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Fax Sindical 940
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Data:07.09.2011
De: Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora.
Assunto:
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Atenção todos os médicos municipais e municipalizados da Prefeitura de Juiz de Fora
CONVOCAÇÃO URGENTE.
Assembléia Geral Extraordinária
Médicos municipais e municipalizados dos serviços públicos da Prefeitura de Juiz de Fora.
Ainda não há acordo entre a Prefeitura de Juiz de Fora e os médicos que nela atuam. O boicote à biometria está mantido como forma de protesto. A proposta da Prefeitura, feita sem negociação com o Sindicato e remetida diretamente à Câmara tem despertado descontentamento nos plantonistas. Não contempla a noção de carreira, a progressão funcional e nem prevê concurso público. Custódio Mattos aposta na precarização de mão de obra para atender à necessidade do setor de urgência. Recorre a contratos temporários, terceirizações de atividades-fim em estabelecimentos de saúde e até a pagamentos sob forma de RPA (pagamento de autônomo). Descumpre a legislação trabalhista federal alegando a falta de pessoal e a necessidade de manter serviços essenciais. Omite que essa situação foi criada pela sua própria política de recursos humanos aplicada aos médicos. Finge desconhecer o descontentamento e a falta de motivação dos profissionais. Parece ignorar as consequências negativas de suas políticas para o futuro do SUS.
Médicos de Juiz de Fora, mobilizem, divulguem, participem -
Assembléia Geral Extraordinária
Dia 14 de setembro de 2011 - Quarta-feira
Hora 19 horas e 30 minutos
Local Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora
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O Fax Sindical repercute, para reflexão dos leitores, três artigos bastante reveladores da atual situação de crises e descontentamentos nos serviços públicos, que afligem seus usuários e trabalhadores de todas as qualificações e categorias.
O primeiro fala do descompromisso dos dirigentes do Executivo em relação aos seus servidores, contrastando-a com a postura superior dos dirigentes do poder Judiciário, que assumem abertamente a defesa de seus servidores. Observamos que há casos extremos, como na Prefeitura de Juiz de Fora, nos quais o Executivo municipal (Custódio Mattos e secretários) tratam professores e médicos como inimigos, usando inclusive o dinheiro dos contribuintes para pagar propaganda contra essas categorias.
O segundo trata da questão da motivação e das consequências negativas da falta dela. O autor, especialista em recursos humanos, fala dos resultados negativos da falta de motivação. Também se aplica à situação dos médicos da Prefeitura de Juiz de Fora, onde a política de recursos humanos combina má remuneração, falta de diálogo e negociação, assédio moral, precarização de mão de obra e más condições para atender à população.
O terceiro trata da privataria e dos seus abusos e absurdos, resultando na transferência de dinheiro público para interesses privados. Nos faz pensar nessas terceirizações e contratos milionários entre a Prefeitura de Juiz de Fora e certas empresas e instituições, especialmente na área de saúde. A Controladoria Geral da União já denunciou que a saúde é uma das áreas mais propensas a desvios de dinheiro público.
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Como no Judiciário, Executivo deveria valorizar e defender seus servidores
A decisão foi tomada após uma reunião que aconteceu na noite de ontem, 1º de setembro, entre os ministros Miriam Belchior (Planejamento), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luís Inácio Adams (AGU) e o presidente do STF, Cezar Peluso. Para a Condsef, o exemplo do Judiciário deveria ser seguido pelo Executivo na hora de defender e valorizar seus servidores. Como o presidente do Supremo, a presidenta Dilma deveria reconhecer nos servidores do Executivo a força essencial para assegurar o fim da miséria, melhorar a saúde e a educação, pilares da campanha que a elegeu. Serviços públicos de qualidade passam necessariamente por servidores públicos valorizados.
Enquanto o Executivo dispôs de pouco mais de R$ 1, 5 bilhão na peça orçamentária de 2012 para atender demandas emergenciais de mais de 700 mil servidores a partir de julho do ano que vem, o Judiciário defendeu para os seus servidores uma proposta de R$ 7, 7 bilhões.
Enquanto o Executivo continuar pregando o discurso de contenção de despesa e deteriorando o serviço público para atender interesses de especuladores, banqueiros, grandes empresários e beneficiando o agronegócio, não haverá espaço para consolidação de uma política capaz de fortalecer o Estado.
Até quando faltará vontade política?
Desvalorizando setores essenciais, o governo Dilma tem sinalizando que prefere transferir para a população o ônus de pagar por serviços que o Estado teria a obrigação de fornecer. O caminho mais fácil não interessa à sociedade que paga a maior taxa de impostos do mundo. Recordes frequentes na arrecadação estão aí para provar que o problema do setor público não está na falta de dinheiro, mas sim na falta de vontade política em resolver questões graves de distorções salariais e condições de trabalho que prejudicam ao longo dos anos os serviços prestados à sociedade.
Até agora Dilma tem mostrado que saúde, educação, e demais setores responsáveis diretos pelo atendimento à população não estão entre as prioridades do governo. A Condsef e os mais de 800 mil trabalhadores do Executivo Federal que a entidade representa esperam que o quadro mude. E ele precisa mudar com urgência. Não se pode aceitar que os trabalhadores do serviço público continuem a pagar uma conta cara de contingenciamento que cobra não só dos trabalhadores, mas principalmente da população que depende dos serviços públicos prestados pela maioria dos servidores do Executivo.
Esta maioria precisa ter seus problemas ouvidos e suas demandas atendidas. O Executivo, seus ministros e a presidenta, devem seguir o exemplo do Judiciário na defesa de seus funcionários, pois só assim, serviços de qualidade poderão ser prestados à população.
Fonte: Sintrafesc
Autor: Condsef
Data: 4/9/2011
Fonte: http://www.gestaosindical.com.br/movimento/materia.asp?idmateria=3772
Trabalhador tem de ESTAR motivado
Uma das maiores aspirações dos profissionais de RH é fazer com que os empregados se comprometam com os objetivos da empresa. Tal necessidade gera constantes apelos de envolvimento crescente e emocional da classe empresarial buscando a adesão dos seus trabalhadores através discursos vazios e subjetivos como aquele que afirma "A nossa empresa é uma grande família". Incutir a idéia no trabalhador de que a relação entre ele e a empresa é uma "relação familiar", além de engenhosa, é extremamente falsa e manipuladora.
A frase "vestir a camisa" tem se tornado tema constante de discussões e estudos, na procura de uma fórmula mágica que traga à tona a motivação interior do empregado em favor dos resultados. Tem-se falado muito em sistemas participativos, canais de comunicação, melhorias dos fatores higiênicos etc., etc., mas as organizações continuam a assistir - impotentes e prepotentes - ao avanço da ineficácia de seus processos manipulatórios e rendem-se à evidência que o trabalhador, depois da década de 80, já não acata com tanta facilidade argumentos vazios.As causas atribuídas a esse fenômeno vão desde o próprio sistema produtivo, cujas raízes tayloristas transformaram a divisão de tarefas no centro nervoso da questão; passam pela necessidade evolutiva da produção massificada e terminam nos discutíveis modelos gerenciais e organizacionais atualmente em uso.
O fato de o trabalhador não se sentir "parte do time" é um problema que aflige as organizações a partir de um determinado momento. E quase sempre esse momento está associado à amplitude ou ao distanciamento criado entre a base da pirâmide e o topo. Pequenas empresas não sofrem desse mal ou na melhor das hipóteses, para elas é um mal passageiro. Assim, constata-se que algum fato acontece durante a evolução de uma organização, contaminando-a com o vírus da desmotivação.Penso que a chave do segredo encontra-se no âmago de duas palavras: distanciamento e valorização, as quais, quando não observadas corretamente podem provocar a implosão de uma série de ações contrárias aos objetivos desejados pela organização.Entenda-se por distanciamento o fenômeno que nasce no universo do mundo do trabalho na medida em que a pirâmide empresarial cresce ou exterioriza sua falta de preocupação com as necessidades do trabalhador; em situações sui generis tende a aumentar o já histórico e perene distanciamento entre capital e trabalho, criando filtros, por meio de linhas intermediárias (gerentes, chefes, mestres, contramestres ou supervisores), que impedem ao trabalhador de assumir o discurso do comprometimento, quase sempre pelo simples fato de desconhecer os conceitos básicos que regem as relações e os interesse entre pessoas ou, então de desprezá-los. A segunda palavra-chave (valorização) encerra uma equação ainda não assimilada pela maioria das organizações, apesar do exemplo de resultados positivos demonstrado por dezenas de pesquisas ao longo da história contemporânea.Ouchi (1982) ao analisar o fantástico desenvolvimento obtido pela indústria japonesa logo após a segunda guerra mundial, ensinou ao mundo uma equação simples mas eficaz na busca da tão almejada produtividade: confiança + sutileza = produtividade.
Parece que passados mais de 20 anos, a maioria das organizações não conseguiu assimilar esse aprendizado; continua, assim, a não confiar, como deveriam e merecem, seus próprios trabalhadores, tratando-os sem nenhuma sutileza. A realidade nos prova essa afirmativa quando percebemos que, se de um lado existe o discurso que denomina o trabalhador "parceiro", "colaborador" ou coisa pior, por outro existe a prática de excluí-lo profissional e socialmente, sem hesitação, ao primeiro sinal de queda dos lucros.É preciso entender que o trabalhador, enquanto ser humano, no seu íntimo, deseja e necessita sentir-se parte integrante de um conjunto social, (empresa, sindicato, igreja etc.) só não satisfazendo esse desejo -no mundo do trabalho - quando a empresa lhe fecha a porta. Fecha-lhe a porta e, depois, pede-lhe para entrar. O sistema capitalista faz assim, questão de passar mais um certificado de incompetência e de multiplicação de sua lista de inúmeras e consagradas contradições.Por outro lado, acena com incentivos salariais, como se essa fosse a chave de que o trabalhador precisa para motivar-se. Toma a chave e abre a porta, porém, estupefato, vê que o trabalhador não entra: fica apenas no umbral. Após algum tempo nessa espera, a empresa lhe fecha a porta novamente e, assim, permanecem - capital e trabalho - em looping constante.Valorização, confiança, respeito e sutileza à classe trabalhadora são as verdadeiras chaves que devem ser forjadas. Com elas, as empresas ajudarão efetivamente o trabalhador a transpor o umbral e a atingir os seus objetivos pessoais. As organizações inteligentes já perceberam que, assim fazendo, a contrapartida para conseguir os objetivos organizacionais é um fato concreto.É somente na busca da satisfação de suas necessidade e na possibilidade de atingi-las que o trabalhador se motiva. E é só motivado que ele poderá estar comprometido. O resto é conversa fiada e despesa a fundo perdido.
Autor: Jean Pierre Marras é professor doutor da Universidade Metodista.
Data: 29/8/2011
Fonte: http://www.gestaosindical.com.br/administracao/materia.asp?idmateria=56
NÃO É DOSSIÊ, É UM LIVRO:Amaury Ribeiro Jr.: Os porões da privataria
Os porões da privataria
Amaury Ribeiro Jr.
Introdução
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do País, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três de seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, têm o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marin Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marin. Além de primos, os dois foram sócios. O "Espanhol", como Marin é conhecido, precisa explicar onde obteve US$3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos de 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha e sócia do ex-governador, Verônica Serra, e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil
Atrás da máxima "siga o dinheiro!", Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República, mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista, nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$448 milhões(1)para irrisórios R$4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC. (Ricardo Sérgio é aquele do "estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m ", o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico(2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$3,2 milhões no exterior por meio da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$17 mil (3 de outubro de 2001) até US$375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais 1998 e 2002 e em outro pré-eleitoral 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a Presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, por intermédio de contas no exterior, US$20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, dentre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do País para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresaDecidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo Banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas têm o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de "empresas-camaleão". No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$7,5 milhões em ações da Superbird.com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A. Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. "São empresas-ônibus", na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante ao Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no País. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia pelos sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no País.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, "no limite da irresponsabilidade", conforme foi gravado no famoso "Grampo do BNDES" , foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e às contas sigilosas da América Central ainda nos anos de 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenci
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$3,2 por um dólar.
(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/os-poroes-da-privataria.html
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