Pular para o conteúdo principal

Congressistas e entidades médicas forçam ministério a negociar decreto que estatiza especialidades médicas no Brasil | FAX SINDICAL

Congressistas e entidades médicas forçam ministério a negociar decreto que estatiza especialidades médicas no Brasil

Um acordo suspendeu ontem a votação, em regime de urgência do Projeto de Decreto Legislativo que sustava todos os efeitos do decreto da presidente Dilma, do PT, que estabelece o cadastro nacional das especialidades médicas. O decreto contempla as demandas intervencionistas e estatizantes dos burocratas do Ministério da Saúde, que tem como objetivo obter um controle indevido sobre a formação, certificação e registro de especialistas nas mais diversas áreas da Medicina. Em todos os países democráticos e civilizados este controle é feito por entidades independentes, formadas por pessoas capacitadas nas áreas especializadas. A estatização desses registros só existe em ditaduras comunistas ou em países que há pouco escaparam da órbita perversa do comunismo.

A grande preocupação nas comunidades médicas gira em torno da incapacidade dos burocratas do Ministério da Saúde em fazer uma negociação democrática, fora de qualquer espírito golpista, e entender o valor do consenso e da descoberta de pontos em comum. Durante a implantação do Mais Médicos, o veto à regulamentação da Medicina no Brasil e o veto à carreira de estado para médicos, ficou claro o antagonismo entre a burocracia que controla o Ministério e a classe médica, por meio de seus representantes. Os antecedentes não recomendam qualquer negociação que envolva o Ministério da Saúde e trate de questões próprias da classe médica. Será que aqueles que, pelo voto, receberam a incumbência de representar os médicos brasileiros serão mais uma vez envolvidos em dissimulações e mentiras? Esperamos que não.

Matéria completa em Entidades médicas e congressistas interessados na saúde do povo brasileiro reagem a decreto do Cadastro Nacional de Especialidades Médicos, primeiro passo para a estatização das especialidades médicas no Brasil

Brasília, 12 – O decreto que prevê o Cadastro Nacional de Especialistas será alterado. A mudança foi a saída encontrada pelo governo para evitar a votação de um projeto de decreto legislativo que anulasse a criação do banco de dados, anunciada com pompa na semana passada pela presidente da República, Dilma Rousseff.

De autoria do deputado Henrique Mandetta (DEM/MT), o texto do decreto atendia às reivindicações das entidades de classe. Para associações médicas, o cadastro abre brechas para a flexibilização dos critérios para concessão do título de especialistas, o que colocaria em risco a qualidade da assistência médica no Brasil. O risco maior, apontavam as instituições, estava no último artigo do decreto, que previa critérios de equivalência entre as certificações emitidas por associações médicas, instituições de ensino e pela residência médica.

“Vamos aprimorar o texto”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que, diante do risco de ver aprovada a urgência da proposta de Mandetta, realizou às pressas uma reunião com líderes da base do governo. O encontro, que durou mais de três horas, acabou sendo bem-sucedido. Ficou acertada a criação de uma comissão, integrada por representantes do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, parlamentares e integrantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira.

“Não devemos criar um processo de disputa para essa matéria”, afirmou Chioro, em entrevista realizada logo depois do adiamento do regime de urgência. A reunião entre parlamentares e ministro ocorreu enquanto no plenário era colocado em votação o regime de urgência. No meio do processo, no entanto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou a suspensão da votação, por um prazo de duas semanas. Esse será o período concedido para que a comissão, formada nesta quarta-feira, 12, chegue a acordo.
Congressistas e entidades médicas forçam ministério a negociar decreto que estatiza especialidades médicas no Brasil | FAX SINDICAL

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es...

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o aten...

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi...