Pular para o conteúdo principal

FAX SINDICAL 975 - MINISTRO DA SAÚDE INAUGURA UPA SEM MÉDICO

-----------------------------------------------------------------------
Fax Sindical 975

-----------------------------------------------------------------------

Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata - 12 de janeiro de 2012


FALTA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS SÉRIA E CONSEQUENTE PARA OS MÉDICOS DO SUS

Dessa realidade, há muitos exemplos. Esse caso que citamos aqui ocorreu no ABC paulista, berço político do ex-presidente Lula e foi protagonizado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A precarização do trabalho médico no SUS tem causado situações graves. Nas gavetas do Congresso dorme projeto de plano de carreira para o SUS. Enquanto isso a enorme massa de cidadãos, eleitores e contribuintes sofre com as consequencias dessa intransigência. Faltam médicos em unidades públicas de saúde porque o Governo Federal, Governos estaduais e municipais não demonstram vontade política para elaborar planos de cargos, carreira e salários que sejam capazes de atrair e fixar médicos no SUS. O SUS exige profissionalismo e a irresponsabilidade quanto à política de recursos humanos pode minar esse grandioso projeto sanitário. Leia a notícia abaixo. Mais um retrato dessa crise.

Após inauguração, UPA Zaíra tem falta de médico - Diário do Grande ABC

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC

2 comentário(s)

Um mês depois de ser aberta ao público, sobram reclamações na Unidade de Pronto Atendimento Zaíra, em Mauá. O principal problema relatado pelos usuários é a falta de médicos. A UPA foi inaugurada no dia 11 de dezembro, com presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o prefeito Oswaldo Dias (PT) e vereadores.

Além de pacientes, funcionários de Unidades Básicas de Saúde do bairro confirmam o problema. "A UPA recém-construída está bonita, mas, se não tiver atendimento, não resolve. Tem de ter pelo menos um clínico geral. Todos os dias recebemos pacientes que vêm de lá e dizem que não há médicos", afirmou uma atendente.

Como a UBS só atende mediante agendamento prévio da consulta, funcionários orientam os pacientes a buscar o Hospital Nardini ou o Pronto-Socorro São João. Outra funcionária revelou que, por dia, no mínimo dez pacientes procuram ajuda médica na UBS, todos vindos da UPA.

A unidade é do tipo 2, por isso deveria ter, pelo menos, quatro médicos no plantão, entre clínicos gerais e pediatras. Nesta semana, o Diário esteve por duas vezes no endereço e constatou a mesma situação. Durante o dia, pacientes esperavam por atendimento. No fim da tarde, a unidade estava praticamente vazia. Quem procurava por avaliação teve de voltar para casa sem atendimento. O aposentado Waldemar Gabkuwski, 65 anos, queria fazer exame do pulmão para saber o motivo da tosse insistente. "É a primeira vez que venho e não tem ninguém para atender. Por isso a unidade está vazia. O povo já sabe que não tem médico", criticou o usuário, que teve de retornar com os mesmos sintomas que chegou.

Ainda que houvesse clínico geral na unidade, não seria possível tirar radiografia do pulmão do paciente. A máquina de raio X ainda não foi instalada. O sobrinho de 3 anos da doméstica Maria de Fátima da Silva, 29, teve de ser atendido no Hospital Nardini na semana passada depois de sofrer queda e machucar a cabeça. "Ele ficou quase três horas sem atendimento. Não entendo, acabaram de inaugurar (a UPA). Por que abrem assim, tão incompleta?", questionou.

A Prefeitura informou que foram feitos dois processos seletivos entre outubro e dezembro para contratação de médicos para a UPA. Porém, o número de vagas não foi preenchido por falta de profissionais interessados. A previsão é que até fevereiro o quadro esteja completo. O salário oferecido chega a R$ 8.000.

Quanto à máquina de raio X, a administração reconheceu que o aparelho não está funcionando, mas garantiu que será instalado nos próximos dias.

Prefeitura indica UBS para casos menos graves

Nem todos os pacientes que precisam de atendimento devem, necessariamente, procurar ajuda médica na UPA. A unidade, segundo a Prefeitura, é destinada apenas ao acolhimento de casos de emergência e urgência, como pressão e febre altas, fraturas, cortes, infarto e derrame - conforme estipula o Ministério da Saúde, idealizador do projeto. Retirada de receitas médicas e indicação de exames também não são realizadas no local.

De acordo com a Prefeitura, a confusão quanto ao atendimento da UPA Zaíra acontece devido ao fato de o Pronto Atendimento Zaíra 2 ocupar o mesmo prédio da Unidade Básica de Saúde do bairro. Ainda segundo o governo municipal, depois da inauguração da UPA, os munícipes passaram a ter dificuldades de assimilar a diferença por causa da descaracterização do serviço.

A explicação da Prefeitura para o não atendimento dos casos citados ao lado, considerados menos graves, como diarreia, inalação, aplicação de medicamentos e gripe, é que essas demandas são atribuições das Unidades Básicas de Saúde da cidade.

QUADRO INCOMPLETO

Quanto à queixa sobre falta de médicos, a Prefeitura esclareceu que a UPA conta com 31 profissionais, sendo 16 pediatras e 15 clínicos gerais, que trabalham em revezamento seis dias da semana. Aos sábados a unidade não tem médicos. Aqueles que faziam parte da equipe pediram demissão e as vagas permanecem em aberto. De acordo com a Prefeitura, o quadro será completado com a contratação de mais 11 médicos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es...

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o aten...

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi...