O site do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro informa o surgimento de um movimento unificado das entidades de representação classista dos servidores públicos estaduais em defesa do serviço público e contra o projeto de fundações encampado pelo governo Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. O fato do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ser um sanitarista apadrinhado por Sérgio Cabral, levou a preocupação de que esse projeto de desenho neoliberal fosse encaminhado também no nível federal. A idéia das fundações públicas de direito privado, um negócio muito estranho, chegou a ser levantada pelo Ministro, mas esbarrou em resistências tanto no Congresso quanto no Conselho Nacional de Saúde, que rejeitou prontamente a idéia.
Leia abaixo a matéria, que expressa a disposição dos sindicalistas médicos do Rio de Janeiro de opor firme resistência a esse esquema.
Movimento unificado dos servidores surge e incorpora lutas do Fórum em Defesa do Serviço Público e contra as Fundações
Desde que foi criado, no ano passado, o Fórum em Defesa do Serviço Público e contra as Fundações congrega e mobiliza diversas categorias profissionais em luta contra a proposta do Governador Sérgio Cabral de implantar, inicialmente, no setor de saúde pública, as fundações privadas. Em reunião realizada no dia 19 de maio de 2008, no auditório do SinMed/RJ, os integrantes do Fórum decidiram juntar suas forças a um movimento maior que está surgindo no seio do SinMed/RJ, e que, embora ainda não tenha um nome oficial, já está sendo chamado de Movimento Unificado dos Servidores.
Horas antes, no mesmo local, representantes dos servidores da área de educação, saúde e segurança discutiram a proposta de unificação de suas lutas em torno de agenda e pauta de reivindicações elaboradas em conjunto, com destaque para o aumento dos salários, a defesa da implantação do PCCS e condições dignas de trabalho, contra as terceirizações e as fundações estatais de direito privado. Estiveram presentes representantes dos policiais civis, delegados de polícia, bombeiros e policiais militares, professores e diversas entidades da areada da saúde. A luta é uma só. A causa é comum: a defesa do serviço público e dos servidores.
Outra reunião deste novo movimento será realizada no próximo dia 26, às 14 horas, no SinMed, mas já foi aprovada a data do seu primeiro ato público: 19 de junho, nas escadarias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), às 10 horas, quando será realizada uma audiência pública com a presença dos Secretários de saúde, Dr. Sérgio Cortes, e de Governo, Wilson Carlos para discutir o futuro dos servidores do Iaserj.
Certos de que suas propostas serão incorporadas por este novo movimento, as entidades que congregam o Fórum contras as Fundações decidiram manter em funcionamento apenas um grupo de trabalho voltado para a área da saúde. Eles tiveram sua mais recente vitória com o saldo positivo obtido no II Seminário Nacional sobre Modalidades de Gestão no SUS, promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília, no dia 12/5. Lá, a proposta das fundações foi mais uma vez rechaçada, e ratificada a decisão da última Conferência Nacional de Saúde de não acatar a proposta governamental. O trabalho e a existência do Fórum, do qual o Sindicato dos Médicos do Rio faz parte, foi motivo de elogios dos servidores de outros estados que não conseguiram se mobilizar contra o projeto.
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