Diante de acontecimentos lamentáveis envolvendo policiais da Polícia Militar de Minas Gerais e o SAMU de Juiz de Fora, com a invasão daquela repartição pública por policiais que conduziram o médico de plantão daquele serviço público até as repartições policiais locais. O serviço, tido como essencial, ficou três horas sem plantonista. PM sem informação sobre funcionamento, administração e regulação de serviços de urgência, age de forma truculenta e afasta-se da razão. O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora divulga nota pública sobre o ocorrido.
INSEGURANÇA PARA A COMUNIDADE: AÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS PARALISA SERVIÇO DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA À POPULAÇÃO DE JUIZ DE FORA.
A cidade correu um grave risco de paralisação dos serviços de atendimento médico de urgência, portanto essenciais, na madrugada de 27 para 28 de abril de 2008. Essa fato não decorreu de nenhuma calamidade ou ação organizada de malfeitores contumazes, mas de ação de policiais militares da PMMG. O SAMU ficou três horas sem médico, ficando inoperante, mesmo se acidentes graves ou calamidades, naquelas horas, se abatessem sobre a cidade. Ação absolutamente inconseqüente, que poderia ter resultados nefastos, não tendo sido essa situação devidamente avaliada pelo responsável pela invasão do SAMU e captura de um profissional daquela unidade e sua condução às repartições policiais.
Há o agravante de ser o SAMU uma repartição pública e o médico detido pelos policiais militares, além de estar prestando serviço essencial, ser um funcionário público, no exercício regular de suas funções. Isso reforça o excesso de poderes com que policiais despreparados se investem para agir motivados por emoções fortes e descontroladas, sem se preocupar com o resultado de suas ações.
O Estado de Minas Gerais não pode ficar a mercê de operações policiais militares dessa espécie, como se uma republiqueta fosse, ao arrepio do estado democrático de direito.
O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais, na qualidade de representação classista legítima e representativa dos profissionais, manifesta publicamente seu repúdio a esse tipo de ação violenta e inconseqüente e exige sua apuração pelas autoridades responsáveis. Não acreditamos que aja qualquer pretexto válido para que policiais interrompam serviços públicos que são essenciais à população.
Essa é a expressão, perante a opinião pública e as autoridades da nossa firme indignação com atitudes desta natureza tomadas por pessoas que deveriam ter por mister a manutenção da ordem pública e o funcionamento das instituições.
Nessa ação contra o arbítrio, o assédio moral e a prepotência, o Sindicato recorrerá a todos os meios legais para que sejam adotadas medidas saneadoras contra essa ação descabida e moralmente inaceitável.
(a)-A Diretoria do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais.
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