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Telegrama Sindical 225
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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
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Ano V N#225 * 03 de fevereiro de 2010
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JUIZ DE FORA
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PRECARIZAÇÃO NA PAUTA DE CUSTÓDIO, VÍTOR VALVERDE E MARIA RUTE COM
PROMOTOR ESTADUAL.
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O expediente de contratos temporários, precários, que deveria ser
usado para certas situações de emergência, foi usado na Prefeitura de
Juiz de Fora como um expediente habitual. Um dos resultados disso é a
existência de mais de 400 profissionais contratados só na área da
Saúde. Isso nos é informado por matéria publicada hoje na imprensa
local, com data de hoje, bem como da reunião entre o Prefeito, dois de
seus secretários e o representante do Ministério Público estadual. A
pauta da reunião teria sido exatamente a precarização de mão-de-obra
pela proliferação dos contratos. Muitos desses contratos deverão ser
rescindidos no final de fevereiro e a administração, em um ano de
governo, não tomou nenhuma medida efetiva para corrigir essa
distorção.
No caso AMAC, assistimos a uma disputa acirrada entre o Ministério
Público e a Prefeitura. Vimos Custódio virar as costas ou enfrentar o
Ministério Público, não aceitando seus argumentos. No caso do corte
dos salários dos médicos da Prefeitura, vimos os representantes do
Prefeito nem quererem tomar conhecimento do parecer do Ministério
Público. E agora? Serão mais dóceis às declarações do Promotor
estadual Rodrigo de Barros? Os amigos do Promotor deveriam recomendar
a ele cautela, para que não sirva de cortina de fumaça ou de
para-choques para ocultar a verdadeira intenção de Custódio e seus
secretários. Eles querem continuar abrindo seu saco de maldades.
Opiniões e declarações do Promotor poderiam ser tomadas como
argumentos ou pretextos para a maldade municipal. Contra a população
toda, no caso do IPTU. Agora, contra os servidores públicos municipais
da Saúde e outros trabalhadores do setor público que atuam no SUS.
Custódio de Matos, nosso Prefeito semi-oculto, que parece governar das
profundezas de um bunker e dois de seus fiéis secretários, além de
promessas, temores e declarações de intenções, apresentaram algo mais.
Como se fosse a salvação milagrosa da lavoura, digo, do SUS, o
Secretário Vítor Valverde apresentou a sua nova arma: o ponto
biométrico!!!
Segundo a matéria publicada, Vítor Valverde prometeu, para maio, a
instalação de dispositivos eletrônicos para controlar a presença dos
funcionários públicos municipais da Saúde. É muito claro, embutido na
supervalorização da vigilância eletrônica contra os trabalhadores, um
preconceito. O de considerar os servidores públicos e demais
trabalhadores do setor público de saúde uns malandros que recebendo
salários decentes e trabalhando em condições satisfatórias, deixassem
de cumprir tarefas com o objetivo de encurtar a carga horária. Esses
supostos malandros teriam banheiros decentes nos locais de trabalho
para seu uso, água portável, fornecimento de algum tipo de alimento,
salas adequadamente iluminadas e ventiladas, sem risco de contaminação
e recursos suficientes para atender às demandas dos usuários,
pacientes e seus familiares. Em um ambiente tão correto de trabalho,
só a questão do horário seria vital. A maneira de fazê-la respeitar é
a vigilância eletrônica. Mas, será essa a realidade?
1-Comentamos: ninguém vai negar que é direito do
patrão/empregador/gestor exigir obrigações contratuais, sobretudo
quando cumpre a sua parte. Quando dá salário decente e trabalho
decente.
2-Trabalho em saúde não é como recepção de escritório, casas
comerciais ou linha de produção de fábrica. Não é nem melhor, nem
pior. Tem suas diferenças e especificidades. Lidar com a vida, a saúde
e a doença exige ciência, conhecimento e tem sutilezas.
Os políticos, principalmente em períodos eleitorais, sabem da
importância da saúde. Os médicos devem entender isso também.
EM TEMPO. 1- Os médicos da CESAMA, empresa ligada à Prefeitura de Juiz
de Fora passaram a ser TNS III. Antes eram TNS IV. Em um período em
que todos os servidores daquele órgão tiveram aumento e as contas de
água também subiram, os médicos ficaram a ver navios. Por que? Estaria
Custódio de Matos a praticar sistematicamente uma política
anti-médico? O Vice-Prefeito, Eduardo de Freitas, que é Médico e o
conselheiro do Tribunal de Contas, Dr. Sebastião Helvécio, que
apoiaram Custódio deviam perguntar a razão dessa discriminação contra
os profissionais da Medicina. Esse assunto também deveria interessar
aos nossos vereadores médicos, ao Conselho Regional de Medicina e à
Sociedade de Medicina e Cirurgia. Todos têm um compromisso com a
classe a que pertencem.
2- Compete à Secretaria de Administração e Recursos Humanos dar uma
explicação sobre um evento que se tornou muito misterioso. Todo mundo
que trabalha no HPS está vendo plantões que deveriam ter quatro
médicos de Clínica, sendo feitos por apenas um. Todo mundo sabe que a
UTI do HPS chegou a ficar sem plantonista. O Secretário Vitor
Valverde, além de nunca ter declarado que os salários dos médicos da
Prefeitura são ruins, disse que não faltam médicos na rede e que não
existem pedidos de demissão de médicos em quantidade suficiente para
alarmar. Assim sendo, para onde foram os médicos do HPS? Teriam
perdido a memória e vagam por aí como pessoas desaparecidas? Foram
para o Haiti? Teriam virado zumbis? Teriam sido abduzidos por discos
voadores? Até que se esclareça esse mistério, recomendamos aos médicos
da Prefeitura que evitem contatos imediatos com objetos voadores não
identificados.
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JUIZ DE FORA: Prefeitura impõe
PRIVATIZAÇÃO na agenda do SUS.
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Continua repercutindo a privatização do SUS praticada pela
administração do Prefeito Custódio IPTU de Matos. A Policlínica de
Santa Luzia, agora gerida pelo mesmo grupo que controla o Hospital
Monte Sinai (nada a ver com o SUS) e pela Faculdade de Medicina
particular SUPREMA (de elevadas mensalidades) está lá. Para engabelar
algumas pessoas, elementos ligados à Secretaria de Saúde prometeram
que o contrato duraria apenas 6 meses. Será? Temos uma discreta
suspeita que nos próximos meses a administração municipal nada fará
para arrumar a situação da Policlínica. Salvo o caso de um desastre
administrativo, ela continuará sendo gerida pelos ricos doutores do
Hospital Maternidade. Em seis meses a Sra. Maria Rute, em nome do Sr.
Prefeito, aparecerá diante do Conselho Municipal para dizer que, como
nada foi feito, a Policlínica deverá permanecer sob gestão privada,
porque a Prefeitura não tem outra alternativa. Será aceitar isso ou
ver a policlínica fechar. Quem duvidar pode anotar, para conferir
depois.
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Médicos de Hospitais, Santas Casas, Clínicas, Casas de Saúde e
Sanatórios, de Juiz de Fora e região. Fiquem atentos.
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Hoje, primeira reunião de negociação coletiva entre o Sindicato dos
Médicos e a Associação dos Hospitais. Esperamos uma reunião sem
sobressaltos. Daremos notícia.
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