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De:Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora.
Data: 29 de junho de 2009.
Assunto: MÉDICOS INICIAM GREVE CONSCIENTES DOS OBJETIVOS DO MOVIMENTO.
Opor-se ao atual movimento grevista dos médicos da Prefeitura significa abdicar da razão e defender o indefensável. Seria obra da mais acabada má-fé ou demonstração de caráter duvidoso. Os motivos dos médicos para esse protesto são justos e facilmente identificáveis.
O atual processo de negociação coletiva entre Sindicato médico, detentor da representação classista dos médicos e a administração municipal se dá em momento particularmente delicado. O salário dos profissionais atingiu um nível escandalosamente baixo. A negativa da administração de Custódio de Matos em repor sequer as perdas salariais acumuladas nos últimos doze meses tornou a situação revoltante. A isso acrescenta-se o risco de demissão sumária dos médicos vinculados à AMAC, levando incerteza e insegurança a esses profissionais e às pessoas que eles atendem nas unidades básicas. Há o risco do município não cumprir as metas da saúde da família. A deterioração das condições de trabalho nas unidades de saúde do SUS de Juiz de Fora está se tornando alarmante e expõe os médicos a doenças profissionais e a grave risco biológico. O desrespeito da administração municipal pela ética do processo negocial, ao convocar duas reuniões paralelas, em clara prática anti-sindical e o desrespeito pela representação classista dos médicos revoltou a classe médica.
O movimentos dos médicos da Prefeitura é uma reação razoável à situação colocada pela administração municipal. As Assembléias sempre votam com quorum elevado. O número de inserções na mídia provocadas pelo nosso movimento, foi mais elevado do que em qualquer outro movimento médico desta cidade. Estiveram presentes em nossas Assembléias os vereadores Drs. José Tarcísio e Fiorillo, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Flávio Checker, presidente da Comissão de Direitos Humanos, Roberto Cupolilo, o Betão, Dr. Luiz Carlos. Eles fizeram declarações de compreensão e de apoio ao movimento dos profissionais. Os Drs. José Tarcísio e Fiorilo honraram a sua condição de médicos, fazendo da tribuna da Câmara declarações favoráveis ao movimento. Nos honraram também com suas presenças a Presidente e o Secretário Executivo do Conselho Municipal de Saúde, Sr. Jorge Ramos. A Ouvidora Municipal de Saúde, Samantha Boechar também usou da palavra em nossa Assembléia, revelando grande conhecimento do problema de recursos humanos na área médica dentro da Prefeitura. Muitos Conselhos Locais de Saúde manifestaram seu apoio ao nosso movimento, alguns até por manifestações escritas. Recebemos o apoio do Sindicato dos Odontólogos. Dr. Ricardo Werneck foi presença frequente nas Assembléias médicas, bem como os Drs. Fernando Farinelli, também dirigente do SINDSAÚDE estadual, e o Dr. Benvir Tostes. Estiveram com os médicos da Prefeitura os representantes do CRM em Juiz de Fora, Dr. José Nalon e Dr. Jairo Silvério, também presidente da Sociedade de Medicina e membro da Diretoria do Sindicato dos Médicos. O Dr. João Batista Soares, presidente do CRM MG mostrou-se sensível à situação dos médicos e se dispôs a fazer uma declaração pública sobre a situação do trabalho médico na Prefeitura de Juiz de Fora.
O movimento dos médicos da Prefeitura de Juiz de Fora inicia sua greve de protesto com visibilidade social e política, com sólido apoio na sociedade civil organizada e na classe médica e, acima de tudo, com uma causa ética e respeitável.
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