A MANCHETE DO JB DE HOJE INFORMA QUE OCORREM MANIFESTAÇÕES DE PROTESTO CONTRA A DENGUE NO RIO.
A Saúde, por várias ocasiões, tem tomado conta do noticiário. Geralmente por suas deficiências. Apesar do alerta do movimento sindical médico sobre as políticas de recursos humanos aplicadas na área, sobre condições de trabalho, sobre remuneração indigna, as autoridades tardam a tomar providências que valorizem o trabalho médico dentro do serviço público.
Em todas as pesquisas de opinião, o assunto aparece entre os ítens que mais tem causado preocupações às pessoas.
JB Online :: Dengue: Estado do Rio em alerta - 17/04/2008
O ano foi marcado pelo avanço da dengue no Estado do Rio. O número de mortes confirmadas em 2008 já é maior do que a metade de todos os casos registrados em 2002, ano em que houve a maior epidemia da doença no Rio. Desde janeiro, 87 óbitos foram confirmados no estado. Em 2002, foram notificados 288.245 casos de dengue, com 91 mortes. Crianças continuam sendo as principais vítimas das mortes.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, desde o início do ano, foram notificados 93.498 casos de dengue no estado. A cidade do Rio, que tem o maior número de mortes — 87, das quais 38 foram de crianças com até 11 anos — registrou 53.789 casos da doença até o momento. Em um único dia, a dengue bateu o recorde de 3.201 novos casos da registrados no município.
A crise começou em janeiro, com os crescentes casos de dengue no município do Rio, quando foram registrados 8.464 casos. Em fevereiro, 9.276 pessoas ficaram doentes. O crescimento da doença é assustador, principalmente se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.010 casos em janeiro, e 1.981 em fevereiro.
As filas nos hospitais públicos, o crescente número de pacientes com sintomas da doença, e diagnósticos que causaram mortes, além do surgimento de casos de dengue hemorrágica, o pior tipo da doença, fizeram com que o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador Sérgio Cabral, anunciassem medidas de emergência para o combate à dengue, em fevereiro, assumindo a crise.
À época, eram 13 os bairros com surtos de dengue, mas a doença já atingiu outras 11 localidades. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 53.789 pessoas contraíram dengue na cidade, com marca recorde de 3.201 novos casos atingidos em um único dia.
Apesar do avanço da doença, autoridades tentaram negar a epidemia. De acordo com a Prefeitura, o fato só seria confirmado se os casos da doença ultrapassassem 300 para cada 100 mil habitantes num único mês, e a média de fevereiro foi de 158 casos por 100 mil habitantes, o que não configura epidemia. Ainda assim, especialistas na doença confirmaram a epidemia.
Em meados de março, no entanto, diante dos números crescentes de casos, o Secretario Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, admitiu que o Rio de Janeiro enfrenta uma epidemia de dengue. O secretário culpou a epidemia pela superlotação nos hospitais da região metropolitana.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, determinou a montagem de um gabinete de crise para o combate da dengue no município. Segundo o ministério, os secretários de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, e de Atenção à Saúde, José Noronha, ficarão responsáveis por acompanhar a evolução da situação da doença junto com o governo de Estado. A intenção é que o governo federal, Estado e Forças Armadas trabalhem juntos. O ministro já negocia com representantes do Comando Militar do Leste a cessão de leitos em hospitais militares. Entre as medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde estão a contratação de pessoal em caráter emergencial para redobrar o combate ao mosquito e garantir o atendimento aos doentes
A Secretaria Municipal de Saúde também anunciou um pacote emergencial para combater o aedes aegypt. Mais 900 agentes de saúde serão contratados, e mil médicos e enfermeiros de hospitais públicos e particulares serão treinados. A previsão é que se gaste R$ 1 milhão por dia no combate à doença. A prefeitura do Rio informou que fará o remanejamento de leitos para ampliar o atendimento nos hospitais da rede municipal e anunciou que serão suspensos os casos de menor gravidade em postos de saúde para dar prioridade aos doentes da dengue.
Em outra tentativa de conter a doença, o governo enviou à Alerj projeto de lei que autoriza, em caso de epidemia, a entrada de agentes de saúde em quaisquer imóveis suspeitos de ter criadouros do mosquito, mesmo sem permissão dos donos. A lei também prevê multas a quem barrar os agentes.
Também em meados de março, o Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (Sindimed) comunicou que entraria com uma notícia-crime nos Ministérios Públicos Estadual e Federal contra as três esferas de governo - prefeitura, governo do Estado e União - por omissão e negligência no que se refere ao controle e combate da dengue no Rio de Janeiro.
Segundo o presidente do sindicato, o médico Jorge Darze, o que se configura atualmente no Rio é um crime sanitário, e o poder público teria contribuído para agravar a situação da população e aumentar o índice de letalidade da doença. Em 2002, na última epidemia de dengue no estado o Sindimed também entrou com uma ação contra os três poderes. Mas a ação contra os gestores de Saúde foi indeferida.
Comentários
"O uso sem critério do fumacê causa impactos ao meio ambiente, provocando mortes de insetos polinizadores, tais como, abelhas, vespas e borboletas, além dos predadores naturais que exercem a função de controladores das populações de vetores", afirmou.