. *** Fax Sindical *** .09.12.2012
De: Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da
Zona da Mata de MG
Data: 09 de dezembro
de 2012
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A formação médica precisa de um tratamento de
urgência
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O Brasil ficou
incomodado ao descobrir que mais da metade dos estudantes de Medicina do Estado
de São Paulo não conseguiu atingir a nota mínima de seis em um exame de
avaliação e as deficiências que apresentaram foram muito piores nas áreas mais
fundamentais, necessárias para toda e qualquer boa prática médica.
A colunista da Folha
de São Paulo Cláudia Colucci escreveu: “Há algo de muito errado em um país
quando mais da metade dos alunos que estão concluindo o curso de medicina, no
Estado mais rico e populoso da nação, não tem domínio de áreas básicas para
exercer a profissão." A matéria pode ser lida em http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1197416-aferir-a-capacidade-dos-novos-medicos-deveria-ser-uma-questao-de-estado.shtml
“““ “““ E continua a
Cláudia Colluci: -” Ainda que se pesem as críticas em relação à metodologia do
exame, intriga o fato de não haver nenhuma mobilização dos ministérios da Saúde
e da Educação para melhorar esse cenário.”.
"Aferir a
competência técnica dos futuros médicos antes de soltá-los no mercado deveria
ser uma questão de Estado, de interesse público."
"Isso se torna
evidente quando os resultados do "provão" revelam que as áreas de
maior reprovação são as de saúde mental (41% de acertos) e pública (46%).”.
As palavras da
colunista refletem a preocupação geral de tantas pessoas com essa deterioração
progressiva da formação médica. O CREMESP revelou que o nível da prova foi de
fácil para médio. Os adversários da prova escondem-se sorrateiramente em
argumentos de metodologia, quando na verdade, deveriam dar sua contribuição
para o aperfeiçoamento desses exames e para o melhoramento dessa educação
médica que aí está.
A nota mínima era um
simples seis e as áreas de saúde pública, clinica médica e saúde mental foram
as que mais atestaram as deficiências dos formandos. Áreas básicas para o
atendimento médico, diga-se com clareza.
O exame do CREMESP
também foi matéria do Jornal Nacional, que pode ser conferida no link
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/12/futuros-medicos-reprovados-em-exame-vao-poder-exercer-profissao.html
"Mais da metade
dos recém-formados nas faculdades de medicina de São Paulo foi reprovada em um
exame do Conselho Regional de Medicina do estado. Mesmo assim, esse grupo vai
poder exercer a profissão."
"Obrigatório
pela primeira vez, o exame do Cremesp, o Conselho Regional de Medicina de São
Paulo, teve este ano seis vezes mais participantes do que no ano passado. Mas o
resultado continua ruim. Dos 2400 formandos do estado que fizeram a prova,
54,5% não atingiram a nota mínima. E ela nem era tão alta: seis. O pior é que
os erros se concentraram em áreas básicas, como saúde pública e clínica médica,
que ensina como atender um paciente."
“É uma prova de
nível fácil para médio. Aquele aluno que não consegue acertar 60% de uma prova
desse tipo tem sérios problemas na sua formação e vai ter dificuldades para
atender as pessoas”, aponta o presidente do Conselho Regional de Medicina-SP,
Renato Azevedo Júnior.
O Cremesp não
divulga os nomes e os resultados das faculdades, mas informa que os erros foram
maiores em alunos de escolas privadas."
A responsabilidade
do Ministério da Educação foi lembrada pelo representante do CREMESP: “O
Ministério da Educação também tem que assumir sua responsabilidade nessa
história e tem que tomar providência no sentido, inclusive, de fechar escolas
de medicina que não tem condições de formar médicos”, ressaltou Renato
Júnior."
O Ministério da
Educação, responsável por sua própria impotência diante dessa proliferação
desordenada de escolas de medicina, foi procurado pela reportagem do jornal: -
" O Ministério da Educação declarou que desconhece as bases em que foram
aplicadas as provas do Conselho Regional de Medicina de São Paulo e que avalia,
constantemente, as faculdades de todo o país. Segundo o ministério, o ciclo de
avaliação do ensino superior é de três anos e as faculdades de medicina que já
receberam notas baixas, no passado, poderão ser descredenciadas em 2013, se
mantiveram o nível baixo de ensino."
A resposta do
Ministério da Educação parece evasiva e as declarações apresentam-se
dissociadas da gravidade do problema e da necessidade de urgência para a sua
solução.
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Os royalties do Pré-sal 100% para a educação.
Decisão acertada?
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Teria sido uma
decisão completamente acertada e justa a transferência de 100% de recursos dos
royalties do pré-sal para a educação? Embora a educação necessite de recursos e
seja decisiva para um futuro melhor para o pais, muitos questionam a falta de
atenção para com a saúde.
Pesquisas em
períodos pré-eleitorais demonstram que a saúde se situa entre as principais
preocupações dos brasileiros e as insuficiências e dificuldades do setor são
objeto de noticiário frequente, de manifestações de sindicatos, conselhos de
saúde e lideranças políticas, além de uma enxurrada de ações judiciais.
Portanto, há algo errado no reino da saúde e, grande parte dos problemas no
setor dependem de financiamento adequado para terem um final feliz.
Em entrevista
publicada no jornal O Globo deste domingo, concedida ao jornalista Jorge
Moreno, o ex-ministro da Saúde do Governo Lula, José Gomes Temporão, afirma que
a reserva de royalties do pré-sal só
para a educação não foi uma decisão acertada e chega a dizer que isso
"destruirá o SUS".
A matéria foi pode
ser lida na página 45 do Globo de domingo (09.12.12). O ex-ministro raciocina
que está previsto que até 2030 o Brasil terá mais pessoas acima de 60 anos (40
milhões) do que adolescentes com menos de 14 anos (36 milhões), portanto terá
mais pessoas para cuidar do que para educar. Na entrevista Temporão disse que
"a educação não é o único desafio".
Afirma também que "a insuficiência de recursos constrangerá um dos
princípios do SUS, que é a integralidade, e ampliará a iniquidade do
sistema". Garante que a saúde é que mais perde. "O atual
subfinanciamento será ainda mais agravado, e é evidente que, em uma perspectiva
de médio e longo prazos, a saúde é a área que mais perde ao ser excluída dessa
nova fonte de recursos".
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Serviço público
reproduz desigualdade social que assola o país
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As injustas e
brutais disparidades salariais no serviço público fazem parte da observação e
do senso comum da maioria dos trabalhadores do setor público. Agora repercutem
na imprensa. Seguem um critério misterioso, que não consegue ser explicado
pelas declarações oficiais inacreditáveis sobre o tema. Esse critério não
contempla plenamente as exigências de qualificação de mão de obra, horas de
escolaridade e formação e responsabilidades profissionais e dedicação exigidas.
Mesmo dentro das mesmas funções e cargos existem disparidades entre poderes e
esferas.
Esse assunto ganhou
repercussão com a sua publicação na versão online do jornal "O Globo"
que podia ser vista no domingo (9.12).
A matéria está em
http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/emprego/estudo-mostra-que-salarios-do-servico-publico-estao-mais-desiguais-6987148
"Se um servidor
federal ganha X, o estadual recebe metade de X e o municipal, 50% deste segundo
valor. Na média, é essa a tendência das remunerações no serviço público, o que
provoca uma forte disparidade entre as três esferas. Tem gestor estadual com
salário inicial de R$ 3.800, e federal, com R$ 13 mil. Um médico ganhando R$ 3
mil e outro mais de R$ 7 mil em prefeituras distintas. Motorista do Senado
recebendo R$ 3.200 e motorista de município, R$ 800.
Apesar de a
desigualdade social vir diminuindo nos últimos anos no Brasil, a salarial está
aumentando dentro do serviço público, conforme divulgado na última semana pelo
Boletim de Mercado de Trabalho do Ipea. No caso dos funcionários federais, por
exemplo, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais perto
de 1 maior a desigualdade), passou de 0,8728 para 0,8973, entre 2002 e 2009.
Entre os estaduais, de 0,7510 para 0,7783; enquanto a esfera municipal
registrou queda: de 0,6051 para 0,5678.
Isso mostra que
funcionários de alguns cargos nos setores federais e estaduais estão ganhando
mais do que os outros explica Eduardo Freguglia Daré, mestre em Teoria
Econômica pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e coautor
da nota do IPEA. Por conta dessa desigualdade interna, inclusive, o
funcionalismo público não contribui para a redução da desigualdade de renda.
Mil reais para
médico no interior
É fácil encontrar
editais de concursos que oferecem remunerações discrepantes entre cargos que
exigem o mesmo nível de escolaridade e qualificação. Ou até salários para
cargos que exigem ensino médio que são maiores do que outros destinados ao
nível superior, com especialização.
O salário de mil
reais para um médico por 20 horas de trabalho semanais é o oferecido no
concurso em andamento da prefeitura de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.
Já o Senado paga R$ 3.202,94 a seus motoristas, como é possível consultar no
Portal Transparência do órgão o site ainda registra que um analista legislativo
que tenha especialidade em medicina pode ganhar R$ 20.959,99 ou, com descontos,
R$ 18.277,31. A presidente Dilma Rousseff recebe, por mês, R$ 26.723,13 brutos,
que caem para R$ 19.818,49.
É natural que haja
hierarquia entre as diferentes esferas de poder (federal, estadual e
municipal), porque cada uma tem recursos e responsabilidades diferentes afirma
Mônica Pinhanez, professora da Ebape/FGV de Administração Pública e Finanças
Públicas. Mas não justifica tanta diferença. Deveria haver proporções mais
razoáveis."
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ser acompanhado em http://twitter.com/faxsindical
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