AVALIAÇÃO DO CREMERJ - A lenga-lenga do Governador Sérgio Cabral contra o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro é claramente desmentida. Salários péssimos, condições de trabalho precárias, falta de segurança, falta de respeito às normas para o exercício ético da Medicina e muitos outros problemas. Esse quadro desmotiva o médico. Faltam médicos na Rede Pública. Fenômeno não é exclusivo do Rio de Janeiro. Caso do Rio de Janeiro, sob ataque da dengue, põe em evidência a fragilidade do setor público de saúde. A quem cabe tomar providências: Governos Federal, Estaduais e Municipais e os legislativos respectivos. Sem isso casos como a dengue no Rio serão apenas um preâmbulo de situações mais graves.
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26/03/2008 - 13h59
Déficit de médicos permite avanço da dengue, diz Cremerj
Levantamento apontou deficiência de pessoal nos principais hospitais do Rio.
Conselho pede contratação imediata de clínicos e pediatras.
Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio entre em contatoSaiba mais
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A falta de médicos, basicamente clínicos e pediatras, nos mais importantes hospitais do Rio de Janeiro foi a principal constatação do levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
A partir dos dados apresentados nesta quarta-feira (26) em reunião com os representantes da Secretaria estadual de Saúde e de hospitais públicos, o Cremerj propôs uma série de medidas para tentar conter o avanço da dengue no Rio. Nenhum representante da Secretaria municipal de Saúde compareceu à reunião.
Segundo a presidente do Cremerj, a médica Márcia Rosa de Araújo, há problemas graves que precisam ser solucionados rapidamente. Para ela, "é fundamental que rede de atendimento básico de saúde seja implementada o mais rapidamente possível".
"Não há combate à dengue sem médicos. Reivindicamos um comando único operacional para a crise e a contratação imediata de profissionais de saúde para reverter esse quadro", disse a presidente do Cremerj.
No levantamento, ela mostra que faltam clínicos para atender os cerca de 350 pacientes que estão internados no Hospital Getúlio Vargas. A pesquisa constatou que cerca de 70% dos casos atendidos são de suspeita de dengue, o que exige uma média de 1890 exames sorológicos por dia.
Atendimento no auditório
No Hospital Lourenço Jorge, os fiscais do Cremerj encontraram pacientes sendo atendidos no auditório e os médicos da direção da unidade se revezando para dar atendimento a todos. A superlotação da unidade, segundo o Cremerj, é da ordem de 200% da capacidade do hospital.
No Hospital Rocha Faria, além da falta de pediatras, quatro gestantes foram atendidas com dengue, na semana passada. Há uma preocupação com a contaminação vertical, ou seja, da mãe para o bebê. No Hospital Pedro II, o Cremerj constatou que o laboratório não dá conta do volum de exames, não há enfermeiros suficientes e o transporte de sangue para transfusões demora muito a chegar ao hospital.
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz, faltam médicos para dar vazão à demanda ao pré-atendimento dos pacientes. No Hospital Souza Aguiar, houve um aumento do número de atendimentos, que passou de 800 pacientes/dia para cerca de mil pacientes/dia. Dos 484 leitos, 104 foram destinados à pacientes graves.
Pacientes atendidos em cadeiras
No Hospital Salgado Filho, faltam clínicos. Os fiscais encontraram leitos extras colocados entre outros leitos já existentes e pacientes sendo atendidos em cadeiras. No Hospital Miguel Couto, faltam clínicos, anestesiologistas e radiologistas.
No setor de politrauma, que dispõe de 16 leitos, estão sendo atendidos 49 pacientes. Segundo o Cremerj, a unidade não tem equipe fixa de reanimação e não foram criados leitos extras para o atedimento de pacientes com dengue. Por isso, não é raro encontrar médicos dando atendimento de pé aos pacientes.
Segundo Márcia, diante do quadro de deficiência das principais unidades de saúde, o Cremerj propôs às autoridades através de ofício, a contratação imediata de médicos, expansão do programa saúde da família, a ativação do Hospital de Acari, onde existem 298 leitos.
"A população precisa exigir a abertura desses leitos. Sem médicos, hospitais importantes como o Paulino Werneck, o Iaserj e o Instituto São Sebastião estão com leitos inativos. É preciso também contratar leitos conveniados junto ao SUS para dar suporte ao atendimento à população", enfatizou Márcia.
Reforço na segurança
O Cremerj também sugere que seja reforçada a segurança em hospitais e postos de saúde onde há grande demanda de pacientes e os médicos sofrem ameaças por causa da demora no atendimento. Ela destacou também a importância de se incentivar a doação de sangue e a agilização no transporte dos hemoderivados para os hospitais.
"A dengue é uma doença de tratamento clínico. Essas medidas podem ajudar a agilizar o atendimento. Essa foi a forma que encontramos de contribuir para controlar e reveter a situação de epidemia no Rio", disse a presidente do Cremerj.
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