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DENÚNCIA DE ASSÉDIO CONTRA SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS PARA ASSINAREM MANIFESTO EM DEFESA DO PREFEITO SUSPEITO.

É notícia de hoje no jornal Tribuna de Minas (acesso por assinatura - inscrição grátis) de Juiz de Fora. A administração Carlos Alberto Bejani, desde o início do mês de abril começou a sua agonia, com a prisão do Prefeito que mantinha uma fortuna superior a um milhão e cem mil reais na sua mansão, além de armamento de uso privativo das Forças Armadas. A prisão foi desencadeada por um esquema de fraude contra o FPM - Fundo de Participação dos Municípios - por parte de municípios que estavam em situação considerada irregular perante o INSS. Eles recorriam a um escritório de advocacia que, por meios indevidos, conseguia sentenças liberando recursos para esses municípios. O esquema era azeitado por muito dinheiro e está sob investigação da Polícia Federal.


Agora a turma do Prefeito de Juiz de Fora tenta radicalizar o processo. A administração agoniza. O prefeito peregrina pelas repartições policiais. Seu destino político é incerto. Estamos em ano eleitoral. E há denúncias de que funcionários, especialmente os que ocupam cargos de confiança e temem demissões, estejam sendo assediados para assinar um abaixo-assinado a favor do Prefeito suspeito.


A manobra é uma tentativa de responder ao manifesto Fora Bejani, lançado por amplos setores da sociedade civil organizada, pedindo o afastamento do Prefeito, enquanto a Câmara Municipal discute o caso e a Justiça Federal terá, em breve, elementos para fazer o Prefeito responder pelos seus atos.


O Sindicato dos Médicos está atento e não irá tolerar o assédio de integrantes de sua base sindical ou de médicos sindicalizados por asseclas de qualquer admnistração que seja.


‘Fica Bejani’


CPI recebe denúncia de coação de servidores na PJF


Membros da CPI criada para apurar suspeita de enriquecimento ilícito do prefeito Alberto Bejani (PTB) receberam ontem denúncias de que funcionários da PJF estariam sendo coagidos a assinar documento favorável à manutenção do mandato do chefe do Executivo. O vereador Bruno Siqueira (PMDB) considerou o fato como grave e prometeu levar a questão para a próxima reunião da comissão na quinta-feira. “Caso essa denúncia seja comprovada, poderemos até incluí-la no relatório”. Ele antecipou também que, caso chegue qualquer abaixo-assinado pró-Bejani na CPI, pedirá para averiguar quantos servidores em cargos comissionados assinam o documento.


O presidente do PTB, Rogério Ghedin, confirmou a movimentação pró-Bejani, mas negou qualquer investida sobre o funcionalismo público municipal. “Estamos correndo bairros e comunidades rurais. A adesão tem sido boa. Vamos colocar uma equipe colhendo assinaturas na entrada da PJF, mas vai assinar quem quiser”. A idéia do abaixo-assinado favorável à permanência de Bejani na PJF, segundo Ghedin, foi uma resposta ao movimento “Fora Bejani”, que recolhe assinaturas pedindo o afastamento do prefeito e que tem ato marcado para o aniversário da cidade. O "Fora Bejani" quer o afastamento imediato do prefeito e já recolheu cerca de 15 mil assinaturas.


Ghedin afirmou que, apenas no último final de semana, cerca de cinco mil pessoas assinaram o documento. Ele espera alcançar 50 mil. Na Câmara, a maioria dos vereadores nega que vá ceder à qualquer tipo de pressão e mantém o discurso de votar de acordo com o relatório. Na CPI, no entanto, a movimentação dos bejanistas é vista com reservas. O receio é de que seja criado um clima contrário à cassação do prefeito sem que sequer o relatório esteja pronto. Um cópia do abaixo-assinado enviado à comissão revela, no cabeçalho, que os cidadãos estão sendo chamados a assinar um documento pedindo para que se “faça valer a vontade do povo de nossa cidade votando contra a cassação de nosso prefeito Alberto Bejani”.


Bejani volta hoje à PF para novo depoimento
Está previsto para às 8h de hoje o novo depoimento do prefeito Alberto Bejani (PTB) na Polícia Federal, em Belo Horizonte. O objetivo desta segunda intimação seria esclarecer possíveis contradições nas explicações fornecidas pelo prefeito sobre a origem de R$ 1.120.390 encontrados durante cumprimento de mandado de busca em sua residência, no Bairro Aeroporto. Na Operação Pasárgada, agentes federais também localizaram uma arma em situação irregular, que levou à prisão do prefeito, no dia 9 de abril.


Na primeira vez em que foi ouvido pela PF, no mesmo dia da prisão, Bejani teria justificado a origem do montante através da negociação de uma emissora de rádio no município de Santos Dumont. A versão também foi sustentada pelo prefeito em entrevista, na volta a Juiz de Fora, depois de conseguir um habeas corpus. Entretanto, há uma semana o chefe do Executivo apresentou o contrato de uma promessa de compra e venda referente à Fazenda Liberdade, em Ewbank da Câmara. Segundo o documento, lavrado em um cartório da cidade de Caratinga, a propriedade, com 92,41 hectares, teria sido vendida de porteiras fechadas ao advogado Marcello Abdalla pelo valor de R$ 1,2 milhão em dinheiro.


O advogado do prefeito, Marcelo Leonardo, não confirmou a intimação. Contudo, garantiu que acompanhará Bejani, caso haja necessidade de um novo depoimento. “A origem do dinheiro já foi bem explicada, a vocês mesmo da imprensa”, afirmou, em entrevista à Tribuna ontem à noite. Segundo Marcelo Leonardo, esta também deve ser a versão que será apresentada a polícia, na hipótese de uma nova convocação.

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