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Crise no SUS de Juiz de Fora - atenção secundária poderá parar.

Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora.

Fax Sindical.
Juiz de Fora, 05 de maio de 2015

Atenção:

Assembleia Geral dos Médicos Municipais e Municipalizados da Prefeitura de Juiz de Fora

Data – 12 de maio de 2013
Horário – 19:30 hs (dezenove horas e trinta minutos)
Pauta – Negociações salariais com a Prefeitura de Juiz de Fora, salários, condições de trabalho, cargo, carreira, PCCS.

Importante comparecer e divulgar. Avise aos colegas. Divulgue o Fax Sindical. A sua presença nessa assembleia é a força do sindicato. Dela precisamos para levarmos nossas posições à Prefeitura.



Crise no SUS em Juiz de Fora – A Atenção Secundária Poderá Parar



O Sindicato dos Médicos quer negociar com a Prefeitura de Juiz de Fora, cumprindo seu dever de representação classista. Não é segredo a dificuldade do trabalho médico no SUS de Juiz de Fora. Essa dificuldade se prende a uma remuneração pífia e às condições de trabalho, que se afastam daquilo que poderíamos chamar de satisfatórias.

Essa realidade afeta atenção primária (UAPS), secundária e terciária (urgência e emergência), é bom que fique claro, mas não pode haver dúvidas, que, sem artifícios da má-fé, o setor mais especialmente afetado pelas dificuldades tem sido a atenção secundária, onde se situam as especialidades médicas. A incapacidade do serviço público de saúde para atrair e fixar profissionais se manifesta aqui de forma mais grave. Os médicos especialistas que atendem os serviços públicos de saúde do SUS em Juiz de Fora são, em sua maioria, profissionais cedidos pelo Estado e pela União (ex-INAMPS), em vias de se aposentar e não há qualquer perspectiva de substituição.

Para quem não conhece exatamente o problema, os médicos especialistas que atuam na atenção secundária do SUS formam um quadro de pessoal com mão de obra altamente qualificada. Para se formar um médico especialista é necessária a graduação, com seis anos de duração, em dois turnos diários, e uma carga horária de cerca de 9.000 horas. Para acessar essa fase o futuro médico terá que passar por um vestibular sempre muito disputado, que vai requerer muito estudo e dedicação. Obtido o diploma, o futuro especialista vai ter que se dedicar a uma residência ou curso de especialização e, aí são necessários, pelo menos, um período não inferior a três anos. Se um profissional com essa formação complexa e difícil vier a prestar um concurso público na Prefeitura de Juiz de Fora e for aprovado e nomeado, receberá no seu primeiro contracheque, como prêmio de seus longos estudos e de incontáveis horas de dedicação, um salário que não chega a três mínimos por mês. Isso fere qualquer regra ou política séria para recrutamento de mão de obra qualificada. Pode mesmo ser considerado uma ofensa aos nossos jovens especialistas.

Para piorar a situação, esse especialista concursado não terá a perspectiva de um PCCS, que lhe garanta um final de carreira mais vantajoso e terá que enfrentar uma particularidade da Prefeitura de Juiz de Fora, que foge ao que acontece na administração direta, indireta e autárquica, federal, estadual e dos demais municípios brasileiros: os médicos do SUS de Juiz de Fora ganham menos do que os técnicos de nível superior. Embora a atual administração municipal tenha se comprometido a corrigir essa lamentável e anacrônica distorção, que se prolonga por anos intoleráveis, o remédio é dado a conta-gotas e não tem contribuído para aliviar a crise do trabalho médico no SUS.


O peso de todas essas fraquezas e distorções fornecem fortes motivos para as paralisações e manifestos na atenção secundária. Há fortes razões para descontentamento. Não o percebem os que estão insensíveis ou estão mal informados sobre a realidade do trabalho médico. 

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