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Médicos ameaçam denunciar RJ por convocar pediatras

O governador que facilitou a vida do mosquito da dengue agora está a dificultar a dos médicos. Tenta recrutar profissionais de outros Estados para cobrir as deficiências de seu próprio sistema de saúde. O objetivo é disfarçar a lacuna deixada no serviço público pela desmotivação causada por salários péssimos.


Reconhece-se que a falta de médicos tem consequencias graves.


A TARDE On Line - BRASIL : Médicos ameaçam denunciar RJ por convocar pediatras


01/04/2008 (18:58) | COMENTÁRIOS (0)

Médicos ameaçam denunciar RJ por convocar pediatras

Agencia Estado O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed) denunciará ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) o governo estadual por improbidade administrativa por ter convocado médicos pediatras de outras unidades da Federação para atender aos pacientes com dengue. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) criticou a decisão do SinMed. Segundo Cabral, este é o momento de "parar com o discurso sindical" e "de deixar de lengalenga e começar a trabalhar".

Ele afirmou hoje que a vinda dos médicos de outros Estados é "fundamental". Segundo Cabral, o governo do Rio pedirá ajuda também às universidades para ceder residentes. "Esse é um momento de esforço concentrado para superar esse grave problema que já matou dezenas de pessoas e que levou milhares de pessoas a ter desconforto, perder dias de trabalho e ao sofrimento", afirmou.

O presidente do sindicato, Jorge Darze, classificou a convocação como uma "fanfarronice sem conteúdo e sem respaldo legal". Segundo Darze, é um erro o secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, dizer que não há pediatras no mercado. "O que eles não querem é trabalhar nessas condições", disse.

Para o presidente do SinMed, o governo do Estado não pode gastar recursos para trazer profissionais de fora, pagando mais do que os salários dos médicos locais. Enquanto no Rio um médico do Estado ganha 150 reais por um plantão de 12 horas, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) oferece 500 reais, passagem e hospedagem para quem vem de fora. "Eles ainda precisariam de uma inscrição provisória no Conselho Regional de Medicina (Cremerj), que demora três meses para ser expedida", disse.

Caminho

Um caminho para aumentar o número de atendimentos, segundo Darze, seria o Ministério da Saúde ampliar a carga horária de 900 médicos de 20 para 40 horas semanais. "Eles já estão nos hospitais federais municipalizados e conhecem o trabalho", justificou. Hoje, o governador do Rio participou da inauguração de 94 leitos de enfermaria pediátrica no Hospital Anchieta, no Caju. Ali, os especialistas em pediatria no atendimento são médicos que estavam cedidos a outros órgãos da administração estadual e que voltaram para a Sesdec com o objetivo de cumprir um decreto de Cabral.

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