Fax Sindical 276
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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
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Ano VI > Número 276 > 14 de junho de 2010.
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Sindicato dos Médicos aguarda avanços nas negociações com a Prefeitura de Juiz de Fora.
Reivindicações sindicais refletem interesse da cidade pela melhoria e aperfeiçoamento do SUS em Juiz de Fora. Negociações estão paradas há uma semana. Vacilação da administração municipal não condiz com gravidade do assunto.
Além de salários mesquinhos e condições adversas de atendimento, os médicos municipais de Juiz de Fora ainda têm que suportar arbitrariedades, como as que agora estão relacionadas com a reposição dos dias parados em protesto contra o baixo índice de reajuste oferecido pela Prefeitura aos seus funcionários. Está havendo uma proposta de reposição arbitrária, porque unilateral, e totalmente à revelia do Sindicato dos Médicos, portanto de inteira (ir)responsabilidade da atual administração municipal.
Temos dado conhecimento à opinião pública, às autoridades e a toda a classe médica das, até aqui, difíceis relações trabalhistas entre a atual administração municipal e a representação classista dos médicos municipais, que é o Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora. Tornou-se pública e notória a adversidade decorrente dos precários salários dos médicos municipais, pela falta de um plano de carreira decente e pelas condições desfavoráveis de trabalho.
Nessa mesma semana uma médica municipal virou notícia ao ser agredida no interior de seu local de trabalho, a Regional Leste. O Sindicato tem denúncias de atividades assistenciais prestadas até em igreja, local que não se enquadra nas normas técnicas e sanitárias exigidas para um consultório médico. Em Juiz de Fora os médicos municipais encontram-se expostos ao achincalhe e ao desrespeito ao seu trabalho e isso acontece impunemente, como se fora em terra sem lei e sem fiscalização.
O Sindicato pode supor que está tendo interlocutores sérios quando negocia com a Prefeitura, que eles se portem à altura de sua responsabilidade e não hajam como se não houvesse leis ou pactuações que rejam a relação entre as partes. Que acordos sejam cumpridos. Que não haja medidas unilaterais desfavoráveis à classe médica, como o corte discriminatório de salários ocorrido o ano passado, que afetou apenas esta categoria profissional e nenhuma outra.
O Sindicato aguarda por responsabilidade, porque tratamos de um assunto sensível, que é de interesse geral, que sensibiliza a comunidade e que deve ser visto com seriedade por aqueles que detêm as alavancas do poder.
Saúde Mental, abandono e desemprego.
Notícia da desativação de dois equipamentos de saúde que prestam serviços exclusivamente ao SUS causa inquietação e vai causar desemprego.
No noticiário local aparece o fechamento dos hospitais psiquiátricos Pinho Masini e São Marcos. Pessoas que são atendidas naquelas unidades de saúde e seus familiares ou responsáveis sentem insegurança quanto ao futuro. Não pensado e nem declarado pela classe de gestores de saúde mental é o desespero que grassa entre os que trabalham nessas instituições e suas famílias. A perda de emprego e renda arruinará a estabilidade econômica dessas pessoas, esquecidas pelos arquitetos das políticas hegemônicas de saúde mental.
A demanda reprimida por equipamentos na área de Saúde Mental é agravada pela dependência do crack e outras dependências químicas, que prejudicam milhões de vidas, comprometem núcleos familiares e fazem perder empregos e aumentar condutas em conflito com a lei. E, em Juiz de Fora, dois equipamentos serão desativados, duas instalações usadas pelo SUS serão entregues a outros fins e profissionais qualificados serão deixados ao desemprego.
Sabemos que o SUS de Juiz de Fora apresenta gargalos em várias especialidades médicas. Uma delas é a Psiquiatria. Os psiquiatras que ainda conseguem sobreviver na rede pública, trabalho a troco de salários tacanhos, ainda têm que suportar uma sobrecarga de demanda. É sabido que, no campo da Psiquiatria, a qualidade do atendimento é diretamente proporcional ao tempo gasto com cada paciente. Sobrecarregar o profissional com excesso de demanda, aqui significa prejudicar o diálogo e a escuta e a deformar seu trabalho, transformando-o em mero prescritor. E, como se não bastasse, o sistema ainda sobrecarrega os médicos da atenção básica, obrigando-os a se tornarem repetidores de receitas. Sem qualquer compromisso com a qualidade.
Os serviços públicos de saúde têm a obrigação de apresentarem resultados consistentes de seu trabalho, como evolução favorável de indicadores e outras medidas precisas. Coisa mais séria do que simples casuística, discursos que expressam opiniões e crenças (particulares ou de grupos) ou vagas observações empíricas.
Não se pode deixar de ver a simples inutilização de equipamentos de saúde que servem ao SUS sem que os usuários do sistema recebam qualquer justa contrapartida.
Informação rápida?
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