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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata - 12 de janeiro de 2012
FALTA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS SÉRIA E CONSEQUENTE PARA OS MÉDICOS DO SUS
Dessa realidade, há muitos exemplos. Esse caso que citamos aqui ocorreu no ABC paulista, berço político do ex-presidente Lula e foi protagonizado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A precarização do trabalho médico no SUS tem causado situações graves. Nas gavetas do Congresso dorme projeto de plano de carreira para o SUS. Enquanto isso a enorme massa de cidadãos, eleitores e contribuintes sofre com as consequencias dessa intransigência. Faltam médicos em unidades públicas de saúde porque o Governo Federal, Governos estaduais e municipais não demonstram vontade política para elaborar planos de cargos, carreira e salários que sejam capazes de atrair e fixar médicos no SUS. O SUS exige profissionalismo e a irresponsabilidade quanto à política de recursos humanos pode minar esse grandioso projeto sanitário. Leia a notícia abaixo. Mais um retrato dessa crise.
Após inauguração, UPA Zaíra tem falta de médico - Diário do Grande ABC
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
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Um mês depois de ser aberta ao público, sobram reclamações na Unidade de Pronto Atendimento Zaíra, em Mauá. O principal problema relatado pelos usuários é a falta de médicos. A UPA foi inaugurada no dia 11 de dezembro, com presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o prefeito Oswaldo Dias (PT) e vereadores.
Além de pacientes, funcionários de Unidades Básicas de Saúde do bairro confirmam o problema. "A UPA recém-construída está bonita, mas, se não tiver atendimento, não resolve. Tem de ter pelo menos um clínico geral. Todos os dias recebemos pacientes que vêm de lá e dizem que não há médicos", afirmou uma atendente.
Como a UBS só atende mediante agendamento prévio da consulta, funcionários orientam os pacientes a buscar o Hospital Nardini ou o Pronto-Socorro São João. Outra funcionária revelou que, por dia, no mínimo dez pacientes procuram ajuda médica na UBS, todos vindos da UPA.
A unidade é do tipo 2, por isso deveria ter, pelo menos, quatro médicos no plantão, entre clínicos gerais e pediatras. Nesta semana, o Diário esteve por duas vezes no endereço e constatou a mesma situação. Durante o dia, pacientes esperavam por atendimento. No fim da tarde, a unidade estava praticamente vazia. Quem procurava por avaliação teve de voltar para casa sem atendimento. O aposentado Waldemar Gabkuwski, 65 anos, queria fazer exame do pulmão para saber o motivo da tosse insistente. "É a primeira vez que venho e não tem ninguém para atender. Por isso a unidade está vazia. O povo já sabe que não tem médico", criticou o usuário, que teve de retornar com os mesmos sintomas que chegou.
Ainda que houvesse clínico geral na unidade, não seria possível tirar radiografia do pulmão do paciente. A máquina de raio X ainda não foi instalada. O sobrinho de 3 anos da doméstica Maria de Fátima da Silva, 29, teve de ser atendido no Hospital Nardini na semana passada depois de sofrer queda e machucar a cabeça. "Ele ficou quase três horas sem atendimento. Não entendo, acabaram de inaugurar (a UPA). Por que abrem assim, tão incompleta?", questionou.
A Prefeitura informou que foram feitos dois processos seletivos entre outubro e dezembro para contratação de médicos para a UPA. Porém, o número de vagas não foi preenchido por falta de profissionais interessados. A previsão é que até fevereiro o quadro esteja completo. O salário oferecido chega a R$ 8.000.
Quanto à máquina de raio X, a administração reconheceu que o aparelho não está funcionando, mas garantiu que será instalado nos próximos dias.
Prefeitura indica UBS para casos menos graves
Nem todos os pacientes que precisam de atendimento devem, necessariamente, procurar ajuda médica na UPA. A unidade, segundo a Prefeitura, é destinada apenas ao acolhimento de casos de emergência e urgência, como pressão e febre altas, fraturas, cortes, infarto e derrame - conforme estipula o Ministério da Saúde, idealizador do projeto. Retirada de receitas médicas e indicação de exames também não são realizadas no local.
De acordo com a Prefeitura, a confusão quanto ao atendimento da UPA Zaíra acontece devido ao fato de o Pronto Atendimento Zaíra 2 ocupar o mesmo prédio da Unidade Básica de Saúde do bairro. Ainda segundo o governo municipal, depois da inauguração da UPA, os munícipes passaram a ter dificuldades de assimilar a diferença por causa da descaracterização do serviço.
A explicação da Prefeitura para o não atendimento dos casos citados ao lado, considerados menos graves, como diarreia, inalação, aplicação de medicamentos e gripe, é que essas demandas são atribuições das Unidades Básicas de Saúde da cidade.
QUADRO INCOMPLETO
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