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Defensores públicos constatam falta de médicos e estrutura deficitária

Quem trabalha no SUS sabe. Quem usa o SUS percebe. São muitas as deficiências do sistema. Aqui mostramos retratos dessa crise que se repete de norte a sul, de leste a oeste. Necessário mostrar porque são retratos de uma crise que, aparentemente, se amplia longe dos holofotes da mídia e da retórica habitual da propaganda oficial.



Defensores constatam falta de médicos e estrutura deficitária






Defensores públicos de Mato Grosso
encontraram irregularidades e falta de médicos na UPA Morada do Ouro e
Policlínica do Bairro Planalto, em Cuiabá nesta semana. As visitas
técnicas, realizadas por determinação do Defensor Público-Geral, Djalma
Sabo Mendes Júnior e foi realizada pela defensora Silvia Maria Ferreira
que atua na Coordenadoria de Ações Comunitárias da Instituição.
A defensora constatou que, embora a
unidade tenha retornado ao atendimento 24 horas, conforme ansiava a
população, o quadro médico do setor de pronto-atendimento é insuficiente
para atender a demanda. “Hoje, existe apenas um clínico-geral e dois
pediatras na escala, sendo que o necessário seria, no mínimo, seis
clínicos”.
Além disso, o ambulatório possui duas
equipes multidisciplinares de saúde mental, no entanto, apenas uma está
completa. São quatro clínicos-gerais com especialização em psiquiatria
para as duas equipes, mas apenas um assistente social, um psiquiatra e
um psicólogo.
“Mesmo com a reinauguração e troca de
macas, escadas e cadeiras de roda, permanecem problemas estruturais como
falta de portas e banheiros com defeito. Além da falta de computadores e
rede de internet precária. Hoje todo o atendimento da unidade é feito
de forma manual”, pontuou a Defensora.
Já na UPA da Morada do Ouro, Silvia
Ferreira certificou que alguns problemas encontrados na última vistoria,
realizada no ano passado, foram solucionados, como a falta de porta na
sala de internação, do vidro da recepção e de vários medicamentos,
restando apenas a regularização do estoque de benzetacil.
“O quadro médico, por sua vez, embora
tenha aumentado, ainda é insuficiente para atender a demanda e a alto
clave permanece quebrada, obrigando a unidade a esterilizar os materiais
na policlínica do Pascoal Ramos, que também funciona de forma precária e
atende várias unidades”, ressaltou a Defensora.
A partir das vistorias, Silvia Ferreira
irá oficiar a Prefeitura Municipal e a Secretaria de Saúde solicitando
informações e providência quanto aos problemas constatados nas duas
unidades.

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