FAX SINDICAL ***132***
Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais, 07 de janeiro de 2009.
Desistência de médicos aprofunda crise no sistema público de Saúde.
Um evento grave e pouco noticiado na mídia
Médicos continuam saindo do atendimento público de saúde no Brasil. A deterioração desses serviços tem decorrido da carência de políticas de recursos humanos responsáveis e sérias para assegurar um lugar decente aos médicos dentro do serviço público. O Fax Sindical tem publicado vários artigos sobre essa situação trágica. As representações sindicais dos médicos, a começar da FENAM, tem denunciado essa situação perante as autoridades e o Congresso Nacional. Soluções são propostas, como um novo piso salarial nacional para os médicos e a correção do financiamento para a saúde pública por meio do Projeto de Emenda Constitucional 29, a Emenda da Saúde. As soluções não progridem e não são tratadas com a devida urgência. Aqui mais dois casos: o Corpo Clínico do Hospital Evangélico de Dourados, no Mato Grosso do Sul, decidiu por esmagadora maioria que não quer atender o SUS. O presidente da Associação Médica da Grande Dourados declarou: “Estes médicos estão há um ano longe do SUS; é claro que agora eles não querem voltar a atender”, disse o presidente. “A classe médica como um todo está fugindo do serviço público; se houver uma proposta muito boa, talvez os profissionais pensem diferente”
No Rio Grande do Norte, como resultado da precariedade dos vínculos empregatícios dos médicos com o serviço público, o Governo estadual foi levado a declarar estado de calamidade. Abaixo transcrevemos a matéria.
Fonte: Diário MS página http://tinyurl.com/8gojwd
Mato Grosso do Sul, Terça-Feira, 06 de Janeiro de 2009 - 08:51 Médicos do HE rejeitam retomar atendimento pelo SUS Enquanto a prefeitura de Dourados e a administração do Hospital Evangélico negociam a retomada do atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), médicos da instituição teriam rejeitado, por unanimidade, o atendimento pelo sistema público de saúde. A informação foi confirmada ontem pelo presidente da Associação Médica da Grande Dourados, Jorge Luiz Baldasso. Segundo ele, a classe médica está ‘fugindo’ do serviço público, situação que se repete em todo o país. Já o secretário de Comunicação da prefeitura, Eleandro Passaia, confirmou as negociações entre o município e a direção do hospital. Segundo ele, a negociação já está bastante avançada e, agora, depende apenas de trâmites legais. Segundo Baldasso, o corpo clínico do Hospital Evangélico se reuniu há aproximadamente 20 dias, em assembléia, onde a retomada do atendimento pelo SUS foi rejeitada por unanimidade. Segundo Baldasso, os médicos se recusam a voltar a atender pelo SUS por três motivos: falta de estrutura, más condições de trabalho e baixa remuneração. “Estes médicos estão há um ano longe do SUS; é claro que agora eles não querem voltar a atender”, disse o presidente. “A classe médica como um todo está fugindo do serviço público; se houver uma proposta muito boa, talvez os profissionais pensem diferente”, acrescentou. Jorge Baldasso falou ao Diário MS em nome da Associação Médica. Ele disse que não estava presente na assembléia que reuniu o corpo clínico do HE. O Diário MS tentou conversar com representantes dos médicos que atendem no hospital, mas nenhum deles foi localizado pela reportagem para comentar o assunto. Atendimento Enquanto isso, prefeitura e Hospital Evangélico mantêm a negociação para retomada do atendimento pelo SUS, suspenso há 14 meses. Segundo o secretário de Comunicação da prefeitura, Eleandro Passaia, as negociações já estão bastante avançadas e agora dependem apenas de trâmites legais. “A negociação avançou bastante e há uma possibilidade muito grande que esta retomada aconteça”, garantiu. Segundo ele, a retomada do atendimento pelo SUS no HE, suspensa em novembro de 2007, faz parte da política de reestruturação da saúde pública em Dourados. Segundo Passaia, o prefeito Ari Artuzi (PMDB) sempre defendeu que o HE retomasse o atendimento pela saúde pública, por ser bem estruturado, estar localizado na área central e próximo ao terminal de transbordo. O secretário informou, ainda, que a retomada do atendimento pelo SUS no HE tem como objetivo desafogar os outros hospitais da cidade, como o HUT (Hospital de Urgência e Trauma) e o HU (Hospital Universitário). |
RN decreta estado de calamidade na saúde pública Anna Ruth, Portal Terra NATAL - O Governo do Rio Grande do Norte decretou nesta quarta-feira estado de calamidade pública na saúde. A medida foi provocada pelo impasse criado entre as cooperativas médicas, que prestam serviço ao Estado, e o Executivo. O contrato dos médicos terceirizados se encerra nesta quarta-feira, mas por recomendação do Ministério Público, o Governo não pode renovar o contrato. A ausência desses profissionais na rede pública significa 500 médicos de 22 especialidades, que realizam um total de 3,5 mil procedimentos por mês na rede pública e na rede privada ligada ao SUS. Com o estado de calamidade, decretado pelo governador em exercício Iberê Ferreira e publicado no Diário Oficial, a Secretaria Estadual de Saúde poderá realizar contratos emergenciais com hospitais privados e planos de saúde. - Tivemos de tomar essa medida drástica para garantir o atendimento público. A partir de agora a Secretaria de Saúde poderá adotar todas as medidas necessárias. O decreto é amplo e não significa que serão feitos esses contratos com as cooperativas, mas serão ações para manter o atendimento- destacou o governador Iberê Ferreira. Fonte: JB online http://tinyurl.com/7asb2m |
Comentários