Pular para o conteúdo principal

Fax Sindical 904 - Crise no SUS de Juiz de Fora agrava-se com decisão da Justiça

FAX SINDICAL 904

________________________________________________________________________________

DATA: 10 DE JUNHO DE 2011
DE: SINDICATO DOS MÉDICOS DE JUIZ DE FORA E ZONA DA MATA MG

Assunto: TJ de Minas Gerais decretou a ilegalidade da greve dos médicos de Juiz de Fora, mas a luta vai continuar

________________________________________________________________________________

Vamos participar e mobilizar todos os médicos que trabalham na Prefeitura de Juiz de Fora para a Assembléia Geral do dia 15 de junho, quarta-feira próxima, às 19 horas e 30 minutos, na Sociedade de Medicina. A mobilização e assembléia cheia são as melhores respostas agora.


No apagar da sexta-feira, 10 de junho, a imprensa anunciou que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais havia decretado a ilegalidade da greve que os médicos de Juiz de Fora fazem há 40 dias, pedindo salários decentes e condições adequadas de atendimento ao público. O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora não quer um SUS iatrogênico, carente de recursos humanos qualificados e de equipamentos médicos adequados, donde a motivação justa para o movimento.

Não foi esse o entendimento do Tribunal do Estado governado por Anastasia, do mesmo partido do Prefeito Custódio de Matos. Indiferente à miserabilidade dos salários e à deterioração das condições de atendimento, decretou a greve ilegal.

O Sindicato ainda não foi oficialmente informado da decisão: não recebeu notificação ou intimação. Não conhecemos o teor da decisão. É claro que recorreremos e contestaremos a decisão. É claro que continuaremos a nossa luta, já que as causas do movimento médico de Juiz de Fora persistem.

Procuramos todo o tempo agir dentro da legalidade, mantendo 100% dos médicos das unidades de pronto atendimento e SAMU funcionando e 30% do atendimento nos níveis básico e secundário de atenção. Todas as decisões do movimento foram tomadas pelo voto majoritário das assembléias. O Sindicato sempre pediu negociações, chegando a pedir, por duas vezes (uma por ofício e outra presencialmente) que o prefeito Custódio recebesse o Sindicato. Por tudo isso fica difícil entender como essa justiça mineira decidiu que nosso movimento trabalhista pudesse ser ilegal. Segundo notícia divulgada na imprensa, o promotor Rodrigo de Barros, que mal consegue disfarçar sua antipatia pela classe médica, teria solicitado a ilegalidade por achar que o serviço do HPS estava deficiente. Ora, todo mundo sabe que o HPS está com escalas incompletas, profissionais inexperientes contratados precariamente por salários ruins e deficiências graves que antecedem à greve dos médicos. Vistoria do CRM e denúncias de médicos apresentadas ao Ministério Público desse estado dão conta disso. Mas a política desse promotor levou-o a atacar o movimento médico, sem medir conseqüências.

Na próxima quarta-feira, 15 de junho, haverá assembléia para definir os rumos do movimento, que não cessará até que a Prefeitura negocie de forma democrática e aberta. A lua continuará sob outras formas e uma nova paralisação não está descartada.

Acompanhe o Fax Sindical em:
http://faxsindical.wordpress.com ou http://sindicatoexpresso.blogspot.com ou pelo Twitter em http://twitter.com/faxsindical

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es...

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o aten...

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi...