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Trabalhadores de apps, plataformas e PJs se organizam em defesa de seus direitos

 Trabalhadores da “nova economia” começam a sentir a necessidade de se organizar em defesa de seus direitos. Entendem, cada vez mais, que nunca foram e, em sua grande maioria, não serão empreendedores. Trabalho sem direitos apenas aumentam os bônus dos executivos e os lucros dos grandes acionistas e especuladores. 


O termo vínculo empregatício aparece na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é utilizado para descrever uma relação de trabalho considerada não eventual, onde o empregado depende do salário pago pelo empregador. Neste tipo de relação, o empregador determina o formato e horário de trabalho a ser cumprido.


O vínculo empregatício, ou vínculo CLT, é uma relação de trabalho não eventual entre um empregado e um empregador, caracterizada por alguns requisitos, como:

  • Subordinação
    O empregador tem poder diretivo, disciplinar e regulamentar sobre o funcionário. Ele pode determinar o horário e a forma de trabalho, além de penalizar e orientar a conduta do colaborador. 




  • Pessoalidade
    Somente pessoas físicas podem ser contratadas como colaboradores em empresas. 




  • Onerosidade
    O trabalho deve ser remunerado, seja por dia, por hora, ou por mês. 




  • Não eventualidade
    A relação de trabalho deve ser contínua, ou seja, o trabalhador deve prestar serviços com uma certa periodicidade. 




A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece que o trabalhador contratado por meio de carteira assinada tem direito a diversos benefícios, como 13º salário, férias remuneradas, INSS, FGTS, auxílio-doença e seguro-desemprego




Matéria publicada em https://www.esquerda.net/artigo/trabalhadores-da-amazon-votam-greve/93292 torna público ao leitor brasileiro que os trabalhadores dos depósitos da AMAZON em Nova Iorque. O Sindicato, recém criado após muita luta, decidiu por uma greve em defesa de suas reivindicações. 

Trabalhadores de apps e plataformas vão aprendendo a se organizar pelo mundo. Sindicatos e associações são necessários, no iFood, no Uber, na Amazon, no Mercado Livre. A fala pejotização adotada em várias empresas deve ser desmascarada, diante da deficiência na fiscalização. 

Há UPAs que mantém plantões, que caracterizam vínculos empregatícios, em regime de PJ e não há auditoria do MTE ou atuação do MP (fiscal da Lei) que ponham cobro a esse absurdo. 



Trabalhadores da Amazon votam greve

15 de dezembro 2024 - 10:17 

Dois armazéns de Nova Iorque partem para a greve depois da Amazon continuar a não querer reconhecer o sindicato e a não querer negociar um acordo coletivo de trabalho.


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Trabalhadores da Amazon em luta nos EUA. Foto dos Teamsters.

Os trabalhadores de dois armazéns do gigante da distribuição Amazon nos EUA votaram "esmagadoramente" uma autorização para o sindicato decretar greve se até este domingo, 15 de Dezembro, as reivindicações apresentadas não forem atendidas. A decisão surge na sequência da recusa da empresa de reconhecer o sindicato e de negociar um contrato coletivo de trabalho e é histórica por ser a primeira vez que uma tal forma de luta é adotada em larga escala numa das empresas mais conhecidas pelas suas práticas anti-sindicais naquele país.

Em comunicado, o International Brotherhood of Teamsters, que reivindica representar 1,3 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, acusa a Amazon de ilegalidade devido a não reconhecer o sindicato. Isto para além da política de salários baixos e de más condições de trabalho.

Os armazéns em questão são o JFK8 e o DBK4, ambos de Nova Iorque. O JFK8, em Staten Island, que tem mais de 5.500 trabalhadores, foi o primeiro a conseguir-se sindicalizar a nível nacional num país onde para organizar um sindicato num local de trabalho é preciso vencer uma votação maioritária dos trabalhadores sujeita à pressão do discurso anti-sindical dos patrões.

Apesar disso, nasceu o Amazon Labor Union IBT Local 1, filiado no poderoso sindicato dos motoristas, os Teamsters. Connor Spence, o presidente desta secção sindical mostra-se confiante no resultado desta mobilização já que “enquanto a Amazon continua a desrespeitar-nos ao recusar ouvir as nossas preocupações, o nosso movimento só tem crescido”.

James Saccardo outro trabalhador deste armazém explica que não estão “a pedir muito”. “Apenas queremos o que todas as outras pessoas querem na América – trabalhar e receber o suficiente para cuidarmos de nós e das nossas famílias. E a Amazon não nos está a deixar fazer isso”, esclarece.

As mesmas preocupações expressam os trabalhadores do DBK4, o maior ponto de distribuição de Nova Iorque. Aí a votação a favor da greve foi “quase unânime”, informa o sindicato. E Luc Rene, que lá trabalha, assegura que a mega-corporação “constantemente quebra a lei” mas os trabalhadores prometem não desistir.

Vincent Perrone, o dirigente sindical desse local, alinha pelo mesmo tom do seu colega do JFK8 porque sente que os trabalhadores já “não têm outra escolha”.

Por sua vez, o dirigente nacional dos Teamsters, Sean M. O’Brien, também destaca o desrespeito sentido pelos trabalhadores e é duro para com a direção da Amazon: “se estes criminosos de colarinho branco querem continuar a quebrar a lei é melhor que se preparem para uma luta”.

São já dez as instalações da Amazon que se sindicalizaram na ofensiva organizativa dos Teamster após anos em que nenhum sindicato conseguia entrar na empresa. Apesar das vitórias nas votações, “a Amazon repetidamente tem falhado na sua obrigação legal de negociar com a sua força de trabalho sindicalizada”, denuncia-se.




Desde que os trabalhadores do JFK8 votaram pela criação do sindicato, passaram já cerca de 990 dias. A empresa primeiro tentou apresentar recursos junto da National Labor Relations Board, a entidade federal que regula as relações laborais mas esta não lhe deu razão e certificou oficialmente o sindicato. Ainda assim, a Amazon continua a não negociar com a organização representativa dos trabalhadores.

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