Pular para o conteúdo principal

Telegrama Sindical 15.10.2010

TELEGRAMA SINDICAL 15-10-2010 19:00

================================================

Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata MG

================================================

AUDITORIA DE TERCEIRIZAÇÕES DA SAÚDE PÚBLICA POR INDÍCIOS DE IRREGULARIDADE

================================================


Começam auditorias e perícias das terceirizações da saúde.

--------------------------------------------------------------------------------


Indícios de irregularidades fazem processo começar em setembro em 4
cidades do Paraná

--------------------------------------------------------------------------------

Contratos assinados, serviços prestados e tamanho e situação do quadro
de funcionários de quatro hospitais públicos terceirizados do Paraná
vão passar por avaliação de auditores, técnicos e fiscais.

A informação foi dada pela versão online do jornal paranaense Gazeta
do Povo. A matéria informa que a terceirização, cada vez mais
praticada, também é objeto de ações judiciais, denúncias,
investigações e escândalos. No caso desses hospitais paranaenses,
chamou atenção do Tribunal de Contas e do Ministério da Saúde o fato
do número de procedimentos registrados ser muito superior à capacidade
do quadro registrado de funcionários, caracterizando distorção de
natureza grave. A auditoria será feita conjuntamente pelo Tribunal de
Contas do Paraná e pelo Ministério da Saúde. A legalidade e o teor dos
contratos também serão avaliados. Se constatado prejuízo público o
assunto poderá ser encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério
Público.

Em Juiz de Fora, a Prefeitura (Prefeito Custódio de Matos PSDB) está
seguindo uma linha de terceirização de serviços públicos de saúde.
Iniciou-se essa política com a terceirização das duas UPAS, de Santa
Luzia e São Pedro. O passo seguinte foi a terceirização da atividade
fim na Policlínica de Benfica/Regional Norte, usando os préstimos da
intermediação da Fundação de Apoio do Hospital Universitário da UFJF.
A seguir veio a inesperada terceirização do serviço público da atenção
básica/ESF. No caso a Prefeitura acumpliciou-se com o Hospital e
Maternidade Terezinha de Jesus, entidade filantrópica. Os dirigentes
dessa instituição são os mesmos responsáveis pela Faculdade de
Medicina Suprema e pelo hospital privado Monte Sinai. Uma mensalidade
na faculdade Suprema é maior do que o salário de um médico
especialista da Prefeitura de Juiz de Fora em final de carreira. Logo,
uma instituição de ensino para a elite econômica. Como resultado
disso, a Maternidade Terezinha de Jesus poderá contratar recém
formados da faculdade Suprema para atender unidades de saúde da
atenção básica/ESF. Não será exigida desses profissionais residência
ou especialização em Saúde de Família e Comunidade ou formação
específica em saúde pública. A administração do prefeito Custódio de
Matos (PSDB MG) permitirá que a Maternidade Terezinha de Jesus
contrate profissionais inexperientes e sem formação especializada, sem
CONCURSO PÚBLICO para atender ao SUS de Juiz de Fora. Logo, um
desprezo pela qualidade dos serviços prestados.

Além de burlar a própria Constituição, permitindo que se contratem
trabalhadores para atividade fim do serviço público sem o exigido
concurso público, no caso das UPAS ainda permite que se burle a Lei
das Licitações, já que permite que se compre ou se contrate serviços,
com dinheiros públicos, sem a competente licitação. Ou seja, a
terceirização é reacionária porque permite que, ao mesmo tempo,
voltemos ao tempo das contratações por indicação e dos cabides de
emprego e, por outro lado, que se empregue dinheiro público sem
licitação, como se fazia nos tempos dos favorecimentos.

Em São Paulo a aplicação dessa política tem servido para o desmonte
do SUS e abolição do concurso público.

Esses fatos conferem ao Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora a
acionar na Justiça essa terceirização e a denunciá-la perante a
opinião pública e as autoridades constituídas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es...

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o aten...

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi...