Reivindicações salariais, situação trabalhista precária e condições desfavoráveis de trabalho são os principais problemas enfrentados em toda parte pelos médicos que trabalham para SUS, no serviço público, como médicos do PSF. Tratados como verdadeiros servidores públicos de terceira classe, os médicos do PSF exercem uma tarefa que a Constituição define como "direito de todos e dever do Estado". Apesar disso são enganados pelos gestores. Prestam um serviço público que alguns chegam ao extremo do escárnio de chamar de "estratégia". Como se o emprego, a dedicação e o futuro de um profissional que realizou longos e exaustivos estudos pudesse ser contida em um jogo de palavras perverso. O Sindicato Expresso enfatiza a luta dos médicos do PSF em todo Brasil.
Recentemente publicamos um post sobre a revisão decidida em Cuba, pelo Governo do Presidente Raul Castro, no seu programa de saúde da família. Um dos motores dessa revisão foi a constatação que o modelo de atenção básica adotado em Cuba, apesar da abundância de médicos, não está atendendo de forma satisfatória nem ao povo cubano e nem aos médicos.
Espero que não precisemos chegar a esse ponto aqui também no Brasil. A sensibilidade dos dirigentes públicos da área de saúde no Brasil deveria estar à altura de suas responsabilidades.
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Médicos do PSF da Capital reclamam dos salários
10/04/2008 às 14:59
O movimento dos médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) de João Pessoa vem, desde o início de março deste ano, em negociação com a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para fazer cumprir um acordo firmado em agosto do ano passado com o objetivo de por fim à greve dos médicos naquela ocasião.
Apesar do reajuste dado naquela época, o salário pago pela SMS continua sendo um dos mais baixos entre as capitais do Nordeste, principalmente porque não oferece garantias trabalhistas para maioria dos seus profissionais, que trabalham como prestadores de serviços.
Segundo o Simed/PB, o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) apresentado pela secretaria, e aprovado pela Câmara, oferece um valor de R$ 5.574,92 para o médico diarista que irá trabalhar 40 horas, mas o mesmo não ocorre para o médico do PSF, que também cumpre a mesma carga horária. “Era de se esperar, no mínimo, que o gestor convidasse a comissão que está negociando a causa do PSF, mas até agora não recebemos nenhum oficio nos convidando", esclarece Tarcisio Campos, presidente da entidade.
Sobre os avanços da saúde no município, o dirigente do Simed/PB afirma: "em nenhum momento deixamos de reconhecer que esta gestão está avançando, principalmente no que se refere à mudança do modelo assistencial. Mais uma vez afirmamos que o bom profissional deve ser valorizado e o médico é fundamental neste processo de transformação do modelo assistencial. Existem bons e maus profissionais em todos os lugares e é dever do gestor valorizar os bons e cobrar responsabilidade dos maus".
Finalmente, o sindicato manifesta sua discordância com o encaminhamento escolhido hoje pela SMS, de não negociar. “Estaremos aguardando e torcendo que o nosso prefeito se recupere o mais rápido possível, para tentarmos, como no ano passado, resolver o problema antes que nos deixem apenas uma alternativa: a paralisação", declara o presidente do Simed/PB.
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