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-.- TELEGRAMA SINDICAL N°.188 -.-
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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
03 de novembro de 2009.
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A LUTA MÉDICA PELO BRASIL:
DE CUIABÁ AO SENADO.
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Campanhas em municípios e estados evidenciam a situação geral da classe médica no serviço público brasileiro: salários desprezíveis e deterioração de condições de trabalho. Resultado: profissionais estressados, com baixo padrão de vida e sem poder se atualizar, sujeitos a doenças decorrentes do estresse e com rebaixamento da própria auto-estima.
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Trava-se uma luta no Brasil, nos municípios pequenos e maiores, nas capitais e nos estados da federação. O resultado dela é fundamental para a qualidade dos serviços públicos de saúde prestados ao povo brasileiro, majoritariamente realizados no SUS. Médicos fazem greve e pedem demissão e o assunto, já com insistência, começa a frequentar as páginas dos jornais e a tribuna do Congresso Nacional.
Um fato: o serviço público prestado no SUS precisa de médicos para cumprir o dever constitucional do Estado de garantir a Saúde como direito de todos. Outro fato: o serviço público não pode mais se sustentar pagando salários fingidos e indecentes a profissionais altamente qualificados, que vão garantir o cumprimento da Constituição.
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O Prefeito tucano de Cuiabá, Wilson Santos, propôs aos médicos um piso salarial de 1.300 reais, a partir de fevereiro de 2010. Pouco depois evoluiu para 1.500 reais. Os serviços públicos de saúde (SUS) de Cuiabá estão afundando no caos. O Presidente do Sindicato dos Médicos do Mato Grosso, economizando palavras, chamou a proposta da Prefeitura de indecente. Médicos estão pedindo demissão. O Prefeito Wilson Santos (PSDB MT) quer ser governador do Estado. Ele demonstra, por suas atitudes, não gostar de médicos, não gostar de funcionários públicos e nem cuidar bem dos assuntos públicos da Saúde. O Sindicato dos Médicos denuncia que o Prefeito tucano age com um propósito determinado: levar o caos à Saúde para desmoralizar e achincalhar os médicos e desmantelar e terceirizar os serviços públicos. O alvo seria tentar a implantação da reencarnação serrista do PAS malufista: a OS, a organização social a usurpar os serviços públicos do SUS.
Desde setembro os médicos buscam a negociação e o acordo. A muralha da intransigência da administração tucana de Cuiabá não tem cedido aos atos públicos, às greves ou ao apelo dramático dos pedidos massivos de demissão. A Prefeitura de Cuiabá contratou uma empresa gaúcha de prestação de serviços, que nem é devidamente registrada no CRM MT, para arranjar médicos provisórios, fora de Cuiabá para fazer funcionar um precário pronto-socorro em reforma. É o rabo de palha do projeto de precarizar/terceirizar.
O Senador Mão Santa elevou a sua voz da tribuna do Senado. Tornou-se mais um congressista a fazer saber a seus pares que os médicos do serviço público estão ganhando uma miséria. A mão de obra médica do SUS, eis outro fato inquestionável, está sendo duramente sucateada. A população, cada vez mais, vai sendo atendida por profissionais mal pagos e desmotivados. Leia a declaração do Mão Santa no link
Em Juiz de Fora, médico da Prefeitura tem piso de 1.277 reais. Vinte e cinco por cento menor que o nível superior. A Prefeitura não reconhece a carga horária especial do médico e nem as perdas salariais que isso acarretou aos médicos. Os hospitais privados, com quem o Sindicato dos Médicos faz negociações coletivaz têm a desfaçatez de oferecer 3%. Uma proposta vergonhosa, igual à que fizeram em Belo Horizonte. Isso não pode ser chamado nem de correção. Pelo modo humilhante com que essa gente trata os profissionais médicos nas áreas pública e privada pode se notar o pouco apreço que têm pela saúde da população mais necessitada.
Os médicos do SUS no Brasil inteiro vivem um grande e inegável impasse, quer aceitem ou não. Devem entender que essa é a hora da luta e da afirmação, porque todos os limites parecem estar sendo rompidos. Não há como esperar acontecer. O patrão do médico não é o Papai Noel nem o coelhinho da Páscoa. São astutos políticos e empresários que não se envergonham e nem enrubescem em pagar mal e, até mesmo, em precarizar o trabalho, terceirizando e descuidando de direitos trabalhistas elementares. Os que se acovardarem e se submeterem à intimidação vão perder o bonde da história. Podem não ter mais vez e nem hora. A luta é agora e vai continuar. Os médicos sempre vão continuar querendo um trabalho decente, acima das supostas verdades administrativas neoliberais.
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