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MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA DEFLAGRAM GREVE GERAL.

De: Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora
(24 de junho de 2009)

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MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA DEFLAGRAM GREVE POR TEMPO INDETERMINADO.

DEPOIS DE 2 MESES DE NEGOCIAÇÕES INFRUTÍFERAS E DE SEIS PARALISAÇÕES DE ADVERTÊNCIA, O MOVIMENTO DOS MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA DECIDIU PELA GREVE. NINGUÉM PODE DIZER QUE FOI DECISÃO PRECIPITADA.

Os médicos da Prefeitura de Juiz de Fora sofrem discriminação salarial, percebendo salários 25% inferiores ao nível superior. O vencimento básico inicial para o cargo de médico é de 1.277,88 (HUM MIL DUZENTOS E SETENTA E SETE REAIS E OITENTA E OITO CENTAVOS). Portanto, remuneração VIL, inferior aos três salários mínimos que a Lei 3999/1961 determina. As condições de atendimento aos usuários do SUS são muito precárias. Há consultórios sem uma pia básica para a higienização do profissional. O mobiliário, na grande maioria dos casos, não é ergonômico, expondo o médico ao risco de lesões ocupacionais e acidentes biológicos. A falta de medicamentos, materiais, equipamentos e insumos é alarmante. Nas unidades de urgência e emergência chega a faltar soro fisiológico. Não há filme para endoscopia e ultrassonografia no HPS. Salários ruins e condições inadequadas de trabalho já são justificativas válidas para o movimento dos médicos da Prefeitura. Além disso há o risco dos médicos do PSF, contratados pela AMAC em proveito da Prefeitura ( para trabalharem em unidades básicas de saúde da Prefeitura), ficarem sem seus empregos.

Ontem a administração Custódio de Matos demonstrou que tem pouco apreço pela ética negocial. Em atitude desrespeitosa, convocou os médicos das unidades básicas para uma reunião paralela. O Prefeito não conseguiu um tempo em sua agenda para receber a representação classista dos médicos de Juiz de Fora. Mas conseguiu tempo para fazer uma reunião paralela que revoltou e indignou muitos dos presentes e que irritou a classe médica de Juiz de Fora. Essa falta de um compromisso ético com as negociações demonstrou que a idéia da administração municipal não está sendo a de negociar com lealdade, mas a de desmontar o movimento médico por meio de subterfúgios e promessas vãs.

Hoje a Assembléia Geral Extraordinária dos Médicos da Prefeitura de Juiz de Fora, reunida com quorum representativo, votou pela deflagração da greve. As causas, além do modo como a administração tem tratado as negociações com o Sindicato, já são conhecidas de todos:
-Péssima remuneração dos médicos da Prefeitura e discriminação salarial contra médicos.
-Condições de atendimento à população muito precárias.
-Falta de recursos humanos, medicamentos, insumos e materiais para atendimento decente á população, nos serviços de urgência e emergência.
As causas são gritantes, evidentes e podem ser facilmente evidenciadas por quem queira testemunhar.

Havendo a justificativa moralmente válida e a falta de disposição da administração Custódio de Matos para desenvolver negociações sérias e resolutivas, a classe médica optou pela greve.

INÍCIO DA GREVE - dia 30 de junho de 2009 - terça-feira próxima.
PRÓXIMA ASSEMBLÉIA - dia 1 de julho de 2009 - quarta-feira, às 10 horas, na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora.
PRÓXIMA ATIVIDADE  - reunião do Comando de Greve, amanhã, às 19 horas e trinta minutos na sede do Sindicato dos Médicos.

Serão expedidas correspondências para as autoridades, para o Conselho Municipal de Saúde e notas de utilidade pública esclarecendo sobre a greve e seus motivos. A Diretoria do Sindicato dos Médicos e o Comando de Greve discutirão o encaminhamento dos nomes dos fura-greves para o Conselho Regional de Medicina. Circularam e-mails pela Internet, divulgados por pessoas a serviço da administração municipal e contrárias ao movimento dos médicos, dizendo que existe jurisprudência a favor dos fura-greves. Essas pessoas, se forem médicos, deverão ser responsabilidades por suas ações, inclusive perante o CRM. Seus nomes serão os primeiros a serem enviados para apreciação do Conselho. Acreditamos que essas pessoas ajam de má fé, considerando que são indefensáveis os péssimos salários que a Prefeitura paga aos médicos e as condições horríveis de trabalho sob as quais os médicos atendem à população de Juiz de Fora. Além de tudo, os médicos que atuam no PSF e que tem vínculo apenas com a AMAC estão com os seus dias na Prefeitura contados, segundo declarações do próprio Prefeito à imprensa, os pareceres do Ministério Público do Trabalho sobre o caso AMAC e declarações do secretário Vitor Valverde em reuniões com o Sindicato dos Médicos. Apenas o movimento sindical luta a favor do vínculo empregatício da AMAC. Se prevalecer a vontade da administração Custódio de Matos, em um mês, seis meses ou, no máximo, um ano, todos esses profissionais estarão desempregados. Por isso acreditamos que os que agem a favor da administração municipal e contra o movimento dos médicos estão fingindo ignorar a realidade e podem estar atrás de promessas ou de vantagens pessoais reais ou imaginadas.
Podemos até perder o emprego, mas não podemos vender a nossa dignidade.

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