segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Manchester, o protocolo de 48 milhões de reais.

FAX SINDICAL 70 - URGENTE - ASSEMBLÉIA GERAL DOS MÉDICOS DO ESTADO (?MUNICIPALIZADOS?)

MANCHESTER: PROTOCOLO DE 48 MILHÕES DE REAIS SÓ PARA MINAS GERAIS.

O protocolo de Manchester está provocando curiosidade. A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais está treinando médicos e enferemeiros para operar esse expediente, ou conjunto de procedimentos de triagem e encaminhamento, nos serviços hospitalares do Estado. O público-alvo desse protocolo será composto por usuários do Sistema Público de Saúde que demandam serviços que fazem pronto-atendimento e atendem a urgências e emergências. Os resultados disso a médio e longo prazo? A conferir.

Ao acessar um mecanismo de busca pela Internet para obter alguma informação sobre o protocolo de Manchester, todas as primeiras indicações de links referem-se a sites de Minas Gerais e de Portugal. É possível saber, ainda sem abrir os links, que o hospital João XXIII, de Belo Horizonte, foi o primeiro a usar esse expediente.

Também podemos descobrir que o Governo do Estado de Minas Gerais comprou um software de 48 milhões, de uma empresa portuguesa, pelo tal protocolo de Manchester.

Curiosamente, na mesma pesquisa, não podemos encontrar qualquer relação entre a cidade inglesa do mesmo nome e o tal protocolo. Se é que há qualquer relação, ela não é importante. Se já foi importante, hoje não existe. No Brasil todas as referências ao protocolo são provenientes de Minas Gerais.

Abaixo transcrevemos a notícia do site GESTÃO PÚBLICA.

Entrevista ? Secretaria de Estado da Saúde responde ao Gestão Pública sobre Software de R$ 48 milhões
17/07/2008

Um projeto da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais começa a ser aplicado efetivamente, e vem causando certa estranheza. A empresa portuguesa Alert Life Sciences Computing vendeu para o estado, um software que deverá ser implantado até 2010, com a finalidade de determinar a prioridade para o atendimento de urgências no Hospital do Pronto Socorro João XXIII, conhecido como o maior e mais experiente centro de politraumatismo da América Latina. O valor da negociação é de R$ 48 milhões. O software vai permitir que o HPS processe as rotinas ditadas pelo ?Protocolo de Manchester?. Alguns especialistas em saúde e até mesmo em sistemas de informação não entenderam porque a Secretaria foi buscar em Portugal a solução negociada. O Gestão Pública procurou a Secretaria de Estado da Saúde, que por meio de sua assessoria de imprensa, nos concedeu a seguinte entrevista.

Gestão Pública) Por que a escolha pelo software de uma empresa portuguesa (Alert Life Sciences)? Não há nenhuma empresa brasileira que preste este tipo de serviço? Houve licitação para a escolha? Se sim, quando ocorreu?

R: As experiências bem sucedidas demonstram que a adoção da Classificação de Risco é uma mudança para melhor na cultura do tratamento das urgências. Isto justifica a escolha do protocolo, que foi aplicado pela primeira vez em 1997, na cidade britânica de Manchester. Esta triagem foi rapidamente implementada em vários hospitais do Reino Unido. Em Portugal, são poucos os hospitais que ainda não utilizam este sistema de triagem, que já está sendo empregado em outros países da Europa, como Espanha, Holanda, Alemanha e Suécia. O sistema de triagem de Manchester é apoiado pelo Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos e Ordem dos Enfermeiros.

Não houve licitação na escolha da empresa portuguesa Alert Lifa Sciences porque são eles que detêm a patente do programa em língua portuguesa. O Brasil não poderia criar um outro programa em português por causa dos direitos da empresa. E por afinidade lingüística, escolhemos o grupo e não um outro.

GP) O HPS do João XXII é considerado o maior e melhor em politraumatismo da América Latina. Por que o gasto com um equipamento para verificar aquilo que é considerado já muito eficiente?

R: Os serviços irão continuar com a mesma qualidade. O que mudará é a forma de atender o paciente que chega ao hospital em busca de atenção. Antes as pessoas eram atendidas, como, aliás, acontece em todos os hospitais que atendem pelo SUS, por ordem de chegada. Agora, com o novo sistema serão atendidos os que realmente estão mais precisando de atendimento urgente e não aquele que chegou primeiro.

O hospital terá agora uma sala de triagem onde uma equipe de 40 profissionais treinados, trabalhará em dupla fazendo uma triagem dos pacientes. Determinando através de uma pulseira que indica por uma cor qual o grau de gravidade do paciente e quanto tempo ele pode esperar.

?Uma forma mais objetiva e rápida de identificar os pacientes que precisam ser atendidos com prioridade na urgência, o protocolo de Manchester utiliza-se de uma escala de cores que identifica o real grau da urgência e o quanto pode esperar. A escala vai do vermelho (casos em que o paciente entrará de imediato no balcão de atendimento) ao azul (casos não urgentes, que serão enviados a outros serviços)?, destacou o coordenador Estadual de Urgência e Emergência da SES/MG e presidente do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, Welfane Cordeiro Júnior.

Segundo Antônio Carlos Barros Martins, diretor geral do Hospital João XXIII, os novos gastos do Hospital com o novo protocolo de atendimento serão transformados futuramente em uma economia. Isto porque muitas vezes chegam ao hospital pacientes que poderiam ser atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e nas próprias Unidades de Saúde da Família (UBS). Com o tempo as pessoas perceberão que o Hospital é destinado principalmente aos atendimentos mais complicados, ou seja, procedimentos terciários que exigem, como você falou, uma estrutura excelente. Assim com o tempo a comunidade reconhecerá novos caminhos e irá desafogar o hospital de atendimentos que não precisam ser atendidos ali. Não que procedimentos simples não serão mais atendidos, o que acontecerá é que o protocolo priorizando os atendimentos urgentes criará com o tempo uma cultura nova que identifica no João XXIII uma unidade de especialidades complexas e nos outras unidades como locais para procedimentos mais simples. O João XXIII poderá assim transferir os recursos utilizados para atendimentos simples para os outros.

GP) O valor desta negociação chega a R$ 48 milhões, de acordo com o próprio site da Secretaria de Estado de Saúde. Não se trata de um valor considerado alto para um software, apenas? Ou nesta negociação estão previstos outros benefícios? Se sim, quais? Quais hospitais receberão tal equipamento?

R: Até 2010 o protocolo será aplicado em todo o estado. Inicialmente, estamos com um projeto piloto na região Metropolitana e na Região Norte do estado. O intuito é criar uma rede de atendimento por classificação de risco integrada em todo Minas Gerais.

Além do direito de utilização do software, o grupo realizou a capacitação dos profissionais envolvidos. Durante o primeiro treinamento, que foi ministrado pelo Grupo Português de Triagem, foram formados 40 profissionais. O Grupo Português escolheu, durante o curso, os melhores alunos para serem multiplicadores. Serão eles, que em outro momento, transmitirão para outros profissionais o que foi aprendido no curso; ampliando assim a rede de acolhimento por Classificação de Risco a outras regiões e fortalecendo a rede.

Como já foi explicado, todo o hospital que atende pelo SUS em Minas usarão o protocolo. Ele já está sendo utilizado na região metropolitana no Hospital João XXIII, no Hospital Odilon Behrems, no Hospital das Clínicas. Os hospitais da Macro Norte são Santa Casa, Aroldo Tourinho e Clemente Faria de Montes Claros e a Fundajan de Janaúba.


GP) Desde quando o software começou a funcionar? Está funcionando em sua total capacidade?

R: O Software será aplicado em todo o estado. Ainda estamos funcionando apenas na região metropolitana de Belo Horizonte e na região Norte. Até 2010 ele estará funcionando de forma integrada em todo o estado, possibilitando uma rede mais eficiente e mais humana de atendimento. Para isso é preciso que a rede avance respeitando a realidade de cada região.

Oficialmente, o primeiro Hospital a utilizar o protocolo é o João XXIII. Mas no mesmo dia o Hospital das Clínicas também começou a atender com o protocolo de Manchester.

http://www.gestaopublicainterativa.com.br/ver_noticia.php?codigo=825

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