________________________________________
<<<<<<< FAX SINDICAL 955 >>>>>>>
Quarta-feira, 26 de outubro de 2011
________________________________________
<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
De: SINDMED JF * Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
e Zona da Mata de Minas Gerais
<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
***** AVISO SINDICAL IMPORTANTE *****
1 - O Presidente do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora, Gilson Salomão, irá integrar a nova mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde. Trata-se de uma vitória do SUS público e dos trabalhadores do setor público de saúde. Principalmente nesse momento difícil e de confrontos, quando a prefeitura foge de negociações e sinaliza com uma postura privatista e precarizante para o setor. PARABÉNS AO COMPANHEIRO GILSON SALOMÃO.
2 - Atenção médicos municipais e municipalizados da Prefeitura de Juiz de Fora. Ainda não temos acordo com o empregador público. Não deixem de comparecer à proxima assembléia da representação classista. Será no dia 08 de novembro próximo, às 19 horas e 30 minutos, na Sociedade de Medicina. Vamos mobilizar os colegas.
MÉDICOS ESTADUAIS DE MINAS TERÃO PLANO DE CARREIRA
Demonstrando interesse em contribuir para a resolução da crise no SUS e em valorizar o trabalho médico no serviço público (atualmente cada vez mais escasso), o Governo estadual vai mandar para a Assembléia projeto que cria plano de carreira para médicos do SUS.
Em muitos municípios, como Juiz de Fora, os médicos municipais não tem plano de carreira, a categoria é desvalorizada por salários ruins e precarização de mão de obra para atividade fim. Esse procedimento resulta em aberrações, como residentes exercendo plantões como se especialistas fossem, alta rotatividade de mão de obra e pagamento de plantonistas por RPA, violando a legislação trabalhista e previdenciária.
Por testemunhar essas distorções apoiamos essa iniciativa do Governo Estadual, bem como lei aprovada e sancionada anteriormente que protege o servidor público estadual contra o assédio moral.
O Governo do Estado vai enviar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais projeto de lei que cria plano de carreira para os médicos que atuam no Sistema Único de Saúde no âmbito estadual. O anúncio foi feito pelo superintendente de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Renato Leal Paixão Raso, em audiência pública promovida nesta terça-feira (25/10/11), pela Comissão deSaúde. Requerida pelo deputado Délio Malheiros (PV), a reunião buscou discutir melhorias no atendimento à população e nas condições de trabalho dos profissionais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Renato Raso, o projeto prevê, entre outras questões, cinco níveis de evolução na carreira, com salário inicial de R$ 1.811 e final de R$ 4.000, para uma jornada de 20 horas semanais. Médicos com residênciapoderão avançar diretamente para o nível três. A remuneração média nacional para a classe médica que atende pelo SUS é de R$ 1.600 para 20 horas semanais, valor que o coordenador da Comissão Estadual de Honorários Médicos de Minas, Alcebíades Leal Filho, considera aquém da realidade de mercado. “O piso da categoria é de R$ 9 mil para a mesma jornada”, informou.
A diretora tesoureira do Conselho Regional de Medicina, Cibele Alves, lembrou, ainda, que a tabela do SUS de pagamento aos médicos pelos serviços prestados não sofre reajuste há anos. Para opresidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira, outro ponto crítico é a precariedade das condições de atendimento. “O cenário é de filasenormes, macas nos corredores, excessiva concentração dos serviços em cidades de médio e grande porte, além da falta de leitos de UTI”, enumerou.
Financiamento ao SUS
O presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristianoda Matta Machado, afirmou que o SUS é o melhor programa de saúde pública e social do mundo. “O Brasil é o único país que tem saúde pública universal igualitária”, defendeu. Ele lembrou ainda que, na prática, 100% da população utiliza o Sistema, de alguma forma, seja para serviços de alta complexidade, transplantes, obtenção gratuita de medicamentos de alto custo, vigilância sanitária ou no atendimento a traumas.
Para Machado, o problema do SUSestá em seu financiamento. “Países que adotam com sucesso esse modelo investem acima de 8% do PIB. No Brasil, os investimentos são de apenas 3% do PIB”, comparou. O deputado Carlos Mosconi (PSBD) acrescentou que há uma defasagem, por parteda União, na aplicação de recursos para o SUS. Segundo informou, entre 2000 e 2009, o crescimento no orçamento para o fornecimento de serviço foi de apenas 45%, diante de um aumento de 140% no orçamento do Estado e de 150% no orçamento dos municípios.
Para o deputado Neider Moreira (PPS), a criação de novos impostosprecisa ser descartada, pois implicaria em mais ônus para a classe média. “Em um momento em que a União bate recordes históricos de arrecadação, é necessário que disponibilize pelo menos 10% de sua receita líquida para aplicação na saúde pública”, defendeu. Em seu pronunciamento, o deputado Doutor Wilson Batista (PSL) pontuou que a falta de médicos no interior está relacionada a problemas de viés político, como a resistência do corpo clínico que já atua no município à chegada de um novo médico, com quem terão de disputar mercado.
Na reunião, o deputado Carlos Mosconi avisou que irá enviar ofício solicitando audiência com oministro da Saúde para reivindicar justiça no financiamento à saúde do Estado que, segundo ele, é o 18º da lista a receber recursos da União para a saúde. O parlamentar comunicou ainda o lançamento, nesta quarta-feira (26), de uma frente parlamentar de auxílio aos hospitais filantrópicos do Estado, que estão em situação precária. O evento será às 15 horas, no Salão Nobre da ALMG.
O relato completo da reunião está em http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2011/10/r/atividade_parlamentar/comissoes/internaPauta.html?idCom=14&dia=25&mes=10&ano=2011&hr=15:15&tpCom=2&aba=js_tabResultado
A fonte é a Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa em Belo Horizonte.
CARTA ENCAMINHADA AO PREFEITO DE JUIZ DE FORA E À SRA. MARIA HELENA LEAL CASTRO
'O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem- ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons". Martin Luther King
Essa carta poderia ser repassada ao Prefeito de Juiz de Fora, CUSTÓDIO MATTOS, ao seu secretariado e aos vereadores que o apoiam. Aplica-se ao que assistimos em Juiz de Fora.
Carta da DRA. MARIA ISABEL LEPSCH ao Governador do RIO DE JANEIRO, SERGIO CABRAL.
Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média, médica, pediatra, deprimida e indignada com as canalhices que estão acontecendo.Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o senhor não sabe nada da minha também. Fiz um vestibular bastante disputado e com grande empenho tive a oportunidade de freqüentar a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje esquartejada pela omissão e politiquices do poder público estadual. Fiz treinamento no Hospital Pedro Ernesto, hoje vivendo de esmolas emergenciais em troca de leitos da dengue. Parece- me que o senhor desconhece esta realidade. O seu terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos Zona Sul ....Aprendi medicina em hospital de pobre, trabalhei muito sem remuneração em troca de aprendizado. Ao final do curso, nova seleção, agora, para residência. Mais trabalho com pouco dinheiro e pacientes pobres, o povo.. Sempre fui doutrinada a fazer o máximo com o mínimo. Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o senhor nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor.. No início da década de noventa fui aprovada num concurso para ser médica da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro'. A melhor decisão da minha vida, da qual hoje mais do que nunca não me arrependo, foi abandonar este cargo. Não se pode querer ser Dom Quixote, herói ou justiceiro. Dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como mãe de quatro filhos, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições de trabalho. Fingir que trabalha, fingir que é médico, estar cara-a- cara com o paciente como representante de um sistema de saúde ridículo, ter a possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-medicina é doloroso, aviltante e uma enorme frustração. Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço. Sou médica porque gosto. Sou pediatra por opção e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesma fazer o melhor de mim. É um deboche numa cidade como o Rio de Janeiro, num estado como o nosso assistir políticos como o senhor discursarem com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas. Que vidas, senhor governador ? Nas UPAS? tudo de fachada para engabelar o povão!!!! Por amor ao povo o senhor trabalharia pelo que o senhor paga ao médico ? Os médicos não criaram os mosquitos. Os hospitais não estão com problema somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade do médico da SES para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos. A mídia planta terrorismo no coração das mães que desesperadas correm a qualquer sintoma inespecífico para as urgências... Não há pediatra neste momento que não esteja sobrecarregado. Mesmo na medicina privada há uma grande dificuldade em administrar uma demanda absurda de atendimentos em clínicas, consultórios ou telefones. Todos em pânico. E aí vem o senhor com a história do lenga- lenga. Acorde governador ! Hoje o senhor é poder executivo. Esqueça um pouco das fotos com o presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça a carinha de bom moço consternado na televisão. Faça a mudança. Execute. "Lenga-lenga" é não mudar os hospitais e os salários. Quem sabe o senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que o senhor bem conhece, mas daquelas que nem podem faltar ao trabalho para cuidar de um filho doente. Venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância, em pânico. Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o senhor tenta virar o jogo. A responsabilidade é sua, governador. Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador ? Dra. Ma. Isabel Lepsch ICARAÍ Rua Miguel de Frias 51 sala 303 Tel: 2704-4104/9986- 2514 NITERÓI Av. Amaral Peixoto 60 sala 316 Tel: 2613-2248/2704- 410 4/9982- 8995 SÃO GONÇALO Rua Dr. Francisco Portela 2385 Parada 40 Tel: 2605-0193/3713- 0879 Através da Divulgação é que podemos tentar ajudar a diminuir a DESASISTÊNCIA TOTAL DO GOVERNO AOS HOSPITAIS PÚBLICOS DO BRASIL
******************************************
ACOMPANHE O FAX SINDICAL NO TWITTER, em http://twitter.com/faxsindical ou o blog em http://faxsindical.wordpress.com
<<<<<<< FAX SINDICAL 955 >>>>>>>
Quarta-feira, 26 de outubro de 2011
________________________________________
<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
De: SINDMED JF * Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
e Zona da Mata de Minas Gerais
<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
***** AVISO SINDICAL IMPORTANTE *****
1 - O Presidente do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora, Gilson Salomão, irá integrar a nova mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde. Trata-se de uma vitória do SUS público e dos trabalhadores do setor público de saúde. Principalmente nesse momento difícil e de confrontos, quando a prefeitura foge de negociações e sinaliza com uma postura privatista e precarizante para o setor. PARABÉNS AO COMPANHEIRO GILSON SALOMÃO.
2 - Atenção médicos municipais e municipalizados da Prefeitura de Juiz de Fora. Ainda não temos acordo com o empregador público. Não deixem de comparecer à proxima assembléia da representação classista. Será no dia 08 de novembro próximo, às 19 horas e 30 minutos, na Sociedade de Medicina. Vamos mobilizar os colegas.
MÉDICOS ESTADUAIS DE MINAS TERÃO PLANO DE CARREIRA
Demonstrando interesse em contribuir para a resolução da crise no SUS e em valorizar o trabalho médico no serviço público (atualmente cada vez mais escasso), o Governo estadual vai mandar para a Assembléia projeto que cria plano de carreira para médicos do SUS.
Em muitos municípios, como Juiz de Fora, os médicos municipais não tem plano de carreira, a categoria é desvalorizada por salários ruins e precarização de mão de obra para atividade fim. Esse procedimento resulta em aberrações, como residentes exercendo plantões como se especialistas fossem, alta rotatividade de mão de obra e pagamento de plantonistas por RPA, violando a legislação trabalhista e previdenciária.
Por testemunhar essas distorções apoiamos essa iniciativa do Governo Estadual, bem como lei aprovada e sancionada anteriormente que protege o servidor público estadual contra o assédio moral.
O Governo do Estado vai enviar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais projeto de lei que cria plano de carreira para os médicos que atuam no Sistema Único de Saúde no âmbito estadual. O anúncio foi feito pelo superintendente de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Renato Leal Paixão Raso, em audiência pública promovida nesta terça-feira (25/10/11), pela Comissão deSaúde. Requerida pelo deputado Délio Malheiros (PV), a reunião buscou discutir melhorias no atendimento à população e nas condições de trabalho dos profissionais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Renato Raso, o projeto prevê, entre outras questões, cinco níveis de evolução na carreira, com salário inicial de R$ 1.811 e final de R$ 4.000, para uma jornada de 20 horas semanais. Médicos com residênciapoderão avançar diretamente para o nível três. A remuneração média nacional para a classe médica que atende pelo SUS é de R$ 1.600 para 20 horas semanais, valor que o coordenador da Comissão Estadual de Honorários Médicos de Minas, Alcebíades Leal Filho, considera aquém da realidade de mercado. “O piso da categoria é de R$ 9 mil para a mesma jornada”, informou.
A diretora tesoureira do Conselho Regional de Medicina, Cibele Alves, lembrou, ainda, que a tabela do SUS de pagamento aos médicos pelos serviços prestados não sofre reajuste há anos. Para opresidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira, outro ponto crítico é a precariedade das condições de atendimento. “O cenário é de filasenormes, macas nos corredores, excessiva concentração dos serviços em cidades de médio e grande porte, além da falta de leitos de UTI”, enumerou.
Financiamento ao SUS
O presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristianoda Matta Machado, afirmou que o SUS é o melhor programa de saúde pública e social do mundo. “O Brasil é o único país que tem saúde pública universal igualitária”, defendeu. Ele lembrou ainda que, na prática, 100% da população utiliza o Sistema, de alguma forma, seja para serviços de alta complexidade, transplantes, obtenção gratuita de medicamentos de alto custo, vigilância sanitária ou no atendimento a traumas.
Para Machado, o problema do SUSestá em seu financiamento. “Países que adotam com sucesso esse modelo investem acima de 8% do PIB. No Brasil, os investimentos são de apenas 3% do PIB”, comparou. O deputado Carlos Mosconi (PSBD) acrescentou que há uma defasagem, por parteda União, na aplicação de recursos para o SUS. Segundo informou, entre 2000 e 2009, o crescimento no orçamento para o fornecimento de serviço foi de apenas 45%, diante de um aumento de 140% no orçamento do Estado e de 150% no orçamento dos municípios.
Para o deputado Neider Moreira (PPS), a criação de novos impostosprecisa ser descartada, pois implicaria em mais ônus para a classe média. “Em um momento em que a União bate recordes históricos de arrecadação, é necessário que disponibilize pelo menos 10% de sua receita líquida para aplicação na saúde pública”, defendeu. Em seu pronunciamento, o deputado Doutor Wilson Batista (PSL) pontuou que a falta de médicos no interior está relacionada a problemas de viés político, como a resistência do corpo clínico que já atua no município à chegada de um novo médico, com quem terão de disputar mercado.
Na reunião, o deputado Carlos Mosconi avisou que irá enviar ofício solicitando audiência com oministro da Saúde para reivindicar justiça no financiamento à saúde do Estado que, segundo ele, é o 18º da lista a receber recursos da União para a saúde. O parlamentar comunicou ainda o lançamento, nesta quarta-feira (26), de uma frente parlamentar de auxílio aos hospitais filantrópicos do Estado, que estão em situação precária. O evento será às 15 horas, no Salão Nobre da ALMG.
O relato completo da reunião está em http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2011/10/r/atividade_parlamentar/comissoes/internaPauta.html?idCom=14&dia=25&mes=10&ano=2011&hr=15:15&tpCom=2&aba=js_tabResultado
A fonte é a Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa em Belo Horizonte.
CARTA ENCAMINHADA AO PREFEITO DE JUIZ DE FORA E À SRA. MARIA HELENA LEAL CASTRO
'O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem- ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons". Martin Luther King
Essa carta poderia ser repassada ao Prefeito de Juiz de Fora, CUSTÓDIO MATTOS, ao seu secretariado e aos vereadores que o apoiam. Aplica-se ao que assistimos em Juiz de Fora.
Carta da DRA. MARIA ISABEL LEPSCH ao Governador do RIO DE JANEIRO, SERGIO CABRAL.
Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média, médica, pediatra, deprimida e indignada com as canalhices que estão acontecendo.Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o senhor não sabe nada da minha também. Fiz um vestibular bastante disputado e com grande empenho tive a oportunidade de freqüentar a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje esquartejada pela omissão e politiquices do poder público estadual. Fiz treinamento no Hospital Pedro Ernesto, hoje vivendo de esmolas emergenciais em troca de leitos da dengue. Parece- me que o senhor desconhece esta realidade. O seu terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos Zona Sul ....Aprendi medicina em hospital de pobre, trabalhei muito sem remuneração em troca de aprendizado. Ao final do curso, nova seleção, agora, para residência. Mais trabalho com pouco dinheiro e pacientes pobres, o povo.. Sempre fui doutrinada a fazer o máximo com o mínimo. Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o senhor nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor.. No início da década de noventa fui aprovada num concurso para ser médica da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro'. A melhor decisão da minha vida, da qual hoje mais do que nunca não me arrependo, foi abandonar este cargo. Não se pode querer ser Dom Quixote, herói ou justiceiro. Dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como mãe de quatro filhos, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições de trabalho. Fingir que trabalha, fingir que é médico, estar cara-a- cara com o paciente como representante de um sistema de saúde ridículo, ter a possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-medicina é doloroso, aviltante e uma enorme frustração. Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço. Sou médica porque gosto. Sou pediatra por opção e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesma fazer o melhor de mim. É um deboche numa cidade como o Rio de Janeiro, num estado como o nosso assistir políticos como o senhor discursarem com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas. Que vidas, senhor governador ? Nas UPAS? tudo de fachada para engabelar o povão!!!! Por amor ao povo o senhor trabalharia pelo que o senhor paga ao médico ? Os médicos não criaram os mosquitos. Os hospitais não estão com problema somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade do médico da SES para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos. A mídia planta terrorismo no coração das mães que desesperadas correm a qualquer sintoma inespecífico para as urgências... Não há pediatra neste momento que não esteja sobrecarregado. Mesmo na medicina privada há uma grande dificuldade em administrar uma demanda absurda de atendimentos em clínicas, consultórios ou telefones. Todos em pânico. E aí vem o senhor com a história do lenga- lenga. Acorde governador ! Hoje o senhor é poder executivo. Esqueça um pouco das fotos com o presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça a carinha de bom moço consternado na televisão. Faça a mudança. Execute. "Lenga-lenga" é não mudar os hospitais e os salários. Quem sabe o senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que o senhor bem conhece, mas daquelas que nem podem faltar ao trabalho para cuidar de um filho doente. Venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância, em pânico. Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o senhor tenta virar o jogo. A responsabilidade é sua, governador. Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador ? Dra. Ma. Isabel Lepsch ICARAÍ Rua Miguel de Frias 51 sala 303 Tel: 2704-4104/9986- 2514 NITERÓI Av. Amaral Peixoto 60 sala 316 Tel: 2613-2248/2704- 410 4/9982- 8995 SÃO GONÇALO Rua Dr. Francisco Portela 2385 Parada 40 Tel: 2605-0193/3713- 0879 Através da Divulgação é que podemos tentar ajudar a diminuir a DESASISTÊNCIA TOTAL DO GOVERNO AOS HOSPITAIS PÚBLICOS DO BRASIL
******************************************
ACOMPANHE O FAX SINDICAL NO TWITTER, em http://twitter.com/faxsindical ou o blog em http://faxsindical.wordpress.com
Comentários