Pular para o conteúdo principal

TRABALHO MÉDICO PRECÁRIO NO PSF GERA MAIS UMA CRISE COM DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO

Tantas vezes denunciada, a precarização de mão-de-obra médica tem mostrado, em sucessivos exemplos, a sua ineficácia e a sua incapacidade de manter a normalidade e a regularidade de serviços importantíssimos para a população. O PSF têm sido um dos principais focos desse tipo de problema. Terceirizações suspeitas têm ocasionado prejuízo de direitos trabalhistas e previdenciários e casos de corrupção. Mais um exemplo: Campos dos Goitacazes. Em meio a uma epidemia de dengue e a um escândalo de corrupção envolvendo terceirização de mão de obra, o PSF para de funcionar. E a população fica privada dos serviços de atenção básica.


A pouca vergonha da terceirização de trabalho médico, nos casos onde ele é atividade-fim clama por uma correção definitiva. Movimento sindical propõe: médico carreira de Estado, com salário digno e direitos. Sem uma política justa de recursos humanos, o SUS estará sempre refém desse tipo de problemas. Leia abaixo:


em:14/4/2008 Jornal:Estado de São Paulo

NACIONAL

'Nem médico a gente tem mais'




Riqueza de Campos não melhora vida dos moradores









Alexandre Rodrigues, Campos de Goytacazes









A dona de casa Daiana Rodrigues, de 22 anos, até já ouviu falar que Campos dos Goytacazes ganha "alguma coisa" com a exploração do petróleo no litoral fluminense, mas não sabe dizer o que são royalties. Moradora de Uruaí, na periferia do município, ela sabe mesmo é que o posto do Programa Saúde da Família (PSF) onde costuma buscar remédios para a filha está fechado há quase um mês.




Apesar da descoberta de supersalários e de funcionários fantasmas, os profissionais do PSF, recrutados com verbas federais por meio de um contrato suspeito de terceirização que motivou a investigação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, foram os únicos terceirizados efetivamente afastados das funções.




Em meio a uma epidemia de dengue - a cidade é recordista de casos no interior do Rio, com 3.300 doentes neste ano -, os médicos, enfermeiros e agentes comunitários fazem falta para quem vive nas casas modestas das ruas sem calçamento do bairro de Daiana.




"Para mim, Campos não é rica. Nem o médico, que atendia direitinho, a gente tem direito mais. É muito difícil encontrar emprego aqui. Tenho vizinhos que trabalham na prefeitura, mas só de gari. Para conseguir, tem que conhecer alguém. Eu não conheço", diz a dona de casa, mãe de dois filhos.




Com a suspensão do contrato da prefeitura com os dirigentes da Cruz Vermelha Brasileira, cujos dirigentes foram presos, os agentes se vêem mais uma vez desamparados. Em 2007, o programa já havia sido suspenso por 70 dias por causa de irregularidades. Até hoje, os dias parados não foram pagos.




Em três anos no programa, a agente comunitária Rafaela Rangel, de 25 anos, tem na carteira de trabalho registros de três diferentes empresas terceirizadas. Com as companheiras, ela liderou um protesto na porta da prefeitura na quinta-feira em defesa do salário de R$ 460. "Por que só nós não vamos receber se todas as empresas também estavam envolvidas nessa safadeza?", queixou-se.




A agente Sandra Dias, de 39 anos, diz que luta para manter o emprego porque não tem outra alternativa. "Não é fácil encontrar emprego aqui. O comércio caiu muito com esse problema na prefeitura", diz. O enfermeiro Luciano Reis, de 32 anos, reclama que o registro de empresas acusadas de fraude na carteira o impede de conseguir outro emprego. "Quando olham o registro, recusam a gente."


A prefeitura informou que tenta um acordo judicial para pagar os salários atrasados diretamente aos funcionários, sem passar pelas empresas.





Riqueza de Campos não melhora vida dos moradores









Alexandre Rodrigues, Campos de Goytacazes









A dona de casa Daiana Rodrigues, de 22 anos, até já ouviu falar que Campos dos Goytacazes ganha "alguma coisa" com a exploração do petróleo no litoral fluminense, mas não sabe dizer o que são royalties. Moradora de Uruaí, na periferia do município, ela sabe mesmo é que o posto do Programa Saúde da Família (PSF) onde costuma buscar remédios para a filha está fechado há quase um mês.




Apesar da descoberta de supersalários e de funcionários fantasmas, os profissionais do PSF, recrutados com verbas federais por meio de um contrato suspeito de terceirização que motivou a investigação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, foram os únicos terceirizados efetivamente afastados das funções.




Em meio a uma epidemia de dengue - a cidade é recordista de casos no interior do Rio, com 3.300 doentes neste ano -, os médicos, enfermeiros e agentes comunitários fazem falta para quem vive nas casas modestas das ruas sem calçamento do bairro de Daiana.




"Para mim, Campos não é rica. Nem o médico, que atendia direitinho, a gente tem direito mais. É muito difícil encontrar emprego aqui. Tenho vizinhos que trabalham na prefeitura, mas só de gari. Para conseguir, tem que conhecer alguém. Eu não conheço", diz a dona de casa, mãe de dois filhos.
Com a suspensão do contrato da prefeitura com os dirigentes da Cruz Vermelha Brasileira, cujos dirigentes foram presos, os agentes se vêem mais uma vez desamparados. Em 2007, o programa já havia sido suspenso por 70 dias por causa de irregularidades. Até hoje, os dias parados não foram pagos.




Em três anos no programa, a agente comunitária Rafaela Rangel, de 25 anos, tem na carteira de trabalho registros de três diferentes empresas terceirizadas. Com as companheiras, ela liderou um protesto na porta da prefeitura na quinta-feira em defesa do salário de R$ 460. "Por que só nós não vamos receber se todas as empresas também estavam envolvidas nessa safadeza?", queixou-se.




A agente Sandra Dias, de 39 anos, diz que luta para manter o emprego porque não tem outra alternativa. "Não é fácil encontrar emprego aqui. O comércio caiu muito com esse problema na prefeitura", diz. O enfermeiro Luciano Reis, de 32 anos, reclama que o registro de empresas acusadas de fraude na carteira o impede de conseguir outro emprego. "Quando olham o registro, recusam a gente."


A prefeitura informou que tenta um acordo judicial para pagar os salários atrasados diretamente aos funcionários, sem passar pelas empresas.
Tags: PSF , terceirização , precarização , mão-de-obra precária , direitos trabalhistas



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FAX SINDICAL - COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.

COOPERATIVAS DE TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE. A crise econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão duramente conquistados. (Esta matéria está em http://faxsindical.wordpress.com/2008/09/30/cooperativas-e-hospitais-querem-abolir-direitos-trabalhistas/#more-760 ). O médico não pode fazer plantões, trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida. Es...

O que a mídia não mostrou: a verdadeira situação da Unidade Básica de Saúde inaugurada pela Ministra da Saúde em Juiz de Fora

  ISSO A MÍDIA NÃO MOSTRA MGTV: MATÉRIA SOBRE UNIDADE DE SAÚDE DO JÓQUEI CLUBE 1 NÃO FOI FIEL À REALIDADE No último dia 12 de julho (2024) tivemos o desgosto de ver no MGTV 1ª edição, da TV Integração, afiliada da Rede Globo de Televisão, uma matéria que pouco fica a dever às técnicas dos fabricantes de fake news. Faltou ouvir as partes envolvidas. Noticiário parcial e faccioso. As UBSs não tem direção clínica ou direção técnica responsável, ficando as escalas sob a responsabilidade do gerente da DDAS da Secretaria de Saúde, Sr. Robert Neylor. Cobraram o secretário de Saúde, que tem responsabilidade solidária, mas o Sr. Neylor não foi ouvido e nem questionado. Mostra-se que, historicamente, a prefeitura de Juiz de Fora está inadimplente no cumprimento de normas estabelecidas pela autarquia pública federal responsável pela normatização e fiscalização de serviços médicos, o CFM, determina que: desde outubro de 2016, “a assistência médica e a garantia de condições técnicas para o aten...

DESVALORIZAÇÃO DA SAÚDE - SALÁRIO DE MISÉRIA DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO PODE CAUSAR PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.

Desvalorização da Saúde: Salário Médico no serviço público já não está mais valendo a pena. Há pedidos de demissão e desinteresse por concursos e contratos. Pronto Socorro é serviço essencial. Mas o salário não é de serviço essencial. Em várias cidades os serviços essenciais vão ficando comprometidos por falta de médicos. Os usuários do SUS estão sendo visivelmente prejudicados por falta de valorização do trabalho médico. É hora de mobilizar e reagir. Leia as matérias abaixo: A valorização dos médicos A Prefeitura de São Paulo enviará à Câmara Municipal um pacote de medidas destinadas a atrair e reter profissionais da saúde nas unidades da rede pública municipal, para eliminar um déficit de pessoal que já dura pelo menos dez anos. Remuneração compatível com a do mercado, avaliação de desempenho, cumprimento de metas e plano de carreira são alguns dos itens que deverão compor a proposta que a Secretaria da Saúde quer ver aprovada até março. A iniciativa poderá benefi...