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Juiz de Fora - Secretário de Saúde defende privataria no SUS

TELEGRAMA SINDICAL - 30/10/2010 - 15:00

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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata-MG

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JUIZ DE FORA: SECRETARIA DE SAÚDE APOIA PRIVATARIA CONTRA O SUS.

Secretário de Saúde de Juiz de Fora reage contra sindicatos e declara
pensamento privatista.

Sindicato dos Médicos e Sinserpu vão à Justiça contra terceirização da
saúde e secretário contesta concurso público.

Em declaração à imprensa (dia 29 de outubro), quando responde a
declarações do Presidente do Sinserpu, Cosme Nogueira e do advogado do
Sindicato dos Médicos, Dr. Guilherme Lourenço, o secretário municipal
de saúde, Cláudio Reiff, denunciou pelas suas palavras que a
terceirização, na verdade, não é uma emergência, mas uma política
deliberada e sistemática da sua administração. Ele sustenta sua tese
com um preconceito: uma pretensa e nunca comprovada superioridade dos
serviços terceirizados. Sua declaração publicada foi textualmente: "A
urgência e emergência precisa de agilidade gerencial, a prestação de
serviço é superior quando feita de forma terceirizada."

Mais adiante Mr. Reiff argumenta que uma UPA como São Pedro ou Santa
Luzia é mais barata do que a Regional Leste. Diz ele textualmente: "As
despesas com a Regional Leste chegam a R$ 900 mil, enquanto, nas UPAs,
onde há o mesmo tipo de atendimento, o repasse mensal é de R$ 650
mil." Ora, mas o Sr. Reiff foi imprevidente em suas palavras. Alguém
deveria dizer a ele que existem leis e que ele deve obedecê-las. O
trabalho escravo e o trabalho infantil também diminuem custos. Mas,
felizmente a lei os proibe. Nem sempre o mais barato é o melhor e o
correto. E não deveria o Sr. Secretário supor que a Regional Leste
gasta demais, considerando a sua demanda e a continuidade e
complexidade dos procedimentos que realiza. Não é justo desmerecer o
trabalho da Regional Leste.

Disse ainda o Sr. Reiff que está preocupado "com o atendimento ao
usuário, não com questões políticas e corporativas." Mais uma vez
infeliz o Sr. Secretário. Se o que ele chama de questões corporativas
é a defesa de interesses e direitos de trabalhadores na saúde, ele
deveria se preocupar com isso. Para termos um sistema público de saúde
forte e eficiente não podemos aceitar essa oposição entre o trabalho
decente para os profissionais da saúde e os interesses dos usuários em
ter bons serviços. Será que o secretário conhece o que é melhor para
os usuários? Se Cláudio Reyff estivesse preocupado com o que pensam
os usuários e com o atendimento que recebem deveria comparecer ao
Conselho Municipal de Saúde e às audiências públicas sobre saúde na
Câmara Municipal. Ele tem fugido desse debate democrático. Felizmente,
ainda tem pouca idade e dois anos de governo para ganhar experiência e
aprender.

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