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Não. Juiz de Fora não é Pasárgada. E o rei está nu.

Como todas as pessoas pensantes de Juiz de Fora e toda sociedade civil organizada, a categoria profissional dos médicos, que é integrada por trabalhadores intelectualizados, manifesta, por ampla maioria o seu apoio ao movimento FORA BEJANI.


A cidade de Juiz de Fora, com toda a sua tradição política e a participação de seu povo, está profundamente envergonhada pelos desatinos do Governo de Carlos Alberto Bejani. Eles vieram a público como resultado de uma operação policial. O alvo dela era desbaratar uma suposta organização criminosa que, por meios ilícitos, obtinha sentenças judiciais liberando parcelas do Fundo de Participação dos Municípios para Prefeituras que não estavam em situação regular perante o INSS. No caso de Bejani, os policiais que foram prendê-lo acharam em sua casa armamento de uso privativo das Forças Armadas (uma pistola 9mm registrada como .380) e mais de um milhão de reais em dinheiro vivo. O caso foi parar em crônicas e colunas do Brasil inteiro como o dinheiro que o prefeito escondia no colchão. Ficou um caso folclórico igual o do dinheiro na cueca de um assessor político detido em um aeroporto de São Paulo.


Na edição de ontem, 7 de maio,o jornal JF-Hoje apontava que o advogado Marcelo Abdalla, apontado como adquirente da fazenda do prefeito e fornecedor dos reais que ele guardava no colchão, não teve o cuidado de atentar para o detalhe que a propriedade não estava ainda em nome do Prefeito. E que Bejani havia feito o melhor negócio do mundo. Teria comprado a fazenda em 2007 por 430 mil e vendido, um ano depois, por 1.200.000.


Chama atenção algumas possíveis coincidências que unem Bejani a Marcelo Abdalla:


1-Na pág. 11 do mesmo JF-Hoje, o colunista Douglas Fazzolato disseca os negócios do Marcelo Abdalla. E mostra que ele já foi serventuário da Justiça Federal e trabalhou exatamente na 12a. Vara Federal, a mesma do Juíz Wellington Militão, também preso na Operação Pasárgada e, atualmente, respondendo por procedimento administrativo e disciplinar por possível favorecimento ilícito aos prefeitos que contratavam os serviços do escritório de advocacia TCQ, de Belo Horizonte.


2-Um dos presos na operação Pasárgada foi Sinval Drummond Andrade. Diretor do grupo SIM. O grupo SIM recebeu da Prefeitura de Juiz de Fora 12 milhões de reais. Foi contratado sem licitação. E o advogado Marcelo Abdalla é sócio de um escritório de advocacia que presta serviços ao grupo SIM.


Aos homens de boa vontade restam as seguintes conclusões:


1-Seria muita coincidência o Prefeito ter vendido a fazenda nos dias que antecederam a sua prisão, ter guardado o dinheiro em casa, ter recebido em cash. Ainda assim essa explicação demorou vinte e seis dias para ser elaborada. Muito estranho mesmo. Note-se que hoje os jornais da cidade dizem que ele terá que prestar novo depoimento na Polícia Federal, porque ao ser preso ele teria declarado outra coisa aos policiais.


2-O Prefeito vendeu uma fazenda que nem havia passado para o seu nome, embora a aquisição tenha sido feito em ano fiscal anterior.


3-O possível comprador da propriedade do Prefeito adquiriu o imóvel por um valor aproximadamente igual ao dinheiro achado debaixo do colchão do Bejani, na sua mansão da Rua Mamoré, 173. E liga-se a Carlos Alberto Bejani por pelo menos duas coincidências muito curiosas.


Enquanto isso o Prefeito e sua equipe continuam administrando a cidade, amparados na lei e achando que tem autoridade moral para continuar governando essa cidade. E estamos em ano eleitoral.

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