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Depende do mosquito: se a dengue chegar nas Minas de Aécio encontrará resistência apenas na publicidade

Faltam kits. Não se conhece a dimensão exata da peste na Zona da Mata de Minas Gerais. A propaganda e o esquema do governador serão insuficientes para proteger o povo da doença. Talvez as condições climáticas e geográficas imponham um limite à ação do mosquito. Fora isso, estamos todos desprotegidos. O movimento sindical médico tem denunciado medidas neoliberais na condução dos negócios da saúde em Minas Gerais. Todos queremos que a desgraça fique longe de nós. Mas, se vier, sabemos onde apresentar a conta: no Palácio da Liberdade.


Clique no link do jornal ou leia a transcrição abaixo (da versão on-line).


Tribuna de Minas (depende de assinatura)

   


Dengue em JF


Kits são insuficientes para atender demanda


Cerca de 400 kits para teste de sorologia da dengue chegaram ontem à Juiz de Fora, mas já acabaram. Todas as amostras do município e de outras localidades, que estavam estocadas aguardando o material, passaram por análise no laboratório macrorregional, porém, novos exames devem ficar represados até envio de outra remessa pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Belo Horizonte. Segundo o órgão, o fornecimento de mais estojos depende de pedido da Gerência Regional de Saúde (GRS). Assim que receber a demanda, o material será remetido, garantiu a assessoria da Funed. Os resultados dos testes processados só devem ser divulgados hoje ou na próxima segunda-feira, após a digitação dos dados. O que deve elevar as estatísticas da dengue na cidade e região.


Ontem, mais 12 notificações chegaram à GRS, totalizando 204 registros da doença em Juiz de Fora. De acordo com o epidemiologista Paulo Tavares Frederico, pode haver mais casos do que os contabilizados. “Esse número é referente aos registrados na gerência. Mas a Vigilância Epidemiológica Municipal é a primeira a ser notificada, tanto por laboratórios quanto por hospitais particulares. E, só após a conclusão do caso - indicação ao tratamento ou óbito -, recebemos a notificação.”


Segundo a Secretaria de Saúde, os números permaneciam inalterados até o fim da tarde de ontem: 205 notificações, com 78 casos descartados. Outros 78 aguardam resultado. Do total de 48 confirmados, 24 casos foram adquiridos no município e outros 24 são importados de outros municípios.

Suscetibilidade
Levantamento da GRS mostra que toda a população de Juiz de Fora está suscetível a contrair o vírus da dengue, transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. “Não há uma faixa etária mais propensa à doença na cidade, por isso o vírus se distribui universalmente. Apesar de nossa amostragem ainda ser reduzida, o que podemos observar é que 50% dos casos são registrados em pessoas entre 15 e 39 anos de idade. O mesmo foi verificado no ano passado”, comentou Tavares. Entre os contaminados, os homens ocupam o primeiro lugar.


Segundo o epidemiologista, o que está sendo registrado no Rio de Janeiro - a elevada incidência de vírus entre crianças - não pode ser aplicado aqui. “O que tem acontecido no Rio segue o ocorrido no Sudeste da Ásia, por exemplo. Como lá já foram registradas epidemias sistemáticas, a população mais adulta já teve contato com diversos vírus, e, portanto, torna-se praticamente imune. Em contrapartida, a população mais nova é afetada. Em Juiz de Fora, tivemos contato com a dengue praticamente só no ano passado, então não há faixa etária imune. Todos estão suscetíveis.”


Comunidade cobra limpeza para evitar focos
Representantes da Prefeitura e da Gerência Regional de Saúde (GRS) se reuniram ontem, para orientar a população do Monte Castelo, na Zona Norte, sobre os riscos da dengue. O bairro está entre as áreas com maior incidência de focos do mosquito. Estudantes, professores e moradores também compareceram ao encontro, que aconteceu no Esporte Clube Vila Branca. No último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypt (Liraa), realizado em março, a região estava com índice de 4,4% de infestação. O número permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de até 1%. No entanto, havia áreas da cidade com Liraa de até 6,4%.


O presidente do Conselho de Saúde do Monte Castelo, Rommel Taxa, enfatizou a necessidade de limpeza da região. “No bairro, há muitos lotes vagos, que os proprietários abandonaram. Sem conscientização, muitos jogam todo tipo de lixo, como garrafas e cascas de ovo, nas ruas e nesses terrenos. Se chove, a água fica acumulada nestes recipientes. Conseguimos até apoio do Exército para realizar um mutirão de limpeza na próxima semana”, comentou Rommel, destacando a preocupação com o bairro vizinho, Jardim Cachoeira.


As ações de combate à dengue permanecem em toda a cidade, principalmente os trabalhos de bloqueio de transmissão, com uso de inseticidas, que está sendo priorizado nas áreas suspeitas de focos.


Casos confirmados em JF


43 confirmações
- Masculino 24 (*)
- Feminino 19


Casos relacionados à faixa etária:
0 a 5 anos - nenhum caso registrado
6 a 14 anos - 5 casos
15 a 25 anos - 9 casos
26 a 39 anos - 12 casos
40 a 50 anos - 7 casos
51 a 60 anos - 6 casos
acima dos 60 anos - 4 casos


* Casos confirmados até semana passada.
Fonte: Gerência Regional de Saúde de Juiz de Fora


- As denúncias sobre suspeitas de focos da dengue devem ser repassadas pelo telefone 156. As solicitações serão inseridas na programação do Departamento de Zoonoses. Quem tiver dúvidas sobre a doença, formas de contágio e prevenção deve ligar para o Disque-Saúde, do Ministério da Saúde. O número é 0800 611 997.

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