantir os direitos da propriedade e do dinheiro a quem tem muito mais do que a esmagadora maioria. 

Governo federal retomará projeto que começa privatização do SUS

O decreto que Bolsonaro diz que pretende reeditar, entre outros inconvenientes, facilita o desvio de recursos do SUS, como acontece com as organizações sociais. 


Bolsonaro já disse que vai reeditar o decreto sobre privatização do SUS, dizendo que a privatização não é privatização e contando com apoio de segmentos da mídia. 


Informa o jornal ESTADO DE MINAS: “O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira (29/10), que reeditará o decreto sobre privatização de unidades básicas de saúde até semana que vem. O presidente revogou o ato do poder Executivo após críticas. De acordo com Bolsonaro, houve um má interpretação da proposta. (Confira a matéria completa em : https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/10/29/interna_politica,1199598/presidente-bolsonaro-diz-que-vai-reeditar-decreto-sus-semana-que-vem.shtml


Em entrevista o ex-ministro e atual parlamentar Alexandre Padilha deixou claro que esse anúncio de possibilidade de negócios com unidades públicas de saúde cria facilidades para desvio de recursos destinados à saúde da população. Para o ex-ministro empresas privadas não têm interesse real no atendimento ao povo. Obviamente o investidor privado que gastar dinheiro nesses projetos vai querer retorno financeiro do que gastou. Diz a matéria:

“Na semana passada Bolsonaro deu declarações absurdas sobre o tema das vacinas. Agora, com esse decreto, estão anunciando a possibilidade de negócios com as unidades de saúde”, criticou Padilha, que é médico infectologista, em entrevista na manhã de hoje (28) à jornalista Denise Campos de Toledo, na Jovem Pan. “O que é muito absurdo? Primeiro acontecer no meio da pandemia, onde como você bem falou os profissionais de saúde do SUS foram fundamentais. Depois, não envolver municípios, nem o Ministério, nem os secretários de Saúde (na decisão).” Confira o texto completo em: https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2020/10/padilha-alerta-desvio-de-recursos-privatizacao-sus/


O anúncio da continuidade do projeto privatizante do SUS é coerente com a orientação neoliberal do governo Bolsonaro. Ninguém ignora que os neoliberais (que se autodenominam “liberais na economia”) defendem o ideal do Estado mínimo e o Estado mínimo está se lixando para a saúde do povo ( confira em https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/sistemas-de-saude-privatizados-nao.html ). 


O governo vai tentar nos convencer que privatização não é privatização. E tem quem acredite, por ingenuidade ou tosca má fé. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Na Coreia do Sul smartphones foram aliados importantes no êxito da luta contra a pandemia

Na Coreia do Sul as pessoas já eram habituadas ao uso de máscaras antes da pandemia e não houve nenhuma discussão sobre a necessidade ou a obrigatoriedade das máscaras. Todo mundo começou a usar. O caso da Coreia do Sul é citado como um exemplo positivo no controle da pandemia. 


Em artigo publicado no site DW a autora questiona: “Como explicar o fato de um país com tanto sucesso na pandemia ser tão pouco imitado? O exemplo da Coreia do Sul revela como o combate à covid-19 está ligado a conceitos ideológicos e à arrogância do mundo ocidental”

(O artigo completo pode ser lido em https://www.dw.com/pt-br/coronav%C3%ADrus-e-o-triunfo-do-coletivo-na-coreia-do-sul/a-55433688 

)


Na Coreia do Sul dados obtidos do uso dos celulares e big data foram usados largamente para controlar pessoas infectadas e impedir aglomerações. A testagem também, usada largamente, foi importante para esse êxito. 


A matéria deixa claro que “...esta pandemia criou muitos paradoxos. De um lado, as empresas de big data, como Google, Facebook, Amazon, Apple e Zoom, aceleram e ganham com a onda da digitalização. Os seus clientes, com seus dados pessoais, alimentam todo dia voluntariamente a fome insaciável por dados dessas empresas.

Se, por um lado, esses dados valem ouro para o marketing personalizado, eles parecem não valer nada para combater o coronavírus. Pelo menos não nos Estados Unidos, no Brasil, e na Alemanha. Aqui, em vez de usar a inteligência artificial e o rastreamento digital, o governo optou por medidas drásticas de distanciamento social e anunciou um segundo lockdown. “


Para os sul coreanos prevaleceu a ideia de que  “saúde vale mais que a proteção de dados e direitos individuais. No país asiático, a perseguição ao vírus é digital. O governo não decreta lockdown, mas obriga a população a ser controlada por meio de seus smartphones.” Estes dados foram usados em busca epidemiológica, alcançando grande êxito. 


Enquanto aqui no Brasil temos médicos que não entendem a importância do uso de máscaras e presidente que atua contra o isolamento social, e temos cerca 160.000 vítimas da pandemia, a Coreia do Sul dá um bom exemplo. O Brasil é citado mundialmente como um mal exemplo no combate à COVID.  Nessas terras o próprio ministro da Saúde não é profissional de saúde, em plena pandemia. 

Pseudociência mata e dá dinheiro para vigaristas

Cientistas, médicos e profissionais de saúde lançam manifesto pedindo providências da União Europeia sobre o charlatanismo da pseudociência. Vigaristas vendem tratamentos ineficazes, levando milhares ou milhões de pessoas a não procurarem ajuda qualificada. A pseudociência mata e dá lucro para gente inescrupulosa. 


A informação está na BBC - https://www.bbc.com/portuguese/geral-54727068 


"Vamos ser claros: as pseudociências matam."


“Essa é a mensagem que une 2.750 profissionais de saúde de 44 países (90% deles trabalhadores de saúde e cientistas de várias disciplinas).

O "1º manifesto contra as pseudociências em saúde", assinado por essa massa de profissionais, levanta a discussão sobre regulamentações contra produtos que não tenham eficácia terapêutica comprovada com rigor científico.

"Eles vendem açúcar aos enfermos e os fazem acreditar que isso pode curá-los ou melhorar sua saúde. Isso já causou mortes e continuará a fazê-lo", diz o manifesto dirigido de forma particular a órgãos reguladores da União Europeia sobre produtos terapêuticos alternativos aos medicamentos tradicionais.

Um problema que, dizem os signatários do documento, é replicado em qualquer lugar do mundo.”


"Todas as regiões são vulneráveis, todos os países e todas as pessoas", disse a epidemiologista chilena María Paz Bertoglia à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

"Muitas vezes existem regulamentações muito frouxas entre os países porque autorizações especiais são permitidas para alguns produtos que demonstram que não são tóxicos, mas que não demonstram eficácia", acrescenta.

Os profissionais de saúde apontam a homeopatia, por exemplo, como a "pseudoterapia mais conhecida", mas alertam que existem outras práticas "de medicina alternativa" que estão ganhando popularidade.”

SUS ameaçado de privatização, retenção de verbas e diminuição do orçamento.

 28 de outubro de 2020 ficou marcado por um ataque governamental ao SUS e fortes reações em todos os segmentos da sociedade. Mas, a anulação do decreto presidencial não esconde as intenções privatistas contra o sistema público de saúde. 


Se Bolsonaro bateu em retirada após perceber a forte reação ao seu ataque direto ao SUS não deve haver ilusões, ainda temos muito pela frente, na defesa do SUS. Como escreveu o colunista Leonardo Sakamoto: “Os dois fatos, ocorridos nesta terça (27), não são mera coincidência, mas fazem parte de uma lógica que precariza a saúde pública e depois vende a precarização como justificativa para a privatização do sistema.” (O artigo completo pode ser lido em https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/10/28/privatizacao-do-sus-e-incendio-em-hospital-sao-fruto-de-um-projeto-de-pais.htm ). Os fatos a que o colunista se refere são o decreto gorado 10.350 - que previa a privatização das unidades básicas de saúde, e o incêndio no Hospital Geral de Bonsucesso - https://extra.globo.com/noticias/rio/tres-pacientes-que-estavam-no-hospital-geral-de-bonsucesso-morrem-apos-incendio-duas-mulheres-com-covid-19-24715087.html?versao=amp. Sakamoto ainda acrescenta: “Mas, agora, com as amarras do teto de gastos, novos investimentos em hospitais só podem ocorrer se, por outro lado, precarizarem postos de saúde ou achatarem salários de médicos, enfermeiros e técnicos ou ainda tirarem dinheiro da educação ou da segurança pública.” O colunista aqui se refere à redução prevista no orçamento do SUS para 2021 e à retenção de recursos. (Tratamos desse assunto em https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/sus-podera-ter-crise-de-financiamento.html , https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/em-2021-servicos-prestados-pelo-sus.html , https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/governo-federal-retem-recursos-que.html )



Conclui o colunista: “Ninguém nega que o déficit público precisa ser equacionado e que soluções amargas devem ser propostas e discutidas. E que todos terão que dar sua contribuição, pobres e ricos. Mas o Brasil de Temer e Bolsonaro garantiu um remédio que, para curar a economia, mata os pobres. Faz sentido. Ao que tudo indica, não haverá espaço para pobres nesse admirável Brasil novo que pode surgir desse projeto de país.”  E esse receio faz  todo sentido nesse momento. 


Sistemas de Saúde privatizados não lidaram bem com a crise sanitária decorrente da pandemia

A pandemia levou os sistemas de saúde, na maioria dos países do mundo, para perto da exaustão. No Brasil, após quase cento e sessenta mil mortes e mais de seis milhões de casos confirmados de COVID, sabemos que a pandemia só não foi mais desastrosa por causa da existência do SUS. 


Em outros países a pandemia expôs fragilidades conhecidas de sistemas de saúde altamente privatizados. 


O sistema de saúde dos Estados Unidos, tido como caótico, foi levado ao seu limite, exigindo recursos públicos vultuosos para que hospitais privados e planos de saúde não fossem à falência. Não é difícil concluir que é um sistema que, em momentos críticos, não funciona e vai depender de muito dinheiro público para não ficar inoperante. 

Nos Estados Unidos,”os cidadãos precisam de um seguro particular para ter acesso a um médico ou pagar pelo tratamento do próprio bolso. E a grande maioria dos hospitais dos Estados Unidos são empresas que vivem do que cobram dos clientes e das seguradoras. A pandemia está levando ao limite as frágeis costuras de um sistema em que os doentes não são doentes, mas consumidores, e os médicos não são médicos, mas prestadores de serviços.”

(Matéria completa em https://brasil.elpais.com/internacional/2020-10-29/coronavirus-leva-ao-limite-o-caotico-sistema-de-saude-dos-estados-unidos.html ). 

A matéria ainda se refere à falta de transparência nas contas hospitalares. uma associação chamada Patients Rights Advocate, que luta por maior transparência nos preços dos hospitais. Existe uma ONG que tem cobrado, com insistência essa transparência.  “Sua diretora, Cynthia Fischer, os chama de “o cartel”. “A opacidade permite que hospitais e seguradoras façam acordos secretos nas nossas costas e nos cobrem a mais. É uma fraude que se comete todos os dias”, diz ela. Fischer pressionou a Casa Branca para aprovar uma ordem executiva exigindo transparência de preços. Donald Trump o fez no ano passado e a ordem entrará em vigor em 2021. Fischer elogia Trump, acredita que o que é preciso na saúde é mais transparência e mais mercado e que isso fará os preços baixarem. Outras análises não têm isso tão claro.”


Ainda antes da pandemia e durante os protestos sociais que convulsionaram o Chile, a BBC publicou uma matéria sobre a dificuldade de acesso a serviços de saúde naquele país. A situação da Previdência e da Saúde (Seguridade Social) foi um fermento do enorme descontentamento que explodiu nas ruas do Chile a partir de 2018 e culminou em um plebiscito que deixou clara a necessidade de uma nova Constituição. 


No Chile, “de você não tem dinheiro, você morre.” 

“O médico José Miguel Bernucci, secretário nacional da Faculdade de Medicina do Chile, diz que "o problema que estamos tendo, e que vem aumentando com o tempo, são as diferenças que os pacientes encontram nos sistemas público e privado".

No sistema de saúde chileno, a desigualdade está fortemente presente.”

"No Chile, os gastos com saúde ficam em 50% para entidades privadas e 50% para o sistema público. Parece justo, mas precisamos entender que 80% das pessoas são atendidas no serviço público", diz Bernucci.

Há mais mais alguns agravantes, segundo ele.

"Em saúde, existe um fator chamado determinantes sociais, que diz que as pessoas mais pobres têm a tendência a ficar mais doentes e, portanto, a gastar mais com saúde do que os mais ricos."

Ou seja, a população mais vulnerável fica mais desprotegida no país.

Há outro conceito, chamado "despesas diretas", que é o dinheiro que sai diretamente da renda primária de cada família para bancar a saúde. Nesse ponto, o Chile também não se sai muito bem.

Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançado neste ano, a média desse tipo de gasto em seus países-membros é de 20,6% da renda das famílias. No entanto, no Chile, esse valor sobe para 35,1%, ocupando o terceiro lugar nos países com os maiores custos diretos com saúde, apenas abaixo da Letônia e do México.

Em comparação, enquanto os brasileiros gastaram de seu próprio bolso o equivalente a US$ 351 per capita em 2016 em despesas com saúde, os chilenos gastaram US$ 766 em 2018, também segundo a OCDE.

Para Bernucci, esse é um fato que fala por si. "Isso gera desigualdade imediata, porque cria uma diferença entre os grupos de pacientes que não podem pagar, aqueles que podem pagar menos e aqueles que podem pagar mais".

Em outras palavras, a saúde, a vida e a morte dependem do quanto o cidadão chileno têm disponível para gastar.”

(A matéria completa pode ser lida em  https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50494429.amp )


Imaginamos que seria um enorme retrocesso para o Brasil se tivesse um sistema de saúde similar ao do Chile ou dos Estados Unidos. Não há os que defendam exatamente esses modelos, mas defendem diferentes formas de privatização do SUS, como aconteceu recentemente com o polêmico decreto gorado de Bolsonaro que implantava um grupo de estudos com a finalidade de realizar a privatização dos postos de saúde. O ministro Paulo Guedes foi funcionário do governo de Pinochet, que implantou o sistema de saúde do Chile. Muitos médicos que apoiam Bolsonaro são admiradores do modelo usado nos Estados Unidos e estudam propostas de variantes desse modelo para substituir o SUS. É de se entender que o risco de retrocesso no sistema público de saúde é real. 


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Segunda onda de COVID ameaça Europa

Há temor de que a segunda onda de COVID será pior que a primeira. Enquanto não houver a imunidade de rebanho, que só pode ser obtida pela vacinação, esse perigo ronda todos os países. 


A segunda onda de COVID na Europa, que se seguiu à normalização das atividades e fim das medidas de isolamento social, está mais assustadora que a primeira. O ministro da Saúde da Bélgica diz esperar um “tsunami de casos “.

Acredita-se que, na Bélgica, um em cada quatro profissionais de saúde esteja infectado e, mesmo assim, os hospitais belas estão pedindo que os infectados assintomáticos continuem trabalhando. Em que pese o potencial dessas pessoas infectarem outros. 


“Médicos na Bélgica estão sendo solicitados a continuar trabalhando mesmo depois de terem testado positivo para coronavírus, no momento em que o número de casos aumenta com a segunda onda de pandemia que atinge toda a Europa.”


“Devos, que é também chefe da Associação Belga de Sindicatos Médicos, reconheceu que existe um possível risco de transmissão por profissionais de saúde infectados, mas que “não tinham escolha se quisessem evitar o colapso do sistema hospitalar em poucos dias”.”


https://exame.com/mundo/belgica-pede-que-medicos-com-covid-19-continuem-trabalhando/


Nicolelis diz que aumento de casos de coronavírus na Europa deve acender alerta nos gestores brasileiros

http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/nicolelis-diz-que-aumento-de-casos-de.html


Os médicos espanhóis do sistema público de saúde iniciaram uma greve nacional, reivindicando que seu trabalho durante a pandemia seja reconhecido. 


“Segundo o gastroenterologista Sergio Casabona, que participou do protesto em frente ao Congresso, “a gota d’água” para os profissionais de saúde foi um decreto, publicado no final de setembro, que permite a transferência de médicos para outros serviços hospitalares independente de sua especialidade.”

https://istoe.com.br/medicos-da-saude-publica-da-espanha-fazem-greve-em-plena-pandemia/



Governo federal dá primeiro passo concreto para privatização do SUS


Não é mais possível ter ilusões. O SUS está sob ataque. Esse ataque vem do governo. Primeiro pela redução do financiamento do sistema (Confira em 

http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/em-2021-servicos-prestados-pelo-sus.html ).  O Conselho Nacional de Saúde também já se manifestou contra a retenção de verbas destinadas ao SUS (Confira em https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/governo-federal-retem-recursos-que.html ) Agora chega o decreto 10.530/2020, de 26 de outubro de 2020, assinado por Bolsonaro e Paulo Guedes. O decreto determina estudos para concessão das unidades básicas de saúde à iniciativa privada. 


(Confira na matéria - https://www.hypeness.com.br/2020/10/desmonte-do-sus-decreto-anuncia-privatizacao-da-atencao-basica-em-retrocesso-historico/ , e também em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/governo-federal-diz-buscar-modelos-de-negocios-para-unidades-basicas-do-sus-em-plano-de-concessoes.shtml , para o inteiro teor do decreto veja em Decreto Nº 10530 DE 26/10/2020 - Federal - LegisWeb - https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=403237 )


Diz a matéria publicada pelo portal Hypeness:

“O Presidente Jair Bolsonaro emitiu um decreto na última segunda-feira (26) autorizando a criação de grupos de estudos para a concessão de Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada através do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República. Assinam o decreto Bolsonaro e Paulo Guedes, Ministro da Economia.”


“O decreto Nº 10.530 representa uma grande ameaça ao SUS da maneira que conhecemos: uma possível administração privada do Sistema Único de Saúde seria um passo grande para maior privatização do sistema. O motivo da formação do SUS foi a criação de uma saúde que pensa no sujeito independentemente do lucro; em caso de privatização ou concessão, a chance de uma remodulação que impeça serviços de alto custo e baixo retorno para o sistema é alta.”


Na terça- feira (27/10/20), quando o decreto foi publicado no DOU, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, se manifestou contra o decreto 10.5330/2020, que classificou como arbitrariedade. 


O decreto presidencial é claro. Coloca a saúde das pessoas como negócio.  O objetivo do decreto é criar projetos-piloto sob a forma de um novo “modelo de negócios”, que seriam pactuações com a iniciativa privada. Não é necessário dizer que a iniciativa privada contempla quem tem capital e visa retorno financeiro dos investimentos que faz. 

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/governo-federal-diz-buscar-modelos-de-negocios-para-unidades-basicas-do-sus-em-plano-de-concessoes.shtml


A história não é nova. Temos aí o exemplo da privatização e terceirização (embora parciais) para organizações sociais da saúde “sem fins lucrativos”, modelo que após anos de ineficiência e escândalos é tido como fracassado. 

(Leia mais em http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/comeca-o-fim-das-organizacoes-sociais.html )


O SUS nasceu de ideias generosas e não pode ser transformado em um “negócio”. Tratar saúde como mercadoria é um retrocesso. A saúde não pode ser expropriada pelo capital. 

http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/os-primordios-da-historia-do-sus-vale.html


A sinalização pela privatização do SUS é clara. O ministro Paulo Guedes serviu ao regime de Pinochet e sua ideias são um café requentado do neoliberalismo em voga nas últimas décadas do século passado. É de se entender que foi uma visão como essa que o ministro da Economia adora que levou o Chile à convulsão social dos últimos anos. 

Foi articulada uma frente parlamentar em defesa do SUS. Outros setores, como o Conselho Nacional de Saúde também estão se manifestando. Acreditamos que mais do que nunca, será uma mobilização nacional em defesa do SUS. Citando o doutor Drauzio Varela:  “Esquecem que o SUS oferece gratuitamente o maior programa de vacinações e de transplantes de órgãos do mundo. Nosso programa de distribuição de medicamentos contra a aids revolucionou o tratamento da doença nos cinco continentes. Não percebem que o resgate chamado para socorrer o acidentado é do SUS, nem que a qualidade das transfusões de sangue nos hospitais de luxo é assegurada por ele.” É o SUS ou a barbárie. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Senadores cobram valorização do trabalho médico e das condições de trabalho dos médicos brasileiros

O trabalho médico no serviço público não é valorizado pelos governantes e autoridades, considerando que os salários destinados a médicos estão entre os piores das funções e carreiras de nível superior. Não bastasse isso há precarizações e terceirizações, que fazem com que o trabalho médico seja ainda mais desvalorizado. Quer o médico esteja em funções assistenciais, administrativas ou de gestão, seu salário está sempre no rodapé dos profissionais de nível universitário do serviço público. 


Essa é uma realidade contra o qual os sindicatos médicos e os profissionais com militância no serviço público têm lutado há décadas. Um realidade histórica lamentável e uma luta histórica que não termina e se acaso pára, vai recomeçar ali na frente.  


EM homenagem ao Dia do Médico, houve sessão no Senado, com a presença de parlamentares que cobraram a valorização do trabalho médico e melhores condições de trabalho, conforme pode ser conferido no site do Senado, em https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/senadores-cobram-valorizacao-dos-medicos-e-do-sus


“O Senado homenageou os médicos brasileiros com uma sessão especial remota para comemorar o Dia Nacional do Médico, celebrado anualmente no dia 18 de outubro. Os parlamentares cobraram a valorização desses profissionais e melhores condições de trabalho. A sessão foi uma iniciativa do senador Izalci Lucas.”

Governo Federal retém recursos que deveriam ser aplicados no SUS, para o bem estar de todos os brasileiros

Matéria no jornal “Valor Econômico” fala sobre as dificuldades do SUS, em especial quando à distribuição de medicamentos. A oferta de medicamentos é desatualizada e nem sempre supre a demanda. 


“O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a todos os brasileiros acesso gratuito a tratamentos e medicamentos, mas na prática não é o que acontece, por muitas razões. A principal delas é a falta de recursos para o financiamento do próprio SUS, somada à desatualização das listas oficiais de medicamentos oferecidos, à burocracia excessiva e a uma gestão ineficiente.”


https://valor.globo.com/publicacoes/suplementos/noticia/2020/10/26/falha-na-oferta-de-medicamentos-acentua-desigualdades.ghtml


O Conselho Nacional de Saúde também tem relato essas dificuldades, cumprindo o papel que lhe cabe. 


O CNS, Conselho Nacional de Saúde, constatou que em diversas áreas o financiamento do SUS pelo governo federal foi considerado inaceitável, intolerável ou inadequado. Em muitas situações o governo não repassou a verba que deveria ser repassada a setores importantes da saúde. 


Pessoas ficarão desassistidas diante dessa postura negligente do governo Bolsonaro diante das demandas da saúde pública. E, percebam, o governo está fazendo isso durante uma pandemia que causou uma crise sanitária. 


A matéria pode ser lida no próprio site do CNS - 

http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/1430-cns-considera-inadequado-intoleravel-e-inaceitavel-areas-de-financiamento-do-sus-no-primeiro-quadrimestre-de-2020


“Cumprindo seu papel constitucional de fiscalização e monitoramento das contas do Ministério da Saúde (MS), o Conselho Nacional de Saúde (CNS) apresentou nesta sexta (23/10), durante sua 65ª Reunião Extraordinária, as contas do Sistema Único de Saúde (SUS) até 30 de abril de 2020. O encontro ocorreu virtualmente, na presença de conselheiros e gestores do MS. A Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (Cofin), do CNS, indicou medidas corretivas em diversas áreas onde o financiamento foi considerado inadequado, intolerável e inaceitável.”


“Na classificação “inaceitável” estão diversas áreas como Ações de Vigilância Epidemiológica, em que foram empenhados apenas 8,62% (R$ 16,1 milhões); e Reaparelhamento de Unidades do SUS, onde foi pago apenas 0,08% (R$ 80,8 mil), dentre outras. O Relatório mostra ainda que o Programa de Estruturação de Saúde da Família (Proesf), por exemplo, teve zero reais de empenho e zero reais liquidados, mesmo com um orçamento previsto para ser aplicado.”

Professores do Paraná também reagem a decisão do governo estadual de reiniciar aulas presenciais.

Os professores, através de seus sindicatos, têm demonstrado uma genuína preocupação com a saúde pública, que têm faltado a muitos governantes e aos interesses aos quais eles se associam. 

Nem mesmo a segunda onda, agora evidente na Europa, e pouco tempo depois da liberação das aulas presenciais, têm servido de alerta e despertado a prudência nesses governantes. (Veja sobre a segunda onda em 

1- http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/segunda-onda-de-coronavirus-na-europa.html

2- http://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/nicolelis-diz-que-aumento-de-casos-de.html )

Agora foi a vez do Paraná, onde o sindicato dos professores APP-Sindicato, teve que recorrer à Justiça contra a decisão irreconciliável do governo do Estado (Ratinho Jr.) de reiniciar imediatamente as aulas presenciais. 

Aconteceu no Paraná (matéria em 

https://cgn.inf.br/noticia/271072/app-sindicato-entra-na-justica-contra-convocacao-para-atividades-presenciais-nas-escolas-estaduais)

“A APP-Sindicato entrou na Justiça contra o Estado do Paraná, nesta sexta-feira (23), pedindo a suspensão imediata da convocação de professores(as) e funcionários(as), pais(mães) e estudantes para o retorno gradativo das atividades presenciais em escolas da rede pública estadual.”


Privatização da água tem causado preocupação em muitas capitais brasileiras

No Brasil há um grande receio em relação à privatização da água. A orientação neoliberal do governo federal, capitaneada pelo ministro Paulo Guedes (ex- funcionário de Pinochet) tem sinalizado a muitos governantes locais sobre a necessidade de vender o abastecimento da água a interesses privados. Apesar do fracasso da experiência em outros lugares, no Brasil esse assunto velho e requentado parece atual. 

Em várias cidades, organizações que representam segmentos da sociedade civil organizada tem apresentado sua apreensão em relação a esse projeto e suas intenções. 

Não foi diferente no Acre, onde os urbanitário da capital apresentaram aos candidatos a prefeito as apreensões da comunidade em relação à privatização da água, que a todos abastece. 

“A diretoria do Sindicato dos Urbanitários tem sentado com os candidatos à prefeitura de Rio Branco, para discutir se eles pretendem privatizar o sistema de distribuição de água da capital acreana. A mobilização dos sindicalistas é para que a população riobranquense se envolva neste debate que é de interesse de toda a sociedade. “O nosso temor é que o governo do Estado entregue aos novos prefeitos a gestão do Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa) nos municípios”, declarou o sindicalista, Marcelo Jucá.”


http://www.jornalatribuna.com.br/sindicato-lanca-campanha-de-nao-privatizacao/

Vagas para médicos no SUS do Espírito Santo, para trabalho temporário e cadastro de reserva.

Mesmo durante essa crise sanitária decorrente da pandemia, é interessante notar que gestores públicos tratam o trabalho médico como algo precário, embora a Constituição garanta que a Saúde é direito de todos e dever do Estado. 


Há, dentro do SUS, uma distorção que é a existência de contratos precários de trabalho, muitos até em desacordo com a legislação trabalhista vigente (exemplo pagamento por RPA, com exigência de subordinação e horário fixo). A remuneração do médico no serviço público costuma estar entre as piores, quando comparada a profissionais de nível superior que atuam em outras áreas. É histórico, no movimento sindical médico, a denúncia de que o serviço público está perdendo a capacidade de atrair e fixar profissionais necessários para cumprir seus deveres constitucionais. 


Feita essa advertência preliminar, vamos a essa oferte de vagas no Espírito Santo. 


No Espírito Santo são oferecidas vagas para profissionais de saúde em caráter precário: contratação temporária e também cadastro de reserva. 


O governo do Estado do Espírito Santo abriu edital para contratação de profissionais de nível superior, técnico e médio, alegando excepcional interesse público. 


Mas é bom estar atento: as contrações são precarizadas, ou seja, em caráter temporário e incluem também um cadastro de reserva. 


(Matéria em https://www.portaltemponovo.com.br/estado-abre-inscricao-para-medicos-de-diversas-especialidades-com-salario-de-ate-r-10-039/)


As inscrições estão sendo realizadas eletronicamente, por meio do site www.selecao.es.gov.br e podem ser feitas até às 12h do dia 03 de novembro de 2020, observado o fuso-horário de Brasília.

Há vagas para médicos de diversas especialidades, como alergista, anestesista, angiologista, cardiologista, cirurgião plástico, cirurgião pediátrico, dermatologista, médico do trabalho, endocrinologista, oftalmologista, urologista, entre outras especialidades. Os salários vão de R$ 5.019,58 a R$ 10.039,17.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Segunda onda de coronavírus na Europa encontra serviços de saúde com menos médicos

Está acontecendo na Europa e poderá acontecer aqui no Brasil também. Vem a segunda onda de coronavírus após a abertura, quando tudo, aparentemente, voltou ao normal. E a segunda onda, que, segundo já afirmou o cientista Nicolelis (https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/nicolelis-diz-que-aumento-de-casos-de.html) deveria acender o sinal de alerta, encontrou os sistemas de saúde da Europa desprevenidos. No Brasil, a situação poderá ser pior, porque o financiamento do SUS será menor em 2021 (https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/em-2021-servicos-prestados-pelo-sus.html). 


Um dos problemas constatados agora na Europa, nessa segunda onda de coronavírus,  é uma deficiência do número de médicos. Haverá aumento do número de internações hospitalares e demanda por cuidados intensivos e o número menor de médicos atuando na linha de frente poderá comprometer esses cuidados. 


É o que nos informa matéria publicada em https://www.moneytimes.com.br/europa-enfrenta-falta-de-profissionais-medicos-em-segunda-onda-do-coronavirus/


“Durante a primeira onda da pandemia, houve corrida por leitos extras e governos pressionaram fabricantes para produzir respiradores e máscaras. Agora há material disponível, mas a falta de médicos, enfermeiras e técnicos coloca os serviços de saúde à prova, já que o número recorde de casos atinge a região simultaneamente.” 


No segundo pior surto da Europa, autoridades buscam recrutar funcionários de restaurantes desempregados, aposentados e refugiados para preencher a lacuna. Com tantos belgas atualmente em quarentena, há menos pessoas disponíveis para tratar os doentes do que durante a primeira onda na primavera europeia.”

Governo federal está colocando em risco a vacinação contra COVID no Brasil


A vacinação contra a COVID, que custou enormes gastos em pesquisas e milhares de horas de trabalho de milhares de pesquisadores, não pode ser colocada em questão pela raiva e ressentimento que marcam a polarização política radicalizada e improdutiva. 


Nunca antes na História, as pesquisas sobre uma vacina foram tão transparentes e tiveram tanta cobertura na mídia. Governos do mundo inteiro investiram bilhões de dólares na pesquisa e no desenvolvimento da vacina e cada passo dos estudos e pesquisas foi publicado com destaque na mídia. 


Esse esforço da comunidade internacional deve ser reconhecido e aplaudido e não minimizado ou desqualificado por declarações bizarras de certos governantes, respaldadas pelo obscurantismo de seus apoiadores incondicionais e por adeptos de teorias conspiratórias antivacinas.  


Matéria publicada no jornal O TEMPO, de Belo Horizonte, chama atenção para o risco da disputa política em torno da vacinação e do grave risco que todos nós brasileiros corremos pela falta de um plano nacional de vacinação, como sempre existiu contra todos os a agravos à saúde que podem ser prevenidos por vacinação. 


O presidente da república ter classificado uma vacina produzida pelo prestigioso Instituto Butantã como “vacina chinesa do Dória”, prova que não está encarando a situação com a devida seriedade, e chega a atravessar as fronteiras da irresponsabilidade. 

(A matéria pode ser lida em https://www.otempo.com.br/brasil/coronavirus-guerra-politica-em-torno-das-vacinas-pode-prejudicar-imunizacao-1.2403746)


O assunto é muito sério para ser afundado na águas poluídas da politicagem. O governo federal e o presidente da república têm responsabilidades inalienáveis com a saúde da população e o presidente não tem direito de transformar isso em mera peça de um joguinho de poder compartilhado em redes sociais no qual o objetivo do presidente é permanecer mais quatro anos no poder. Saúde é coisa séria. O presidente da república tem a responsabilidade irrenunciável de tratar da saúde dos outros com seriedade.  

Em 2021 serviços prestados pelo SUS serão prejudicados por menos financiamento

A ameaça ao SUS, por meio do corte de financiamento é uma ameaça concreta. É previsível que o sistema entre em crise com menos recursos. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2021 prevê R$ 123,8 bilhões para a saúde. R$ 40 bilhões em relação a 2020. 

Os recursos são considerados insuficientes para o simples custeio dos serviços normais e colocam em risco a continuidade e regularidade de prestação de serviços essenciais. 


Editorial do ESTADÃO ( https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,o-sus-em-perigo,70003487389 ) informa sobre matéria publicada no VALOR ECONÔMICO (já citada aqui no Sindicato Expresso - https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/sus-podera-ter-crise-de-financiamento.html ). Nessa matéria, especialistas em gestão da saúde pública alertam que o SUS sofrerá forte pressão devido ao fato da pandemia ainda não ter cedido por completo e, além disso, procedimentos médicos que ficaram estancados por causa da pandemia (atendimentos eletivos) deverão ocorrer em. 2021, com demanda bem acima do normal. Cita ainda o editorial do Estadão o alerta do Dr. Adriano Massuda, médico sanitarista e  professor da Fundação Getúlio Vargas: “O risco de colapso do SUS não é mais devido à covid-19 apenas, mas também pela falta de recursos para suprir demandas não atendidas este ano e que devem ter consequências no ano que vem”. 


Temos, nesses tempos, um quadro de ameaça concreta ao funcionamento do SUS, conquista inédita do povo brasileiro e consagrada na Constituição de 1988. O que será da esmagadora maioria dos brasileiros que depende unicamente do SUS para ter assistência à sua saúde?

domingo, 25 de outubro de 2020

Vacina contra poliomielite é exemplo do êxito da vacinação

A poliomielite é um exemplo do êxito das campanhas de vacinação. Milhões de crianças deixaram de crescer com deficiência física porque houve uma vacina que impediu isso. Os que hoje negam o direito à vacinação contra COVID deveriam por a mão na consciência. O povo brasileiro não pode continuar sendo gado mandado para o abate. Viva a vacina!


“Neste sábado (24) é celebrado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. São 31 anos sem a doença no Brasil devido às ações de vacinação, única forma de prevenção indicada que garante a proteção. Conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave que afeta o sistema nervoso, podendo provocar paralisia permanente ou transitória dos membros inferiores. Não existe tratamento e a vacina protege contra os três sorotipos do poliovírus”


https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/vacina%C3%A7%C3%A3o-garante-brasil-livre-de-poliomielite-h%C3%A1-mais-de-tr%C3%AAs-d%C3%A9cadas-1.809131

“Médicos pela Verdade” é uma teoria conspiratória que nada tem de Ciência ou verdade e faz mal à saúde.



O nome da Medicina está sendo usado para enganar pessoas com falsas ideias sobre pandemia e vacinação. Esses grupos cometem um verdadeiro crime contra a saúde pública. Basta pesquisar em mecanismos de busca (Yahoo, Bing, Google, DuckDuckGo) e sites de checagem de fatos para descobrir o desserviço que essa gente tem prestado. É importante desmascarar tudo isso, porque são teorias conspiratórias nocivas à saúde física e mental das pessoas. 


Médicos pela verdade é uma teoria conspiratória destinada a iludir tolos, porque explora o desconhecimento completo da Ciência por parte de pessoas com instrução deficiente. Essa teoria conspiratória ganhou adeptos durante a pandemia, cativando pessoas sem conhecimentos e desinformadas.


Matéria publicada na revista ISTO É informa objetivamente sobre a visão idiota dessa gente ( Confira em https://www.istoedinheiro.com.br/medicos-pela-verdade-teorias-da-conspiracao-em-um-jaleco-branco/ )


“Eles são médicos, unidos “pela verdade” por trás do que chamam de “a narrativa oficial da covid-19”. Garantem que a OMS mente, que as máscaras, a distância social e os testes PCR não servem e que os governos inflam as estatísticas e manipulam os cidadãos. Em poucos meses, eles têm se expandido para uma dezena de países, e se erguem em uma única voz para divulgar teorias da conspiração surgidas na pandemia sem qualquer respaldo científico.”

“Para o especialista, o surgimento do Médicos pela Verdade faz parte “de um processo mais geral: o relativismo científico e moral”. Um fenômeno que, detalhando, “vem junto a um posicionamento fanático diante da realidade, que nos leva a ignorar os dados e sustentar as visões maniqueístas e simplistas”.”


sábado, 24 de outubro de 2020

ABRASCO apoia ex- ministro e deputado Alexandre Padilha, censurado pelo CREMESP

A Abrasco apresentou nota de apoio ao deputado e médico Alexandre Padilha, diante de tentativa de censura do CREMESP, Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que abriu procedimento disciplinar contra o deputado por ter divulgado uma live em redes sociais na qual condenava a autorização do governo federal para aplicação de eletrochoque no SUS. 

Os responsáveis pela medida ignoraram até mesmo o instituto da imunidade parlamentar, que garante aos congressistas o direito de palavra sem estarem sujeitos a retaliações. 

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo, por meio de uma ilação perigosa e potencialmente autoritária, entendeu que a opinião emitida pelo deputado seria um ilícito disciplinar. 

“A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou hoje (23) nota de apoio ao deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP).  Em abril, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu sindicância contra o deputado, afirmando que ele descumpriu artigo que proíbe médicos de desobedecer ou desrespeitar resoluções do Conselho Federal de Medicina e suas regionais. O desrespeito seria a publicação de um vídeo de Padilha em suas redes sociais, em fevereiro de 2019, criticando decisão do governo federal de estimular tratamentos com eletroconvulsoterapia no âmbito do Sistema Único de Saúde.”

A questão extrapola a aceitação ou não do emprego do eletrochoque e entra no terreno da censura pura e simples. 

Quem se interessar pode ler a matéria completa em https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/10/abrasco-apoia-alexandre-padilha-censurado-por-criticar-uso-de-eletrochoque-no-sus/

Grupo parlamentar se articula para defender o SUS diante das ameaças a seu funcionamento

Quais serão os desafios do SUS após a pandemia? Como ficará o financiamento do SUS em 2021, diante dos cortes de recursos na saúde tornados possíveis pelo EC 95? Como serão as repercussões disso para as dezenas de milhões de brasileiros que dependem do SUS nos momentos mais difíceis de suas vidas? 


Muitos congressistas instalaram uma frente em defesa do SUS. “A frente foi articulada pelo deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) e pelo senador Weverton (PDT-MA). O primeiro será presidente da frente e o segundo, vice-presidente. Quase 190 deputados e 15 senadores integram a frente.”


Diz o manifesto de instalação da Frente de Defesa do SUS: 

“A bandeira do SUS precisa ganhar uma nova dimensão e muito maior espaço na agenda do Congresso Nacional e da sociedade para que seja fortalecido com impacto imediato nos estados e municípios, chegando de forma universal e de qualidade aos cidadãos e cidadãs brasileiras”

É o que nos informa o site CONGRESSO EM FOCO. 


https://congressoemfoco.uol.com.br/saude/deputados-e-senadores-criam-frente-parlamentar-para-fortalecer-o-sus/


“Segundo a Fiocruz, o SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros e realiza por ano em torno de 2,8 bilhões de atendimentos, desde procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos.” Informa a matéria. 

Declarações governamentais contra vacinas são um desserviço à saúde pública.

Certas declarações feitas por autoridades do governo federal parecem ser completamente irresponsáveis. Uma delas diz respeito à vacina contra COVID em desenvolvimento pelo prestigioso Instituto Butantã. Essa vacina é de origem chinesa. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e é um país que tem alcançado impressionante desenvolvimento tecnológico. Além disso, foi a China o país que primeiro foi atacado pelo COVID e que respondeu à pandemia inicial com notável eficiência. 


Declarações anti-chinesas não são apenas contrárias aos interesses nacionais, como também, no caso da vacina, servem para alimentar teorias conspiratórias de grupos antivacinas, que prestam um desserviço à saúde pública, que chega a ser criminoso. 


“O principal insumo para a produção da vacina da empresa Astrazeneca, produzida no Brasil em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fioruz), é fabricado na China.”


https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/10/23/principal-insumo-para-a-producao-da-vacina-da-universidade-de-oxford-vem-da-china.ghtml

Os primórdios da história do SUS. VALE A PENA CONHECER

A história do Sus deve ser bem preservada. É importante para entendermos esse extraordinário avanço que tivemos no Brasil em termos de atenção pública à saúde, superando até a experiência de nações mais ricas. 


“Em plena ditadura constituiu-se um Instituto de Medicina Social notável, por onde passaram, entre outros, Michel Foucault e Ivan Illich. Em 1976, produziu-se lá a primeira proposta de um Sistema Universal de Saúde no Brasil. Vale conhecê-lo.” É o que nos informa a matéria publicada em

https://outraspalavras.net/outrapolitica/historia-o-documento-que-lancou-a-ideia-do-sus/


“No campo das ideias, entretanto, e da luta intelectual ou ideológica propriamente dita, deve-se destacar o papel fundamental que teve nesta história o Instituto de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O IMS foi criado no início dos anos 70, por um pequeno grupo de médicos e sanitaristas progressistas que conseguiram resistir e escapar do controle e da repressão política e intelectual da ditadura militar, e criar um programa de pesquisa e pós-graduação na área da Saúde Pública, incentivados pelo humanismo cristão do médico carioca Américo Piquet Carneiro, e liderados pelo entusiasmo e pela inteligência estratégica de dois médicos mais jovens, idealistas e de esquerda, os doutores Nina Pereira Nunes e Hésio Cordeiro. E foi graças à sua energia e à dedicação deste pequeno grupo inicial, e ao apoio que tiveram da Organização Panamericana da Saúde, que conseguiram reunir em torno do programa de pós-graduação criado em 1974, um grupo expressivo de profissionais igualmente jovens e progressistas, composto por médicos, epidemiólogos, sociólogos, psicanalistas, demógrafos, cientistas políticos, filósofos e economistas. E depois disto, os próprios fundadores do IMS se “submeteram” à condição de alunos da primeira turma experimental de mestrandos que se formou em 1976, como foi o caso do próprio Hésio Cordeio, e de vários outros médicos, como Reinaldo Guimarães, José Noronha e João Regazzi, entre muitos outros, que depois ocuparam posições de destaque na formulação e gestão da política nacional de saúde das décadas seguintes.”


Vale a pena a leitura dessa história. 


https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/os-primordios-da-historia-do-sus-vale.html

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