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Quinta-feira, 18 de novembro de 2010 - 09:00
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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata-MG
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DRÁUSIO VARELA CALCULA COMO PLANO DE SAÚDE PREJUDICA MÉDICO E
MINISTÉRIO DA SAÚDE AVANÇA NA CONSTRUÇÃO DA CARREIRA DE ESTADO PARA
MÉDICOS
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Plano de saúde compensa? "Eu teria medo de ser atendido por um médico
que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o
banheiro da minha casa."
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Dr. Dráusio Varela, oncologista e celebridade médica, denuncia no
Portal do CFM as relações perversas que as operadoras de planos de
saúde conseguem impor aos médicos.
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Médicos versus planos de saúde
Sex, 12 de Novembro de 2010
Antonio Dráuzio Varella
médico cancerologista
Médicos que vivem da clínica particular são aves raríssimas. Mais de
97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32 por
consulta. Em média, R$ 20 (veja observação ao final do artigo).
Os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços
tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica
impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os
usuários já sobrecarregados. Os sindicatos e os conselhos de medicina
desconfiam seriamente de tal justificativa, uma vez que as empresas
não lhes permitem acesso às planilhas de custos.
Tempos atrás, a Fipe realizou um levantamento do custo de um
consultório-padrão, alugado por R$ 750 num prédio cujo condomínio
custasse apenas R$ 150 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650 à
atendente, R$ 600 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275 à faxineira e
R$ 224 ao contador.
Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os
benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas
da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de
consumo, custos operacionais e aqueles necessários para a realização
da atividade profissional, esse consultório-padrão exigiria R$
5.179,62 por mês para sua manutenção.
Voltemos às consultas, razão de existirem os consultórios médicos. Em
princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para
trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50%
a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e
planos de saúde não desembolsam um centavo sequer.
Façamos a conta: a R$ 20 em média por consulta, para cobrir os R$
5.179,62 é preciso atender 258 pessoas por mês. Como cerca de metade
delas retorna com os resultados, serão necessários: 258 + 129 = 387
atendimentos mensais unicamente para cobrir as despesas obrigatórias.
Como o número médio de dias úteis é de 21,5 por mês, entre consultas e
retornos deverão ser atendidas 18 pessoas por dia!
Se ele pretender ganhar R$ 5.000 por mês (dos quais serão descontados
R$ 1.402 de impostos) para compensar os seis anos de curso
universitário em tempo integral pago pela maioria que não tem acesso
às universidades públicas, os quatro anos de residência e a
necessidade de atualização permanente, precisará atender 36 clientes
todos os dias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, a média de 4,5 por
hora, num dia de oito horas ininterruptas.
Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: "Os médicos não
examinam mais a gente"; "O médico nem olhou a minha cara, ficou de
cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava";
"Minha consulta durou cinco minutos".
É possível exercer a profissão com competência nessa velocidade? Com a
experiência de quem atende doentes há quase 40 anos, posso
garantir-lhes que não é. O bom exercício da medicina exige, além do
exame físico cuidadoso, observação acurada, atenção à história da
moléstia, à descrição dos sintomas, aos fatores de melhora e piora,
uma análise, ainda que sumária, das condições de vida e da
personalidade do paciente. Levando em conta, ainda, que os seres
humanos costumam ser pouco objetivos ao relatar seus males, cabe ao
profissional orientá-los a fazê-lo com mais precisão para não omitir
detalhes fundamentais. A probabilidade de cometer erros graves aumenta
perigosamente quando avaliamos quadros clínicos complexos entre dez e
15 minutos.
O que os empresários dos planos de saúde parecem não enxergar é que,
embora consigam mão-de-obra barata - graças à proliferação de
faculdades de medicina que privilegiou números em detrimento da
qualidade -, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão
insignificantes: médicos que não dispõem de tempo a "perder" com as
queixas e o exame físico dos pacientes, pedem exames desnecessários.
Tossiu? Raios X de tórax. O resultado veio normal? Tomografia
computadorizada. É mais rápido do que considerar as características do
quadro, dar explicações detalhadas e observar a evolução. E tem boa
chance de deixar o doente com a impressão de que está sendo cuidado.
A economia no preço da consulta resulta em contas astronômicas pagas
aos hospitais, onde vão parar os pacientes por falta de diagnóstico
precoce, aos laboratórios e serviços de radiologia, cujas redes se
expandem a olhos vistos pelas cidades brasileiras. Por essa razão, os
concursos para residência de especialidades que realizam procedimentos
e exames subsidiários estão cada vez mais concorridos, enquanto os de
clínica e cirurgia são desprestigiados.
Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta a alternativa
de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas
condições e pedir descredenciamento em massa dos planos que oferecem
remuneração vil. É mais respeitoso com a medicina procurar outros
meios de ganhar a vida do que universalizar o cinismo injustificável
do "eles fingem que pagam, a gente finge que atende".
O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar
quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da
lista de conveniados. Longe de mim desmerecer qualquer tipo de
trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai
receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro
da minha casa. Sinceramente.
Obs.: os valores citados no início do artigo podem estar defasados,
uma vez que o texto foi produzido pelo médico em 2008.
Fonte:
portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21051:medicos-versus-planos-de-saude&catid=46&Itemid=18
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FENAM:
Comissão define a progressão na Carreira do SUS para profissionais que
quiserem atuar em regiões distantes
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Reunidos nesta sexta-feira (12), em Brasília, os membros da Comissão
Especial do Ministério da Saúde, que tem como objetivo melhorar a
distribuição de profissionais do Sistema Único de Saúde em locais
distantes e de difícil acesso, estipularam os critérios da progressão
e evolução que os profissionais médicos, dentistas e enfermeiros
terão, caso decidam atuar nessas áreas. A proposta da Carreira que
está sendo elaborada pela Comissão é exclusiva para os profissionais
que decidam trabalhar em regiões longínquas e com déficit de
profissionais, como o caso das regiões Norte e Nordeste do país. O
representante da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) na Comissão,
José Erivalder Guimarães de Oliveira, apontou que o projeto tem
avançado bastante para possibilitar que os profissionais que optem por
trabalhar nestas áreas evoluam gradativamente dentro da Carreira. "A
evolução se dará de tal forma que o médico, o enfermeiro ou o dentista
sinta estímulo para trabalhar em regiões inóspitas, porque ele não
ficará muito tempo por lá, sendo aos poucos se aproximando da capital
como acontece nas carreiras de magistratura, e no final dessa carreira
ele possa estar em uma grande capital usufruindo de uma aposentadoria
gratificante." Ainda de acordo com o dirigente, a FENAM participa da
Comissão por acreditar que ela represente um avanço, apesar da
entidade defender que a Carreira deve se estender para todos os
profissionais médicos que atuam no SUS. O Secretário de Comunicação da
FENAM, Waldir Cardoso também integra a Comissão, bem como
representantes do Ministério da Saúde, dos Conselhos Federais de
Medicina (CFM), de Enfermagem (Cofen) e de Odontologia (CFO), além dos
Conselhos Nacionais dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de
Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
portal.fenam2.org.br/helper/printData/391436
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Fax Sindical no Twitter. Clique no link e confira a notícia.
SOS #Minas - GOVERNADOR VAI LEGISLAR PARA DEPUTADOS - Assembléia
Legislativa mineira se prepara para dar poderes excepcionais a
Anastasia( http://bit.ly/dnq8s3 )
MS -Violência faz médicos abandonarem serviço público. Terceirizados
saem na frente.( http://bit.ly/dBYtkX )
Mortandade de bebês faz Governo do DF contratar médicos ( http://bit.ly/bjl1iN )
Em Sinop servidores da Educação vão fazer greve por PCCS (
http://bit.ly/c115Ta )
Saúde em crise -Sindimed lamenta crise na pediatria em /hospitais
públicos de Sergipe.Em http://bit.ly/b2o4Sz
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