terça-feira, 24 de novembro de 2020

Descaso faz COVID subir de novo no Brasil - testes estragam e cloroquina encalha

Muitos questionam se o Brasil está recebendo o impacto de uma segunda onda de infecções por COVID antes que a primeira tenha passado. O fato é que, independente de onda, atendimentos e internações em enfermaria e UTI estão aumentando. 


Domingo, 22 de novembro de 2020 - a taxa de ocupação de UTI por COVID no Rio chega a 92%. 

Medidas restritivas que visam diminuir aglomerações e facilitar o isolamento social haviam sido relaxadas na cidade. 

Muitos falam de segunda onda, que teria começado sem que a primeira tivesse sido completamente superada. 

A falta de uma liderança do governo federal no combate à pandemia, a testagem deficiente e o descaso com o distanciamento social contribuem para a propagação do vírus e suas consequências. 


Informou o G1:

“No domingo (22), a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo coronavírus na rede SUS do Rio tinha o mesmo índice do mês de maio. Secretaria Municipal de Saúde se diz preparada e não acredita em segunda onda da doença.”


https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/11/23/rj-tem-aumento-de-casos-de-covid-19-e-taxa-de-ocupacao-de-leitos-de-uti-na-rede-sus-chega-a-92percent.ghtml


E o portal Money Times:

“A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 92% na cidade do Rio de Janeiro, no dia de ontem (22). É a maior ocupação desde 12 de junho deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.”

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https://www.moneytimes.com.br/ocupacao-de-leitos-publicos-de-uti-para-covid-19-chega-a-92-no-rio-de-janeiro/


Também o portal do jornal Valor Econômico registrou a espantosa  alta na ocupação de UTIs:

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/11/23/rio-tem-alta-de-casos-de-covid-19-e-ocupacao-de-utis-publicas-chega-a-92percent.ghtml


Essa situação se repete em muitas outras cidades. Causou estranheza saber que o Ministro da Saúde não distribuiu os testes necessários para estados e municípios, que ficaram estragando em depósitos. Grande parte da sociedade contra trabalho ao governo federal, que parece inerte e acomodado diante da pandemia. O governo federal ainda não explicou o que fará com os estoques gigantescos de cloroquina que Bolsonaro mandou fabricar e que estão encalhados. Nunca houve comprovação científica de que cloroquina fosse cura para COVID. 


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/24/a-covid-volta-a-assustar-o-brasil-ja-e-a-segunda-onda/

Médica “pela verdade” é investigada por induzir pacientes a mentir durante exames para COVID

Fundadora do Médicos Pela Verdade em Portugal, anestesiologista é investigada por ensinar pessoas a mentir para enganar testes de COVID e produzir falsos negativos. 


Essa conduta monstruosa e criminosamente foi denunciada na imprensa portuguesa. 


Diz o site do jornal Público ( em https://www.publico.pt/2020/11/23/sociedade/noticia/cofundadora-medicos-verdade-receitou-estrategias-enganar-testes-covid19-1940367 ):


“As queixas contra a desinformação dos “Médicos pela Verdade” acumulam-se na Ordem dos Médicos. Esta segunda-feira, o Observador deu conta de uma série de mensagens na aplicação Telegram, em que a anestesiologista e co-fundadora da página, Maria Gomes de Oliveira, terá procurado passar receitas e conselhos sobre como ludibriar os testes à covid-19.”


“O objectivo dos que procuravam ajuda da médica era tentar obter resultados negativos, que as permitisse manter os contactos habituais. Entre os vários conselhos para eliminar “todos os restos virais” das fossas nasais e da garganta, onde são recolhidas as amostras através das zaragatoas, Maria de Oliveira terá recomendado limpeza constante dessas áreas, “alimentos frescos e variados com muita fruta e legumes”, jejum antes do exame, repouso, entre outras “ajudas”.”


A picaretagem chegou ao conhecimento da imprensa pelo acesso a mensagens de aplicativos de celular nas quais a “médica pela verdade” ensinava as pessoas a mentir. Muito grave difusão de fake news e essas atitudes contrárias à saúde pública. 


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/24/medica-pela-verdade-e-denunciada-por-induzir-pacientes-a-mentir-em-exames

sábado, 14 de novembro de 2020

Ato em Brasília, em defesa do SUS e protesto contra a má gestão da crise sanitária pelo governo federal

Ato em forma de cortejo fúnebre na Rodoviária de Brasília foi em defesa do SUS e protesto pela má condução da saúde pública pelo governo Bolsonaro. 


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Ato público na Rodoviária de Brasília foi em defesa do SUS e de protesto contra a forma desastrosa que o governo federal vem conduzindo a saúde pública no Brasil. 


“O objetivo do ato cênico, no formato de cortejo fúnebre, foi  para questionar o modo com que o governo Bolsonaro tem atuado em relação à saúde pública brasileira.”


https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/manifestantes-protestam-em-defesa-do-sus-na-rodoviaria-de-brasilia/


Publicado em https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/14/manifestacao-na-rodoviaria-de-brasilia-em-defesa-do-sus-e-de-protesto-contra-erros-da-crise-sanitaria/

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Brasil acumulou estoques de cloroquina que estão encalhados

O uso de cloroquina contra COVID não é apenas ineficaz, é também prejudicial. Tanto a ineficácia do medicamento para COVID, quanto seus efeitos colaterais, são bem estudados e conhecidos atualmente. 


Trump chegou a exaltar a cloroquina, dizendo que COVID tinha cura farmacológica. Quando ele mesmo teve COVID-19 não foi tratado com cloroquina. Paradoxalmente Trump era um negacionista, negava a gravidade da pandemia e seu potencial maligno. 

Bolsonaro também foi negacionista, negando a gravidade da pandemia, subestimando o número de mortos e os riscos da doença.


Na esteira de Trump e Bolsonaro, médicos brasileiros identificados com grupos políticos que se declaram “de direita”, começaram a propagandear pelas redes sociais a cloroquina. Não se apoiavam em evidências científicas. Em muitas dessas publicações, vídeos e áudios que circulavam em redes sociais e repicavam em aplicativos de mensagens, era prometida uma cura milagrosa pela cloroquina, a ponto de fazer as pessoas não temerem a doença, porque havia doutores dizendo que havia um remédio que tudo resolveria. Além disso, os médicos negacionistas, ao menos parte deles, investiam raivosamente contra as medidas de prevenção necessárias e eficazes: o uso de máscaras, a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel e o isolamento social, apesar de todas as evidências científicas favoráveis a esse uso. 


Os doutores negacionistas iam mais além. Levantavam um possível “tratamento preventivo” ou “tratamento precoce”, usando essa mesma cloroquina. 


Sabendo que a cloroquina e hidroxicloroquina não têm efetividade comprovada contra COVID e que têm importantes efeitos colaterais, já conhecidos a nível clínico e, agora também, em nível molecular (confira a divulgação científica em https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/hidroxicloroquina-pode-causar-efeito-grave-diz-estudo,33e36add777387c11a72a27514137781iez6tvn4.html), sabemos que foi, no mínimo, uma temeridade, recomendar seu uso massivo contra a pandemia. 


“O estudo não indica quais são os efeitos colaterais possíveis pois precisaria ser feito com um organismo vivo. A pesquisa utilizou apenas a interação molecular. "Analisar os efeitos é um trabalho médico. Fizemos a interação do DNA com o fármaco. Na literatura se encontra efeitos que vão de diarreia a psicose. Mas nosso trabalho foi feito a nível molecular". 


O lado mais sombrio dessa história é que essa facção de profissionais aceitava a desorientação do governo federal na luta contra a COVID, que tornou o Brasil um caso de fracasso na luta contra a pandemia e levou muitas vidas. Somos o segundo país do mundo em número de vítimas da pandemia e  somos a sexta população do planeta. Países mais populosos, como China,Indonésia, Índia e Paquistão, conseguiram melhores êxitos no enfrentamento da pandemia. Só os Estados Unidos conseguiram ficar em situação pior. 


A cloroquina é indefiras, tem efeitos colaterais importantes, que a impedem de ser usada massivamente e não serve de desculpa para o fracasso do governo federal nas suas ações e inações contra a pandemia. E Bolsonaro não deve satisfação apenas à família dos mortos. Tem que explicar por que gastou bilhões de dinheiro público para produzir milhões de comprimidos de cloroquina no laboratório do Exército. Talvez o Brasil tenha o maior estoque encalhado de cloroquina do mundo. 


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/13/pa-de-cal-na-cloroquina-brasil-tem-o-maior-estoque-encalhado-de-cloroquina-do-mundo/?preview=true

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

COVID mata. Presidente negligente diz que somos país de maricas.

Ao criar polêmica, Bolsonaro quer fugir de sua responsabilidade por tantas mortes, que teriam sido evitadas por uma ação governamental eficaz contra a pandemia. 

Não somos um país de “maricas”,  Excelência. Todo mundo tem que evitar doenças, especialmente a COVID, que é potencialmente mortal, que já levou a vida de mais de 162 mil brasileiros. “Todo mundo vai morrer um dia”, mas há mortes que podem ser evitadas nesse momento. Mortes que o governo não fez nada para evitar. É justo acusar Bolsonaro de negligência diante da pandemia. 


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/12/pandemia-desinformacao-e-negligencia-governamental-no-brasil/

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Governo federal age deliberadamente para destruir representação dos trabalhadores e organização do trabalho

Sem representação, sem organização sem voz, sem vez. Situação dos trabalhadores fica pior sem sindicatos. Empregos piores, menos renda, menos direitos. 

É sabida a má vontade do presidente Bolsonaro, e dos círculos que representam os interesses que influenciam as decisões sociais e econômicas de seu governo, em relação à representatividade dos trabalhadores. Até aqui o governo federal brasileiro tem feito o que pode para diminuir a importância da representação classista e da organização do trabalho no Brasil. Muitos não se acham surpreendidos, mas a cada dia surgem medidas que revelam atitude persecutória de autoridades e governantes contra sindicatos. 

Sobre o assunto publicamos mais esse recorte. A Portaria n. 21.595/2020, publicada em primeiro de outubro, é uma clara iniciativa de asfixiar a representatividade dos servidores públicos federais. 

A informação pode ser lida em 
https://jornaldebrasilia.com.br/politica-e-poder/a-nova-violacao-a-sindicatos-de-servidores-publicos/

“Agora, em nova tentativa de prejudicar as entidades sindicais, foi editada a Portaria n. 21.595/2020, no dia 1º de outubro, que veda a realização dessa cobrança por todas as entidades vinculadas ao SIPEC — ou seja, todas as instituições que exercem atividades relacionadas à administração de pessoal da Presidência da República, seus Ministérios e demais órgãos do governo.
Diversos são os vícios contidos na Portaria. Dentre esses, merece destaque a afronta ao princípio da autonomia sindical, o qual assegura a autogestão dos sindicatos, sem a interferência do Poder Público. Nesse caso, a Administração Pública imiscui-se na esfera organizacional das entidades, ao dificultar arbitrariamente a captação de recursos que viabilizam o desempenho de suas atividades.”

https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/11/seguem-acoes-do-governo-federal-para-sufocar-a-representatividade-dos-trabalhadores-e-a-organizacao-do-trabalho/

Compromisso com a verdade: médicos italianos reivindicam ao governo a adoção de lockdown na luta contra segunda onda

Luta contra a pandemia e compromisso com a verdade - organização que representa os médicos italianos reivindica ao governo da Itália lockdown total, para aumentar distanciamento social e facilitar o combate à segunda onda de COVID. 


A organização que representa a classe médica italiana, agindo com lucidez, reivindicou publicamente, diante do governo da Itália, um lockdown completo para ajudar no combate à segunda onda de coronavírus.


A atitude da entidade foi uma expressão da responsabilidade da classe médica italiana e uma declaração de comprometimento legítimo com o enfrentamento da pandemia. 


A informação pode ser lida em:

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2020/11/09/medicos-cobram-novo-lockdown-nacional-na-italia.htm


Leia a notícia em 

http://www.correiodobrasil.com.br/covid-19-medicos-cobram-novo-lockdown-nacional-italia/

“– A Ordem dos Médicos pede lockdown total em todo o país – diz uma mensagem postada pela federação em sua página no Facebook, proposta que foi reforçada pelo presidente da entidade, Filippo Anelli, à imprensa local.

A Fnomceo vem pressionando por medidas mais rígidas desde meados de outubro, quando já alertava para o risco de saturação de UTIs por todo o país.”


A pandemia ainda não acabou e é necessário decência, responsabilidade e compromisso com a verdade por parte dos profissionais de saúde. 


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/11/comprometidos-na-luta-contra-covid-medicos-italianos-pedem-medidas-ao-governo/

Sindicatos norte-americanos vêem derrota de Trump como vitória das classes trabalhadoras

Governos como Trump e Bolsonaro tentaram, por todos os meios possíveis, enfraquecer a representatividade dos trabalhadores, para que a exploração do trabalho ficasse mais fácil. O que isso tem significado para a maioria dos trabalhadores formais e autônomos? Empregos piores, menos direitos, mais assédio moral, menos renda, menos saúde. 


O movimento sindical americano, em um primeiro momento, vê razões de otimismo na derrota de Donald Trump. 


Os sindicatos dos EUA querem mais proteção contra o CORONAVÍRUS e leis que garantam a saúde e a renda dos trabalhadores, além do fortalecimento da representatividade das pessoas que vivem de seu trabalho, por meio da organização dos sindicatos. 


Matéria que pode ser lido nessa página retrata essa nova realidade esperada pelos sindicalistas norte-americanos:

https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2020/11/sindicatos-americanos-esperam-dialogo-protecao-a-saude-e-reconstrucao/


Apesar das adversidades, podem passar anos ou décadas, mas sempre quem vive de seu trabalho vai sentir a necessidade de ter representatividade e voz ativa, de se organizar para fazer valer seus direitos e lutar por uma vida melhor. 


MInas Gerais está sem informações confiáveis para o monitoramento da COVID


Minas sem óbitos por COVID. Não é um milagre do Zema, é que o sistema de informações sobre COVID no Estado entrou em pane. 


Em Minas, a diferença entre casos suspeitos e casos confirmados é imensa, o que se justifica pela falta de protocolos de testagem rigorosos e de testes disponíveis para aferir o verdadeiro tamanho da pandemia. 


Há comentários em redes sociais que a derrubada do sistema de informações sobre COVID teria sido proposital, provocada pelo próprio Ministério da Saúde, para criar falsas expectativas na população sobre queda de novas infecções confirmadas e óbitos decorrentes da pandemia. 


O jornal O ESTADO DE MINAS informa em:


https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/11/10/interna_gerais,1203135/covid-19-em-mg-sistema-monitoramento-sus-esta-fora-do-ar-ha-5-dias.shtml


As informações relativas à pandemia em Minas não são um dado real. 

“Ocorre que não se trata de um dado real. Segundo a pasta, o total de óbitos pela doença, assim como os casos confirmados, não são atualizados corretamente desde 7 de novembro, em função de uma pane no sistema de informações do SUS, o DataSus. “


https://faxsindical.wordpress.com/2020/11/11/informacoes-sobre-covid-em-minas-nao-estao-com-dados-reais/

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Profissionais de saúde não estão recebendo treinamento adequado para o combate à COVID

O serviço público de saúde no Brasil, teve papel decisivo para impedir que os danos da pandemia fossem maiores do que foram. Além das queixas relativas à contratação e remuneração do trabalho, também foi contratado que os profissionais não receberam treinamento adequado. O risco é grande e a responsabilidade imensa. Dignidade e respeito também são necessários.

Situações emergentes na saúde pública determinam novos protocolos e demandam capacitação dos profissionais da área – ainda mais se tratando de uma pandemia. Só que, no Brasil, menos da metade dos profissionais de saúde pública do país (como médicos, profissionais de enfermagem, agentes comunitários e outros) receberam algum tipo de treinamento para atuar na linha de frente da Covid-19.
— Ler
em revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/11/menos-da-metade-dos-profissionais-de-saude-foram-treinados-na-pandemia.html



Profissionais que lutaram contra o COVID no Amazonas estão sem receber remuneração

A precarização do trabalho nos serviços públicos de saúde é uma triste realidade. Aqui temos mais um recorte. Trabalhadores especializados que contribuíram para o combate à pandemia em Manaus estão sem receber a remuneração devida. Apesar do risco próprio dos serviços essenciais nos quais atuaram. No mínimo, um grave desrespeito. 


No Amazonas, durante os meses em que a primeira onda de COVID lotava hospitais, UTIs e cemitérios, o governo contratou uma empresa terceirizada com a finalidade de atender a vítimas da pandemia. 


A prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas nunca foram eficazes em atrair e fixar médicos no serviço público. 


Os profissionais, principalmente médicos, contratados por essa empresa terceirizada, ainda não receberam a remuneração a que teriam direito, apesar de terem prestado serviço público essencial em condições de grande risco. A Saúde está no rodapé do serviço público brasileiro e que é da área deve se preocupar em reagir a esse aviltamento. 


“Os profissionais que denunciam a falta de pagamento, entre clínicos residentes de cirurgia e ortopedia, são terceirizados da Empresa Líder Serviços Hospitalares. Eles contam que ainda não receberam, até esta segunda-feira (9), o pagamento referente a diversos plantões trabalhados. A unidade hospitalar encerrou suas atividades no dia 16 de julho.”


https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2020/11/09/medicos-que-atuaram-no-hospital-de-combate-a-covid-19-em-manaus-denunciam-falta-de-pagamento.ghtml

PEC32 - Entenda porque o servidor público não é o problema do Brasil

Em live a ser realizada hoje, 10 de novembro, a partir das 18 horas, o Sintrajud de São Paulo, representação classista dos servidores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo, tratará da PEC 32, a proposta de reforma administrativa do governo. 


No debate será colocada a falácia que domina a discussão no governo e na mídia, de que o problema do Brasil é o servidor público. O assunto será exposto pela auditora fiscal aposentada Maria Lúcia Fatorelli, coordenadora da ONG Auditoria Cidadã da Dívida. 


A matéria pode ser lida em https://www.sintrajud.org.br/maria-lucia-fattorelli-discute-impactos-da-pec-32-em-live-do-sindicato-nesta-3a/


No Facebook a live poderá ser vista em https://www.facebook.com/sintrajud e no YouTube, em https://www.youtube.com/user/sintrajud1 


“Os impactos da ‘reforma’ administrativa na vida da população e os benefícios que serão direcionados para o capital financeiro serão o tema da  live do Sintrajud que acontece nesta terça-feira, 10 de novembro, às 18h, com transmissão no FacebookYouTube e aqui pelo site.

Para conversar com os servidores sobre o tema, a diretoria do Sindicato convidou auditora fiscal aposentada Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, que irá esclarecer como é falacioso o argumento utilizado pelos governos de que o problema do Brasil é o servidor público. O diretor do Sindicato e da Fenajufe Fabiano dos Santos também vai participar da conversa.”


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Santa Casa foi usada para montar um esquema de terceirização e desvio de recursos do SUS

Santa Casa foi usada para terceirizar e desviar recursos do SUS em vários estados e municípios do Brasil 

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Matéria publicada pela revista Carta Capital é mais um recorte que reforça o que temos mostrado, há mais de uma década, aqui temos publicado no Sindicato Expresso. (No site da revista Carta Capital, matéria completa em https://www.cartacapital.com.br/saude/gestao-do-sus-por-santas-casas-e-organizacoes-sociais-peca-em-transparencia/ ) Mesmo quando a terceirização é feita em nome de organizações “sem fins lucrativos”, o lucro poderá ser ilícito, porque ela abre as portas à má gestão e corrupção contra o SUS.


Uma Santa Casa, instituição filantrópica e respeitável, teve seu nome usado para um grande esquema de terceirização na prestação de serviços públicos de Saúde. E o esquema, iniciado em uma pequena cidade do interior paulista (São Paulo é o paraíso das terceirizações), avançou por outros municípios e até por outros estados. Poderia parecer um caso de sucesso a ser imitado. Conforme publicou a revista: 

“A pequena cidade de Pacaembu, a 613 quilômetros da capital paulista, é sede de um case de sucesso na área da saúde. A humilde Santa Casa local, fundada no fim dos anos 1960, transformou-se em poucos anos em um bem-sucedido empreendimento do ramo. Sob a gestão de Cleudson Garcia Montali, conhecido médico anestesista da região, passou a administrar postos, ambulatórios e hospitais do SUS em 14 municípios paulistas. Firmou, ainda, parcerias no Paraná, na Paraíba e no Pará. Os contratos somam 2,5 bilhões de reais.”


Só que o caso de sucesso era, na verdade, um caso de polícia, conforme denúncias e investigações vieram a demonstrar. O aparente exemplo de eficiência e sucesso, escondia desvios, corrupção e a formação de quadrilha para desfalcar o SUS. Revela a matéria:

“O tino para os negócios e o bem comum era fachada. Montali é apontado pela Justiça como líder de uma organização criminosa que desviou 500 milhões de reais que deveriam ter sido investidos no combate à pandemia do coronavírus. Segundo os investigadores, Cleudson e os comparsas viram na crise uma oportunidade única para desviar dinheiro. O esquema, segundo as investigações, dependia de acordos com prestadoras de serviços quarteirizadas. Ora com superfaturamentos, ora por meio de serviços não executados, e sempre mediante emissão de notas frias. Envolvia funcionários públicos, políticos, amigos e até a proprietária de um prostíbulo.”


Até o proprietário de um prostíbulo se juntava aos representantes de uma Santa Casa, “sem fins lucrativos”, para tungar dinheiro destinado a tratar e cuidar de pacientes do SUS. 


Essa forma de privatização e precarização do SUS é extensa. “Cerca de 13% dos serviços do SUS estão sob a gestão de ONGs, instituições filantrópicas, Santas Casas, empresas, associações e outras entidades, segundo dados divulgados pelo IBGE no ano passado.”


Diante de escândalos e desvios, o governo e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiram encerrar definitivamente a participação de organizações sociais na gestão e terceirização de serviços públicos de saúde. ( https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/comeca-o-fim-das-organizacoes-sociais.html ) Que o exemplo seja seguido. 

Terceirização e precarização do trabalho no SUS têm causado interrupções na prestação de serviços

Terceirização e precariedade no serviço público de saúde levam ao risco de interrupção da continuidade e regularidade de serviços essenciais. Essa situação tem sido objeto de muita discussão e apesar dos fracassos dessas políticas, governantes e gestores insistem nela. Hospital público no Rio terá que fechar emergência porque contratos de terceirização vão vencer. 


O concurso público e a formação de quadros de profissionais qualificados e com vínculos empregatícios formais, não precários, é o caminho reto para evitar que essas situações não se repitam. 


https://extra.globo.com/noticias/rio/fim-de-contrato-de-terceirizados-pode-deixar-pediatria-do-complexo-hospitalar-da-ufrj-sem-medicos-24735674.html )


“Uma nota divulgada pelo Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ, está causando preocupação nos pais que recorrem à unidade localizada no Fundão para cuidar de seus filhos. O texto diz que a partir do próximo dia 12, o hospital, que é especializado em pediatria com perfil de atendimento de média e alta complexidade, deixará de contar com médicos. A situação tende a piorar a partir de 2 de dezembro, com a baixa de outros profissionais do quadro como enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, biomédicos, farmacêuticos, técnicos de laboratório, de farmácia e de radiologia.”

Segue a luta dos servidores do SUS - em Rondônia categorias discutem greve

A pandemia pode ter gerado um justo e genuíno reconhecimento público do trabalho dos servidores da saúde. Mas governantes e legisladores, em geral, não tomam e aprovam medidas que traduzam esse reconhecimento público em medidas efetivas benéficas aos servidores da saúde. 


O descontentamento dos servidores fica claro e movimentos surgem ou se organizam para canalizar e expressar esse descontentamento. 


Em Rondônia há risco de uma greve geral de servidores da saúde. 


O site Tudo Rondônia publicou declaração da presidente do sindicato que representa os interesses dos servidores do SUS no estado:


“Célia Campos disse que no dia 10 de janeiro deste ano foi firmado acordo, na Assembleia Legislativa de Rondônia, para que o Governo Marcos Rocha encaminhasse, no prazo de 180 dias, o projeto de revisão do Plano de Carreira dos Servidores da Saúde.”


A matéria poderá ser lida em:  https://www.tudorondonia.com/noticias/servidores-da-saude-mobilizados-para-a-greve-geral-sindicato-diz-que-documento-que-custou-r-800-mil-aos-cofres-publicos-so-serve-para-prejudicar-categoria-,59313.shtml


“Ocorre que, segundo a sindicalista, o Governo contratou uma empresa particular para elaborar um estudo que, na verdade, é prejudicial aos servidores, pois defende a extinção de funções e o fim das progressões, entre outras medidas danosas à categoria. O documento elaborado pela empresa custou R$ 800 mil aos cofres públicos e “não serve para nada, a não ser para prejudicar o servidor”, disse a sindicalista.”

domingo, 8 de novembro de 2020

Grupo ligado ao governo quer fazer intervenção contra a democracia no FIOCRUZ

Grupo ligado ao governo federal quer atropelar o tradicional processo democrático de escolha da direção da FIOCRUZ e impor uma direção à respeitada instituição. 


A Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia  divulgou nota oficial contra a intervenção na FIOCRUZ. 


“A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA – ABMMD vem a público manifestar seu apoio ao processo interno democrático de escolha do presidente da FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ”


(Leia nota completa em https://www.brasil247.com/brasil/medicos-denunciam-interferencia-do-governo-na-fiocruz-que-tenta-colocar-comando-bolsonarista )


“Nesse momento, é importante fortalecer o processo democrático para a escolha de uma lista tríplice, na qual os mais votados são apresentados ao Ministério da Saúde para a escolha do presidente para os próximos quatro anos de gestão da FIOCRUZ.”

O pesadelo não acabou. Brasil - quando e como será a segunda onda de COVID?

Não conhecemos todo o potencial maligno da atual pandemia. Por isso, nós brasileiros nos sentimos inseguros e ameaçados diante da visível incapacidade do governo federal diante da crise sanitária. Não sabemos, embora pareça provável, que o Brasil vá sofrer uma segunda onda, já que o país não tem uma autoridade centralizada e unificada de saúde para lidar com a pandemia, mas depende essencialmente de governos locais (municípios e estados), já que a negligência do governo federal e as declarações negacionistas do presidente Bolsonaro são muito sabidas e conhecidas. 


Na Suíça profissionais de saúde declaram que a segunda onda de COVID está pior que a primeira. 

"Digamos que a primeira onda foi suportável, conseguimos controlar tudo e não houve um afluxo maciço. Mas essa nova está sendo muito difícil de manejar. Há muitos pacientes no hospital, é complicado e também há muito mais pessoas testando positivo [para o coronavírus] na equipe".


https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/11/06/temos-muito-mais-pacientes-na-segunda-onda-da-pandemia-do-que-na-primeira-dizem-profissionais-de-saude-em-hospital-na-suica.ghtml


Nos Estados Unidos, até agosto de 2020, mais de 900 trabalhadores de saúde haviam morrido infectados por COVID. (Veja em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2020/08/12/mais-de-900-trabalhadores-da-saude-morreram-por-covid-19-nos-eua.htm ) O governo Trump não soube lidar com a pandemia e isso, com certeza, foi uma das principais causas de sua derrota eleitoral. Os EUA bateram recordes de mortes por COVID e de infectados pela pandemia. 


No dia 30 de outubro de 2020 sindicatos que representam trabalhadores da saúde dos EUA entraram com processo contra o governo de Donald Trump, alegando falta de proteção contra a pandemia (Leia em https://horadopovo.com.br/trabalhadores-da-saude-dos-eua-processam-governo-trump-por-falta-de-protecao-contra-covid/ )


No Brasil, já em maio de 2020 o SindSaúde SP alertava sobre o recorde de mortes de profissionais de enfermagem durante a pandemia (Matéria completa em http://sindsaudesp.org.br/novo/noticia.php?id=6289 )


Estamos, nós brasileiros, sendo capazes de saber o que vai pelo mundo, aturdidos diante de uma crise sanitária que parece não ter fim e, diante da qual, o governo federal, entregue a Jair Messias Bolsonaro, parece negligente e incapaz. 

sábado, 7 de novembro de 2020

O SUS não pode ter redução de verbas em 2021

O SUS merece mais do que o governo e o Congresso estão distribuindo para a saúde em 2020. Querem achatar os gastos públicos em saúde, mesmo todo mundo sabendo que em 2021 viveremos o pós-pandemia, com o aparecimento de toda uma demanda reprimida e, ainda, com a COVID presente. A soma de legalismo covarde e desprezo pelo serviço público de saúde será catastrófica. O SUS não precisa que governantes, congressistas, magistrados lhes teçam elogiosos da boca para fora. Precisa de recursos para manter o povo brasileiro vivo. Por isso convidamos a todos para assinar essa petição. 


Estejamos atentos. A população será muito prejudicada com a diminuição de recursos para o SUS. “Assim, precisamos:

Garantir que o PLDO 2021 contemple para o Ministério da Saúde um piso emergencial enquanto um orçamento mínimo no valor de R$ 168,7 bilhões (correspondente ao montante da Lei Orçamentária Anual [LOA] 2020 adicionados os créditos extraordinários e as variações anuais do IPCA, de 2,13%, e da população idosa, de 3,8%).

Revogar a EC 95/2016 para implementar uma outra regra de controle das contas públicas que não fragilize as políticas sociais e traga prejuízos para a população, principalmente para a saúde pública.

Sem Saúde não há economia. O SUS garantiu o 2020 e merece mais em 2021!”


https://www.change.org/p/petição-pública-o-sus-merece-mais-em-2021-cns-reivindica-manutenção-de-r-35-bilhões

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Governo federal deverá insistir em medidas de privatização do SUS porque há interesses privados mobilizados

O governo federal realizou a primeira tentativa de começar a privatização do SUS através de um decreto, que despertou fortes reações. Bolsonaro e Guedes recuaram. Mas a ameaça ainda persiste. O próprio Bolsonaro já declarou sua intenção de reeditar o decreto. 


O risco de privatização é proporcional ao interesse privado sobre serviços públicos de saúde.


Matéria do site “Outra Palavras”, explica em situação. A matéria completa está em https://outraspalavras.net/outrasmidias/o-que-ha-por-tras-do-decreto-para-privatizar-o-sus/

Documento que abria UBSs ao setor privado faz parte de amplo plano para mercantilizar a atenção básica. Começa em 2016, com a ideia de “planos de saúde populares” e os cortes de verbas para o SUS. Entre os interessados, a AMIL-United Health”


“O setor privado está vendo que só a gestão das unidades de saúde por meio de OS [Organizações Sociais] não está sendo suficiente. Eles não querem só gerir, querem ser proprietários mesmo das unidades, que é um pouco o que o decreto trazia, a possibilidade de você entrar com um investimento para construir uma unidade para depois permanecer como gestor.”


“Recentemente, a gente vem escutando alguns atores relevantes da sociedade, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o Armínio Fraga – que é uma pessoa relevante no campo econômico e agora tem um instituto que trata sobre saúde – falando que a saúde precisava de mudanças, de inovação, do setor privado. Então já havia uma expectativa de que fossem apresentadas algumas propostas. Existe uma pressão pela privatização por dentro do SUS por diversos atores, e um muito relevante, e que tem tido como estratégia a atenção primária, é a Amil, que foi comprada há alguns anos pela United Health [conglomerado que atua na área da saúde com sede nos Estados Unidos]. Ela entrou no Brasil a partir de uma lei que permitiu o capital estrangeiro na saúde em 2015. A partir do momento em que ela entra no país a gente começa a notar uma mudança inclusive nos planos de saúde. A Amil tem uma agenda de verticalização dos processos que não era algo que os planos tinham. Os planos tinham seus prestadores de serviço e faziam uma intermediação entre o usuário que contratava o plano de saúde com os prestadores de serviços. O que a Amil faz é mudar essa lógica, ela verticaliza o plano de saúde, ela deixa de ser uma intermediária e passa a ser uma executora. Eles trouxeram para dentro dos planos de saúde uma lógica da atenção primária em saúde, de prevenção, de unidades básicas de saúde. Isso antes não existia no setor privado.”


Rio - Prefeitura libera volta às aulas presenciais na pandemia e Sindicato dos Professores defende greve

No Rio, em plena pandemia, o prefeito Crivella autoriza a abertura de escolas e creches municipais. Ao mesmo tempo foge da responsabilidade de sua decisão, transferindo a cada unidade de ensino a responsabilidade pela volta de atividades presenciais. 


O prefeito do Rio não faz boa figura nas pesquisas eleitorais e é de se acreditar que parte dessa avaliação negativa venha da forma como lidou com a pandemia. 


O Sindicato dos Professores, SEPE-RJ, que representa os professores municipais, comenta a atitude do prefeito:

(Matéria do jornal EXTRA, que pode ser lida em https://extra.globo.com/emprego/servidor-publico/sindicato-defende-greve-da-educacao-mesmo-com-autorizacao-do-retorno-das-atividades-presenciais-no-rio-24728949.html )

"Ao anunciar que as escolas poderão decidir de forma voluntária se abrirão ou não, em plena pandemia, a prefeitura além de descentralizar a decisão, joga todo o peso de uma eventual crise sanitária para a direção e comunidade escolar. O Sepe RJ repudia esta atitude do prefeito Crivella, que desconsidera as evidências da continuidade da circulação do coronavírus e estimula a quebra do isolamento social com o afrouxamento das medidas que são a única forma eficaz de evitar a propagação da Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro", afirmou o sindicato no comunicado.”


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Prefeitura de Juiz de Fora aproveita a pandemia para passar a boiada contra os servidores do SUS

FAX SINDICAL
Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata de MG
05 de novembro de 2020
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PREFEITURA DE JUIZ DE FORA TEM APROVEITADO A PANDEMIA PARA “PASSAR A BOIADA” CONTRA OS SERVIDORES DO SUS

A Prefeitura de Juiz de Fora segue criando áreas de atrito com os médicos que trabalham no SUS. Além do estresse decorrente da pandemia que já levou a vida de mais de cento e sessenta mil brasileiros, há outros, impostos pelos ocupantes do governo municipal.


A falta de reconhecimento pelo trabalho dos profissionais e do valor desse trabalho será uma marca acentuada do atual governo, que desejamos nunca ver repetida. 


Em bom que se esclareça que já houve embates e dificuldades anteriores nas relações entre a prefeitura e os médicos, mas acreditamos que a situação atual, criada pela administração Bruno-Almas, é uma das piores, senão a pior. 


Em primeiro lugar, escorando em uma questionável interpretação da reforma da Previdência feita pelo governo federal, os atuais governantes municipais entenderam que deveriam subtrair dos médicos, na aposentadoria, uma gratificação que era incorporada na aposentadoria chamada ARCA. O prejuízo para quem se aposentar será receber um salário sessenta por cento menor. 


Além de tudo começaram a sonegar o direito de férias dos médicos do SUS, alegando a pandemia, sendo que já havia previsão anterior, e, na atenção básica, até escalas preparadas previamente para as férias.


Não bastassem essas distorções, ainda existe a situação dos servidores estaduais municipalizados, penalizados com erros e atrasos no pagamento de complementações que têm direito por lei. 


Está se formando um passivo com os servidores do SUS que a atual administração, fingindo desconhecer os estragos que isso causa nos prejudicados quer, claramente, “empurrar com a barriga” para a próxima administração. E isso tudo é lamentável.  

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O SUS ameaçado pela privatização e terceirização

“Os princípios que estruturam o SUS defendem a lógica de que para uma pessoa ser saudável não basta que ela tenha acesso à tratamentos e à medicalização. A saúde é resultado de um conjunto de fatores que envolvem acesso à saneamento básico, a garantia de que os alimentos consumidos sejam seguros, o acesso de crianças e adultos à programas de imunização, à prevenção de doenças e que à tratamentos englobem, para além da doença, elementos sociais e psicológicos. Me parece que este conjunto de ações cria obstáculos para que as pessoas fiquem doentes e, sem doentes os hospitais e as clínicas privadas não tem clientes, e os planos de saúde privados também seriam desnecessários.”

(Artigo completo em https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2020/11/sus-quem-nao-quer-botar-a-mao-no-pote-de-ouro-no-final-do-arco-iris-por-rafael-bennertz/ )



Em artigo publicado no site Consultor Jurídico, CONJUR, Elida Graziane Pinto chama atenção para a fragilidade da ideia de Bolsonaro e sua equipe econômica de colocar obras de postos de saúde nas mãos da iniciativa privada, considerando que já existem recursos provenientes de emendas parlamentares impositivas, destinadas a obras de postos de saúde, aguardando execução. Diz o artigo:

“Soa bastante frágil, portanto, a tese de que seria necessário captar recursos privados para finalizar obras atrasadas/ paralisadas em unidades básicas de saúde, enquanto não forem destinadas primordialmente as emendas parlamentares impositivas para tal finalidade. Isso porque a pressão por obras novas em face do estoque de obras atrasadas/ paralisadas apenas tende a ampliar os desvios dos escassos recursos do SUS.”

(Vale a pena ler o artigo completo em: https://www.conjur.com.br/2020-nov-03/contas-vista-cortina-fumaca-decreto-105302020-oculta-mazelas-sus )


O CONASS, Conselho Nacional dos Secretários de Saúde,  em nota na qual pediu a revogação do decreto de privatização, que finalmente aconteceu, denuncia a falta de diálogo e debates antes da tomada de tão grave decisão governamental. 


Nota do CONASS


“A edição do Decreto 10.530, publicado no Diário Oficial da União dia 27 de outubro, deixa sérias dúvidas quanto a seus reais propósitos. Preparado sem debate, o texto mistura aspectos distintos, como construção, modernização e operação de Unidades Básicas de Saúde. Por força de lei, decisões relativas à gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) não são tomadas unilateralmente. Elas devem ser fruto do consenso entre os níveis federal, estadual e municipal, sob pena de absoluta nulidade.

A Atenção Primária à Saúde (APS) tem melhorado a vida dos brasileiros, como atestam vários estudos nacionais e internacionais. É uma política pública que alcança diretamente 160 milhões de pessoas, com efeitos inegáveis na redução das taxas de mortalidade e morbidade. São quase 53 mil equipes (somadas as equipes da Estratégia de Saúde da Família e outras modalidades) e 270.000 agentes comunitários de saúde presentes em todos os municípios brasileiros. Essa legião de trabalhadores tem um papel destacado no cuidado da população, especialmente nos difíceis momentos vividos no enfrentamento da COVID-19.

A PLOA de 2021 para a área de saúde prevê 17% dos recursos para atenção primária à saúde. Uma proporção bem menor do que os 22% reservados em 2020. Acreditamos ser primordial ampliar o orçamento para a área, de forma a garantir a oferta de cuidados aos brasileiros, sobretudo num cenário pós-pandemia.

Assim, o CONASS manifesta sua integral convicção de que a APS necessita ser preservada em sua forma de atuar, sob gestão pública e isenta de quaisquer atrelamentos às lógicas de mercado, que não cabem, absolutamente neste caso. O decreto apresentado não trata de um modelo de governança, mas é uma imposição de um modelo de negócio.

Iremos nos portar e nos manifestar, em todas as instâncias, em defesa desse grande patrimônio nacional que é o SUS. A revogação do Decreto 10.530 é urgente!”


(Publicado em: 

https://www.conass.org.br/nota-a-imprensa-decreto-10-530/ )


Mas os gestores também têm contribuído para uma precariedade nas relações de trabalho e na gestão de unidades do SUS.  


O trabalho na atenção à saúde é precarizado por meio da terceirização do serviço público de saúde. A terceirização é um meio de driblar a Lei da Responsabilidade Fiscal. Seria a “responsabilidade fiscal” incompatível com a saúde da população? Não haveria necessidade de uma adequação da responsabilidade fiscal às necessidades do serviço público para garantir o direito constitucional de todos à saúde?


Artigo do CONJUR comenta sobre esse artifício usado por governantes de estados e municípios: “Usar a terceirização apenas e tão somente para falsear os limites de gasto de pessoal é, por sinal, uma fraudulenta opção4 adotada por muitos gestores, que opera em sentido literalmente contrário ao art. 18, §1º da LRF.” (Sobre a terceirização, ler o ótimo artigo publicado no site CONJUR, que está em https://www.conjur.com.br/2019-ago-13/contas-vista-limites-substituicao-mao-obra-via-parcerias-terceiro-setor )


É necessário lutar contra a privatização e reverter a precarização dos serviços públicos de saúde. 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

COVID - A segunda onda. O pesadelo ainda não acabou.

A pandemia é um pesadelo que ainda não terminou e a aparente normalização do cotidiano não deve servir de aval para os que querem acreditar que essa história chegou ao fim. Quando, no Brasil, vemos as pessoas acreditarem que o pior já passou, na Europa a segunda onda deveria nos alertar de que o perigo ainda continua vivo. 


E assim será até que a vacinação se torne uma realidade e os grupos mais vulneráveis à contaminação ou às formas graves de COVID e a posterior vacinação de grande parte da população crie, de verdade, a tal imunidade de rebanho. 


Hoje, 3 de novembro, vários países europeus já declararam lockdown ou outras medidas de bloqueio, inclusive toque de recolher e fechamento de estabelecimentos comerciais, como medida de contenção da segunda onde da pandemia. 


Angela Merkel chama atenção do povo alemão para a necessidade de conter a segunda onda de coronavírus: "A luz no fim do túnel ainda está bem distante", acrescentou Merkel, observando que os alemães provavelmente precisarão continuar a manter a paciência até meados de março do próximo ano.” ( leia em https://m.dw.com/pt-br/a-luz-no-fim-do-t%C3%BAnel-ainda-est%C3%A1-bem-distante-diz-merkel/a-55477871 )


Miguel Nicolelis, em artigo intitulado “A Europa olha para o Brasil e diz: eu sou você amanhã”, publicado no jornal EM PAÍS, diz:

“Exatamente duas semanas atrás, eu usei as minhas redes sociais para alertar sobre a possibilidade de que, tanto a segunda onda europeia, como o novo crescimento descontrolado dos casos nos EUA, poderiam contribuir para o surgimento de uma segunda onda de covid-19 no Brasil nos próximos meses. Somadas as aglomerações produzidas pelo relaxamento das medidas de isolamento social em todo país, bem como pela campanha eleitoral e os dois turnos das eleições e as festas de final de ano, uma segunda onda de casos de covid-19 poderia atingir em cheio o Brasil a partir dos seus aeroportos internacionais, nos primeiros meses de 2021.” (o artigo do Nicolelis pode ser lido em https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-11-02/a-europa-olha-para-o-brasil-e-diz-eu-sou-voce-amanha.html )


Nicolelis já havia advertido que a segunda onda na Europa deveria acender o alerta dos gestores no Brasil ( https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/nicolelis-diz-que-aumento-de-casos-de.html ) 


No Extremo Oriente, onde houve medidas mais duras e uma resposta disciplinada e colaborativa da população, até o momento não há sinais de uma segunda onda. 


Perigos de informações falsas durante a pandemia - “fatos alternativos” e pseudociência são prejudiciais

Atualmente existem certas informações que não estão conformes as fontes objetivas e usuais de informação, a formação acadêmica, os consensos da Ciência e as regras de civilidade e boa educação. Essas informações pertencem a uma espécie de realidade paralela e são definidas como “pós-verdade” ou “fatos alternativos”. Esse tipo de informação é o que alimenta o populismo na era da Internet, o populismo de redes sociais e aplicativos de celular. E os resultados disso, não são bons. 


No caso brasileiro, governo federal, na voz de seu mais alto representante, o presidente da República, vem colocando em questão a realidade da pandemia e a necessidade da vacinação. É perversa a aplicação de “pós-verdade” ou “fatos alternativos” quando o assunto é saúde. 


No Brasil, uma das principais redes hospitalares privadas chegou a divulgar, em seu site, uma página advertindo sobre os riscos da pseudociência durante a pandemia (confira em https://www.rededorsaoluiz.com.br/instituto/idor/novidades/pseudociencia-pode-agravar-riscos-e-danos-durante-a-pandemia )


A repercussão dessas declarações é variada, mas basicamente existem três recepções a essas declarações. Há os que acreditam que seja apenas uma comunicação agressiva e desastradas e que esse é o estilo do presidente. Outros acreditam que o presidente está dando uma instrução e procuram legitimar, em redes sociais, o que o presidente diz, recorrendo a fake news, teorias conspiratórias e até a pseudociência. Esses passam adiante as suas informações, falsas ou exageradas, em grupos de aplicativos de celular. E há ainda um terceiro grupo, os que acreditam que as declarações presidenciais são coerentes com o negacionismo diante da pandemia e, portanto, com a atitude geral de negligência governamental, que fez o país reagir à pandemia como uma orquestra desafinada, sem maestro, ao sabor de decisões de governos locais. 


As redes sociais e aplicativos de celular (principalmente Facebook, Instagram, WhatsApp, do Sr. Marketing Zuckerberg e o YouTube, do Google e o Twitter) não se sentem responsáveis pela curadoria do conteúdo que publicam e seus algoritmos não impedem, e até parecem facilitar, a divulgar de informações falsas que são potencialmente prejudiciais à saúde.


O prejuízo que as pseudociências, fake news, teorias conspiratórias ou, como alguns preferem, “fatos alternativos” e “pós-verdade” foi denunciado em manifesto assinado 2750 cientistas e médicos de renome mundial. (Confira em https://www.bbc.com/portuguese/geral-54727068 )


Há, entre esses conteúdos, os que põem em dúvida a vacinação. Essa situação é agravada quando associada a fontes governamentais. Elas não são entendidas apenas em um contexto e criam um clima onde os movimentos antivacinas, foçados em pseudociência, podem prosperar. 


Todos nós sabemos que a ameaça de doenças, que já vitimaram muitas pessoas, pode ser prevenida com o uso de vacinas. Mas, pelo menos no caso da poliomielite, a doença pode voltar. A causa será a negligência com a vacinação. Mas o que leva as pessoas a abandonarem uma conquista tão importante? Afinal, foi uma vitória da Ciência que evitou muito sofrimento. 


O que estamos vendo é o surgimento em redes sociais, repercutidas em aplicativos de celulares, de informações falsas que enganam as pessoas. Essas informações obedecem a interesses que agem sem compaixão e com total irresponsabilidade. 


“A disseminação de "fake news" - ou notícias falsas -, o medo de reações adversas e o sentimento de segurança a respeito da eliminação de doenças são alguns dos fatores que têm contribuído para a redução das coberturas vacinais pelo Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o dia 22 de outubro, nenhuma das vacinas que constam no calendário nacional atingiu os indicadores presentes no Programa Nacional de Imunizações.”

( a matéria está em 

https://www.folhavitoria.com.br/saude/noticia/10/2020/especialistas-falam-sobre-o-impacto-das-fake-news-nas-coberturas-vacinais-do-pais )


A bem sucedida erradicação da poliomielite no Brasil poderá ser revertida porque a vacinação não está tendo cobertura suficiente. Essa doença pode causar deficiências físicas irreversíveis e morte. 


“Em um momento em que há o debate sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, os dados são preocupantes. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. O título só foi alcançado depois do esforço do governo brasileiro para disponibilizar a vacina gratuita em todo o país.”


“De acordo com dados do Ministério da Saúde, divulgados na quinta-feira, 29, a maior cobertura foi registrada entre as crianças com dois anos de idade (45%), enquanto a menor foi registrada entre as crianças de 3 anos de idade (43%). “


( Leia o texto completo em: https://exame.com/brasil/vacinacao-gratuita-pelo-sus-termina-nesta-sexta-e-so-atingiu-45-da-meta/ )


"Vamos ser claros: as pseudociências matam."


“Essa é a mensagem que une 2.750 profissionais de saúde de 44 países (90% deles trabalhadores de saúde e cientistas de várias disciplinas).

O "1º manifesto contra as pseudociências em saúde", assinado por essa massa de profissionais, levanta a discussão sobre regulamentações contra produtos que não tenham eficácia terapêutica comprovada com rigor científico.”


https://sindicatoexpresso.blogspot.com/2020/10/pseudociencia-mata-e-da-dinheiro-para.html


Toda a argumentação contra a vacinação não vem de pessoas preocupadas com a saúde e o bem estar do próximo, mas de gente que quer fazer politicagem com a pandemia e a vacina, repercutindo a orientação errática que emana do governo. Toda essa argumentação é um somatório de argumentos sem valor, acumulados como lixo fedorento, por adeptos de teorias conspiratórias e pseudociência.  Essas pessoas, iludidas ou de má fé, acreditam que suas opiniões não científicas servem a alguma ideologia. E essa falsa convicção os anima a espalhar informações falsas.  Quando, na verdade, essa informação errada revela apenas que seus autores não têm conhecimentos sobre questões que dizem respeito à Ciência. E, talvez, muitos deles não saibam que esse tipo de informação falsa é prejudicial à saúde. 

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